domingo, 18 de novembro de 2007

Relato de um encontro casual: ou mais um capítulo de uma citycom qualquer. | By Flávio - Agência Quê Comunicação

Quinta à noite. Fim de expediente. Seis amigas marcam encontro em um bar da cidade. Falar da vida, relembrar aventuras de colégio, dividir experiências e... conselhos.
Aliás, os seres humanos cometem um erro básico sobre o assunto predileto das mulheres. Esqueçam novelas, namorados, moda. O assunto campeão de audiência é “dar conselho”. Nenhuma mulher consegue ouvir um relato de uma amiga sem emitir opinião: “por que você não faz assim?”, “é melhor deixar pra lá...”, “liga pra ele, liga pra ele”, “ ih, esse cara aí, não sei não..” . Talvez isso faça das mulheres seres interessantes. Bom, voltando ao assunto principal. Seis amigas diferentes entre si, com passado parecido e a mesma paixão por prosecco. A alma feminina guarda segredos: por que todas as mulheres do mundo gostam de festa de casamento e prosecco?! Na verdade, só tem uma coisa que as mulheres gostam mais do que festa de casamento: ver as fotos da festa de casamento! É nessa hora que elas fazem o checklist de vestidos, maquiagem e lembram – ou não – dos melhores detalhes da festa.
Bom, misture uma engenheira, uma chef, uma médica, uma cortineira, uma cantora que fabrica velas, uma vendedora de roupa e publicitária nas horas vagas: pronto, você tem o seu próprio sex in the city ao vivo. E o melhor: o capítulo especial de quinta durou umas duas horas.
Para começar, jamais cometa o erro de chamar quiche de alho-poró de empadinha. Você corre o sério risco de apanhar. É ou não é uma fala de Charlotte ou Samantha? “Sei não, o cara mora sozinho com uma gata chamada kitty...” Tem também o registro do mundo moderno: “aí, eles se encontraram na internet”. Confesso que fiquei imaginando onde fica esse bar novo chamado internet. “Não... é no MSN” Ah, depois da explicação, eu entendi. A noite passa. E as meninas, espremidas em um banco, continuam bebendo e conversando. No banco em frente, eu continuava acompanhando meu programa predileto. Em determinado momento, os humores já não são o mesmo. Imagina esperar por uma mesa duas horas? E quando chega... “ Na varanda, nããão!”, falam duas ou três ao mesmo tempo. “ Essa aí, foi a primeira mesa que vagou e a gente não quis!” Vai entender: duas horas depois e as meninas ainda continuavam escolhendo mesa...
Finalmente a luz vermelha se acende. Mesa vaga! “ Na área de fumante”. A noite segue. As seis resolvem beber coca light ao mesmo tempo. O melhor argumento que eu já ouvi: uma dieta relâmpago de dois dias. Poderia ser Rachel Green ou Mônica Geller: “se até os trinta e poucos anos eu ainda estiver sozinha, viro mãe-solteira!” Toca um telefone celular, toca outro, uma vez, duas... Medicina também é diversão: “daqui a uns anos eu viro uma especialista, mais alguns anos eu começo a ganhar dinheiro...” Por que alguém faz medicina se acha que vai começar a gastar dinheiro com uns 50 anos? Ainda tem a boa história da menina que não sabe a idade do carinha do último sábado... Ela não sabe a idade, mas a mãe dele bem quis saber quem ela era... Fim do episódio. Hora de ir embora. A sorte do público é que mês que vem, ou amanhã em uma festa de aniversário, tem mais. E, pelo jeito, não é como Friends ou Sienfield. Se continua tendo temporada até hoje, vai ter nova temporada o resto da vida.

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