segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Seja o que você fala!!

Uma interessante morena conheceu um não tão interessante rapaz que ficava telefonando a fim de convidá-la para uma saída e assim, poderem se conhecer melhor. A interessante morena não estava tão interessada, mas um dia desses quase que de uma forma casual ela e o não tão interessante rapaz estavam pelo mesmo bairro e foram tomar um Cafezinho.
A interessante morena e o não tão interessante rapaz sentaram em uma mesinha aconchegante...

Ele: 2 expressos!!
Ela: Uma água sem gás e 2 copos, por favor...

O papo começou a fluir... sobre trabalho, é claro, pois a interessante morena e o não tão interessante rapaz adoram falar de seus empregos, conquistas e o dia-a-dia estressante do mundo corporativo. De repente começou um festival de jargões em inglês por parte do não tão interessante rapaz; era Cashflow, Brainstorm, Best Practices, NDA, Break even, Plan Strategy para lá e para cá, fora algumas siglas desconhecidas por parte da interessante morena. Não precisava conhecer muito para perceber que o não tão interessante rapaz trabalhava em banco para clientes Corporativos, desculpe Corporates, que adorava um auto-elogio, “confete” e que estava ali querendo impressionar.
A interessante morena, mais para Poliana, não o achou de todo ruim... apesar de arrogante ele tinha uma certa doçura, que valia acreditar! Pois entre um jargão e outro ele também a elogiava e perguntava sobre sua vida e trabalho. Seu estilo? Não tinha nada haver com os padrões da interessante morena, mas para se ter resultados diferentes, é preciso fazer coisas e sair com pessoas diferentes. E por isso, a interessante morena estava lá.

O papo sobre trabalho continuou fluindo e assuntos como: problemas de relacionamento em equipes, chefes e líderes idiotas... foram ilustrados em histórias ou fatos, temperados como grandes doses de auto-elogios. Pérolas foram ouvidas pela interessante morena: “Pessoas inteligentes não discutem, argumentam”.... “Minha blusa de alfaiate, minha gravata Hermes e minhas abotoadoras de ouro incomodam meu diretor! Isso que já parei de usar o Rolex faz tempo!”..... “Não posso sair com o pessoal do meu trabalho, somos de níveis muito diferentes!”.... “Quando falei que ia para o Camarote da Brahma no carnaval, minha equipe toda caiu em cima, então tive que responder para eles me virem nas Revistas”. Depois de tantas pérolas a interessante morena pensou: “Será que ele tá achando que vai me impressionar?”

O Cansaço foi batendo na interessante morena e como o não tão interessante rapaz não parava de se auto-elogiar, “ops” falar, ela mesma fez sinal para a atendente trazer a conta, que veio imediatamente entregar em suas mãos:
Ele: Quanto deu?
Ela: R$9,17! –  disse ela deixando a conta sobre a mesa.

Por impulso óbvio e natural a interessante morena pegou a sua bolsa já fazendo movimento para se levantar, quase que com a certeza de que aquele não tão interessante rapaz colocaria uma nota de R$10,00 e iriam embora, quando... 

Ele: Você tem cinco aí?
Ela: Ãh??
O não tão interessante rapaz estava com a conta e uma nota de R$5,00 nas mãos. Por um segundo a interessante morena pensou: “Agora ele me impressionou!” e puxou uma nota de R$50,00.
Ela: Deixa que eu pago!
Ele: Ah! Ok!
Ela: Vamos?
Ele: Vamos!
Ao se levantar a interessante morena viu o não tão interessante rapaz colocar sua nota de R$5,00 junto com diversas outras sortidas notas em sua carteira Louis Vuitton.
Moral da História: Seja sempre o que você fala! Antes um cara que usa calça da TACO, mas que paga o caldo de cana; do que um que usa calça Diesel, bebe Veuve Clicquot e não paga nem o cafezinho!

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

As Entrelinhas da Rotina


O despertador toca. Ainda sinto seu cheiro em meu corpo de ontem à noite. Você dorme. Sinto sua respiração calma, parece estar sonhando. Olho e vejo um anjo. Pela janela o sol brilha e o aroma do café atravessa a sala. Saio a correr e o cheiro do pão quentinho segue pelas ruas despertadamente movimentadas até a beira da praia. Vejo muitos de mim na pista, ou em seus carros, começando o dia abençoado pelo cenário imaculado da Princesinha do Mar. O sol reflete na água como espelho. A energia toma conta do corpo e da alma. Corro, corro, corro. A música se transforma em trilha sonora que impulsiona, estimula e embeleza. A criancinha que passa, acena e sorri. Lembro dos meus filhos e sorrio. O relógio marca a hora de voltar com o pão fresquinho. A água do chuveiro limpa e purifica. A roupa passada e combinada reflete o estado de espírito, lindamente belo.


No metrô, pessoas vem e vão, assim como as estações, olhares e motivos. Cada um com a sua singularidade. Vejo literaturas interessantes, olhares se cruzarem. Escuto o choro da criança, uma briga pelo celular, uma mensagem de “bom dia” e minha estação chegar. Ruas cheias, pessoas circulam. “Bom dia!” para o jornaleiro, porteiro, ascensorista, para mim, para você, para a moça da copa, e novamente o cheiro do café invade pela sala.

O salão está recheado de conhecimento compartilhado, conectado. A produtividade é exalada por metro quadrado. Realizações, papos, piadas e descobertas da vida pessoal rolam pelos corredores estreitos horas a fio de forma diferente a cada dia. Uma ligação, torpedo ou email inesperado “quebram” a seriedade das horas com um sorriso. Naturalmente o dia passa, e mais um “leão” se vence, porém sem mortos ou feridos. A sensação de missão cumprida avisa que é hora de ir para casa.

O sol deu lugar a uma lua bem cheia, dessas que inspiram. E assim como o sol, as ruas agitadas dão lugar às mesas de bares, repletas de amigos, bebidas, histórias, risadas, dessas que também inspiram. Dá vontade de ficar, mas hoje não. Abro a porta e as crianças pulam. Brinco com elas. O cansaço vai embora ao ver aqueles rostos. Beijo meus amores e naquele momento; sinto-me acolhidamente em casa. O banho relaxa e o cheiro do jantar abre o apetite. Sento a mesa e o dia de cada um dá vida e mais cor a família do porta-retrato ao lado. O jantar está uma delícia e cheio de saborosas histórias compartilhadas e unidas naquele espaço e sangues que correm pelas veias.

Hora da novela, do dever de casa, do computador, de arrumar as coisas, de falar ao telefone. A agitação harmônica preenche a sala, quartos e cozinha. Corpo e mente relaxam. O barulho da televisão se mistura com os outros. O sono chega. Coloco o pijama e as crianças para dormir. Me dou conta do novo machucado, dos cachos nos cabelos e que elas estão crescendo. Te procuro. Seu cheiro recém saído do banho toma conta do quarto e adoro. Te olho e ainda sinto o frescor juvenil do “friozinho” na barriga. Deito e me encaixo em seu corpo quente. Sua pele está macia. Não falo nada, mas entendo tudo... finalmente percebi que as entrelinhas não se perdem e a beleza da rotina, seja ela qual for, aparece - quando trocamos o stress por poesia.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Um Sonho de Steve


No dia 5 de Outubro de 2011 a humanidade parou ao saber da morte de Steve Jobs, fundador da Apple- e não era para menos. Perdemos um gênio da tecnologia, como dizem o “Leonardo da Vinci da era digital”.

Steve deixou um legado para a humanidade e um “gap criativo” que não sei quantas gerações demoraremos para repor. Mas, Steve também nos deixou uma mordida – só que atrás da orelha - a “minhoquinha” da maçã incomodando - sobre temas simples que muitas vezes esquecemos.

Você realiza os seus sonhos? Vive os seus sonhos?

Você ainda sonha? 

Dizem que vencedores realizam sonhos, perdedores perseguem falhas. Mesmo sendo um gênio e estando anos luz a frente de nós pobres cérebros comuns, Jobs sempre frisou em seus discursos a importância da intuição, de seguir o coração e de fazer as coisas sempre com paixão. (até rimou). 

E sonhar, fazer as coisas com paixão, seguir a intuição e o coração, independe de genialidade, depende apenas de coragem, vontade e o objetivo em ser feliz nas escolhas que fizemos, ou que iremos e queremos fazer. 

É engraçado como Jobs conseguiu unir de forma tão lúdica - o simples e o complexo, colocando tudo isso nas palmas de nossas mãos. E nós que temos muitas cosias nas palmas de nossas mãos - conseguimos fazer de coisas simples, extremamente complexas. 

Mais curioso ainda é que este gênio foi adotado, nos fazendo questionar sobre o legado genético da humanidade – pois, se seus pais biológicos fossem grandes gênios, talvez Jobs não tivesse existido, ou teria sido criado por eles. Vai saber. Porém, este fato ressalta mais ainda sobre a nossa essência. Outro fato interessante também, é como a morte, ou o ter que saber lidar com ela em um curto espaço de tempo, faz com que nos tornemos grandes catalisadores e potencializadores de nós mesmos, não é mesmo? 

No caso dele, seria loucura dizer que o cara virou ainda mais realizador, porque sabia que ia morrer. Ele só acelerou um processo natural - e ainda bem que o mundo estava preparado para absorvê-lo ainda nesta era.
  
Mas, tirando um pouco o foco de Jobs, vamos falar de nós, transeuntes comuns. Sobre os nossos sonhos, a nossa capacidade de realizar, de se apaixonar, de seguir os instintos, de tomar riscos, arriscados ou não.  Às vezes tenho a sensação que nos engessamos. Pelas circunstâncias do meio, nos acomodamos, e justificamos as nossas não realizações por conta disso. Não nos culpo, pois viver dá medo, muito medo. Sermos donos de nós mesmos, responsáveis pela nossa felicidade, história e capacidade de sonhar, não é tarefa para qualquer um. Por isso, a grande maioria é comum e uma grande pequena maioria - é gênio. Os gênios são apegados aos sonhos e desapegados da matéria. Comuns, precisam da matéria para sonhar.

Não há certo ou errado. O que há - é que Deus colocou cada um de nós no mundo com algum papel. Só precisamos descobrir qual. Se eu ou você ainda não sabe; vamos aos conselhos de Jobs de seguir nosso coração, intuição - e fazer as coisas com paixão. Sem deixar o sonho de continuar sonhando, mesmo que esse sonho seja o sonho de uma vida cotidianamente comum.  

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Encontros e Desencontros

Toc, toc, toc...
- Quem bate?
- É a oportunidade...
- Pode entrar.
 
Toc, toc, toc...
- Quem bate?
- É a oportunidade...
- Volta depois.

Já dizia Vinícius, “A vida é a arte do encontro, embora haja tantos desencontros pela vida”.E assim ela é, um caminho de retas e curvas cheia de encontros, desencontros, reencontros e linearidade.
Os encontros parecem atos divinos, vem com uma energia cármica, sentimento de felicidade e sorte, e são inexplicáveis. Acontecem sem aparente razão. Poderia dizer até, que é a soma do querer com a hora certa. Quando encontros acontecem, olhamos para o céu e agradecemos a Deus pela benção. Seria isso destino?
Os desencontros parecem atos “demoniosos”, vem com uma energia cármica, sentimento de tristeza e lamentação – e são quase inexplicáveis. Acontecem com aparente razão. Poderia dizer até, que é a soma do querer, só que na hora errada. Quando desencontros acontecem, olhamos para o céu e perguntamos a Deus “Por quê?”. Seria isso destino?
Os encontros e desencontros vem cheios de entrelinhas, ensinamentos e aprendizados. Viram marcos em nossas vidas, pois mesmo pequenos são grandiosos - por serem singulares. Sabemos quando eles acontecem, mas normalmente não sabemos por que acontecem.
Felizes ou tristes, os encontros são os desencontros que aconteceram e os desencontros, os encontros que não aconteceram. Sorte, azar, destino, ou mera probabilidade; os encontros e desencontros vão sempre existir; a frequencia é que vai depender do quanto nos expomos e nos abrimos para viver as oportunidades que a vida nos traz, está aí o segredo. O puro desprendimento do medo em ser feliz, mesmo que antes seja necessário passar pela infelicidade. Mas, chega de falar do gosto amargo dos desencontros, vamos falar do delicioso sabor dos encontros; esse sim nos inspiram, são marcos poéticos e representam papeis deliciosos e coloridos em nossa história. Geralmente acontecem em épocas de transição, ou nos levam a ela; muitas vezes, geram até grandes revoluções.
O importante disso tudo, é saber o que fazer com o que encontramos. E nesse caminho de retas e curvas, entender que quando a oportunidade bate a sua porta, deixe-a entrar, sem medos, pois tudo pode acontecer, inclusive o nada – como já dizia a minha mãe.