quarta-feira, 13 de julho de 2011

Sede de Vingança

Os vingativos dizem que “vingança é um prato que se come frio”. Os mais filosóficos falam “olho por olho, dente por dente”, e os mais divinos acreditam no “aqui se faz, aqui se paga” – afinal, segundo a Bíblia somente Deus tem o direito de praticar a vingança. Será?

Tema de novelas, ou do cotidiano. A vingança existe desde a época de Adão e Eva, e não é que é verdade? Adão descobre que Eva o traia e faz a sua vingança ali mesmo com a cobra em pleno ano 0 da história, num mundinho de 3. Imaginem 2011 anos depois com uma população de quase 7 bilhões de habitantes até onde uma bela vingança pode chegar.

Apresentada também no Antigo Testamento, na Bíblia e muito discutida na filosofia; a vingança além de um “troco básico” em quem te feriu, tem um papel de justiça na história da sociedade, como forma de punição, a fim de acabar com o mal inicial.

Justamente pensando nisso, qual o limite ético de uma bela vingança?

Dependendo da cabeça do vingador o céu, ou melhor, o inferno é o limite. Dado que a vida humana é vulnerável, pode ser invadida, violada e ferida por diversas ações de outros, a vingança para muitos é a cura apropriada, como forma de contra-invasão, afinal, “toda ação gera uma reação” – já diz a física.

E quem é mais vingativo? 

Segundo a Universidade Estadual de Louisiana, EUA: as mulheres; as pessoas com mais de 40 anos; os com baixa escolaridade; os mais pobres; os que têm emprego; e os moradores de áreas com alta criminalidade, são os mais vingativos.

Pesquisinha um tanto previsível, não é mesmo? Que a mulher é mais vingativa que o homem é fato. O homem passa longe da ética ao ferir uma mulher; e mulher ferida, sai de baixo. Vaidade, eloqüência e instabilidade emocional, é nitroglicerina pura. As pessoas com mais de 40 anos além de uma amargura natural e intolerância também, já passou do tempo de deixar a critério divino a justiça na terra. Depois dos 40, a Poliana juvenil dá espaço ao ditado: “Aqui se faz, aqui se paga meu bem”. Já as pessoas com baixa escolaridade, é fácil entender; onde não há conhecimento, comunicação e entendimento mental a reação é um instinto natural de defesa, assim como para os mais pobres e os que vivem em áreas perigosas e de risco, onde cada um luta com as armas que tem. E no trabalho não tem jeito. Qual deles não é um ninho de cobras? E você vai deixar barato se tentarem puxar seu tapete? Acho que não...

Pois é, mundinho cruel esse o nosso, não é mesmo? Tadinhos de nós pobres vítimas da sociedade e de pessoas malvadas que nos enganam, ferem com padrões, palavras, gestões e ações, ou a falta delas. Quem foi que disse que o mundo era legal e as pessoas também?

Pois é, Papai Noel não existe e a gente só sente sede de vingança com o que nos atinge emocionalmente; e qualquer coisa que faça o outro sentir nem que seja uma pontinha do que ele nos fez, já valeu. O vingador tem sede de ficar por cima e nada melhor do que o pagamento ser na mesma moeda. Talvez seja esse o limite ético de uma bela vingança.

Por falar nisso, vem cá meu benzinho... o microondas quebrou, o meu prato esta frio, por isso vou comer bem devagarzinho. Mas, o seu esta aqui, quentinho e pronto só te esperando provar de seu próprio veneno.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Homem de A a Z

Segunda-feira, a bela morena chega em casa com aquela vontade de “caderninho”.

Vontade de “caderninho”?

Isso, de estar com alguém, com algum “homem alguma coisa”. E na viagem junto ao caderninho, ou celular, a bela morena, encontra:

Na letra A, a lista dos “homens Amantes” ou poderíamos dizer “homens Aranha”, aqueles que não vão visitar você, mas sim... eles são sexys, exalam testosterona, transam com você como se fosse a única, mas a única coisa que você terá deles, é uma noite de muito prazer.

Seguindo pela letra B, temos a lista dos “homens Bonzinhos” aqueles que te adoram, fazem tudo por você, mas que a gente não quer, só em caso de carência extrema, quase suicídio.

Na letra C, encontramos o “homem Carretel”, aquele que só te enrola. Liga para dizer nada, te paparica, mas nunca te chama para sair, ou aparece. Mas, uma coisa é certa, ele sempre fica feliz em falar ou saber de você. Por isso, a gente deixa ele lá... “vai que”... Tem também o “homem Custo x Benefício”, aquele que vale o que é.

A letra D, é do “homem Delivery”, aquele que você liga e ele vem. Esses são ótimos ter na agenda para situações de emergência.

Na letra E, temos o “homem Escola”, aquele que quer sempre te dar uma aula, o famoso especialista, sabe tudo, ou chato, que se acha. Mas, que é sempre bom ter por perto, pois ele tem boas respostas, dicas, orientações para nos dar. Tem também aquele “homem Encosto”, que vai se aboletar na sua casa, se abastecer da sua geladeira e se apropriar do seu carro.

Quando chegamos na letra F, encontramos o “homem Foda-se”, aquele que a gente sabe que não quer nada com a gente, mas que ligamos o foda-se, perdemos a cabeça, nos humilhamos, corremos atrás, pelo simples fato, que com esse tipo de homem: foda-se tudo e todos!

Na letra G, encontramos um tipo comum desse balaio masculino, o “homem Gerúndio”, aquele que ainda esta se descobrindo, buscando a independência financeira, ainda esta juntando dinheiro para comprar o seu primeiro carro. Esse tipo tem aos montes, na busca de mulheres catalisadoras para ajudá-lo a chegar a algum lugar que ele ainda não sabe. As mocinhas independentes devem fugir ou pegar para criar, mesmo ele já tendo quase 40 anos. Ainda na letra G, encontramos também o “homem Gás” aquele que some do nada, sem deixar rastro. Quando você vê o cara já desapareceu, e te deixa a ver navios, sem entender nada. Esses têm como lema aquela música: “primeiro a gente foge, depois a gente vê”. Esse tipo a gente nunca vai saber quando vai evaporar.

Na letra H, chegamos no “homem Harém”, aquele que está sempre rodeado de mulheres paparicando, ligando, mas que jura que são só amigas. Esse a gente finge que ele engana e a gente que acredita. Ainda na letra H, temos também o “homem Humorista”, aquele que sempre tem uma piada para tudo e te faz rir. Não tem jeito, nós mulheres adoramos homem com bom humor, não que nos façam de palhaça.

Já na letra I, encontramos um tipo interessante, o “homem Idéias”, aquele eloqüente, criativo, que fala de idéias e não de fatos. Estar perto dele sempre é uma delícia, lúdico e leve. Cada encontro é especial, interessante e passa sem sentir, deixando aquele gostinho de quero mais. Mas, também encontramos o “homem Igloo”, ou “Iceberg”, que por mais que a gente tente, não conseguimos entender, ou quebrar a pedra de gelo que ele é. Esse ai, não adianta insistir, a não ser que queira uma vida sem emoções. Ou também o “homem Impossível”, aquele que nunca, nunca vai ser seu.

Na letra J, encontramos um tipo típico do cotidiano feminino, o “homem Joselito”, aquele completamente sem noção para tudo. Esse aí ta sobrando aos montes, será que ele nunca se toca?

Na Letra K, chegamos no “homem Kamikaze”, esse tipo é bem preocupante, pois é suicídio certo. Tem também o “homem Kinder Ovo”, que tem sempre uma surpresa, nem sempre agradável. Mas, para ambos os casos... quem não sabe brincar não desce para o play, não é mesmo?

Na letra L, temos o “homem Loser” esse aí tem aos montes te querendo, é aquele que não deu certo na vida e se apega ao amor como única possibilidade. É o estagio pós “homem Gerúndio”. Cai fora, pois esses fazem o tipo “ancora” que só te levam para baixo.

Na letra M, temos o tipo “homem Maestro”, que eu particularmente adoro, são aqueles que te dominam, ensinam, cuidam de forma sábia e elegante, como se você fosse uma orquestra. Mas, esses ai, são espécies raras e em extinção e já tem dona. Logo, nem adianta ligar.

Na letra N, temos o “homem Neném” que acha que você é mãe dele e fala com vozinha. Para as que aturam, eles são ótimos filhos, ops! Namorados.

Na letra O, chegamos ao “homem Ovelha”, aquele que é o maior “Maria vai com as outras”, principalmente dos amigos. 

Na letra P, encontramos o tipo ideal, o “homem Para”, para se amar, casar, ter filhos, construir... para você parar a sua vida na dele e ele na sua até que a morte os separem, ou um juiz mesmo. Tem também os “homens Panela Velha”, os coroas, que muitas mocinhas adoram.

Na letra Q, tem o “homem Queda de Braço”, aquele que cisma em duelar com você, competir, e que não consegue entender que se relacionar é jogar frescobol, não tênis. Esses às vezes nem fazem por maldade, mas pela forma que aprenderam a se relacionar, aí só com terapia mesmo.

Já na letra R, nos deparamos com o “homem Rádio” aquele é um informativo ambulante, não para de falar, ou cantar, ou opinar - o próprio DDA.

Agora, na letra S, temos o “homem Sapo”, espécie também quase em extinção, são aqueles que ainda gostam de pererecas. 

Na letra T, temos o “homem Tesão” que só de olhar dá aquele tesão. Esse tipo pode até ser só colírio para olhos, até porque eles são em sua maioria uma variação do “homem Impossível”, e de caráter duvidoso.

Na letra U, temos o “homem Ursinho”, aquele que é fofinho, bonitinho, legalzinho, queridinho, que dá vontade de colocar ele ali em cima da cama, e só.

Na letra X, temos o “homem X-tudo”, a mistura de todos os tipos a cima, e mesmo sem saber o que se tem dentro, não é que fica gostoso?

Finalmente na letra Z temos o “homem Zebra”, que a gente sabe que vai dar Zebra... aquele que só nos mete em furada!

É... são muitos tipos de homens e para todos os gostos, mas depois dessa volta no caderninho, a bela morena, decide ligar mesmo é para o “homem Pretinho Básico”, aquele que não requer muito esforço, sempre cai bem e que você pode circular em qualquer ambiente. Alguém o viu por aí?

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Eu Amo Viajar

Há quanto tempo você não viaja? Que você não tira aquelas férias de “rei” e se presenteia com grandes emoções, momentos inesquecíveis, cenários, relax e muita cultura? Sei que custa caro e que você vai sair do Brasil e vai encontrar um monte de brasileiros de tênis, falando alto e querendo furar fila. Sei também que os japoneses vão atrapalhar 9 das suas 10 fotos e que terás que ter muita, mas muita paciência com as excussões de velhinhos. Mas, mesmo assim, viajar e se emocionar, vale cada centavo, cada stress em aeroporto, cada tombo com mala e todas as 10, 15, 20 horas na classe econômica com crianças chorando e pessoas tossindo.

Apesar do mundo ser enorme, existem alguns roteiros, fora ou dentro do Brasil, que nós seres humanos socialmente comuns, temos que conhecer, até para dizer:  “É isso? Nas revistas parecia ser tão diferente”.

Não tem jeito, viajar é sempre uma grande emoção e falo isso no sentido amplo da coisa. Saímos da nossa bolha, do quentinho da nossa rotina e somos “jogados” num cenário, numa cultura, num dia-a-dia que não é nosso e com pessoas que não fazem parte do nosso habitat e muitas vezes que não falam a nossa língua. E não é que é uma delícia?

Brincadeiras a parte, esse que é o “charme da coisa”, ou de viajar. Em Paris até o mendigo fala francês! Podemos ser tudo, experimentar de tudo, se emocionar com tudo, ou não fazer nada, muito menos dieta, pois os dias são nossos e debitados no nosso Martercard, com o IOF que a gente paga feliz! Por mais que a gente viaje, que a gente conheça o lugar; cada viagem, cada “day off, or out” sempre é diferente, pois os momentos são únicos, vividos em “real time”, e cada detalhe pode mudar tudo.

Para uma boa viagem, existem alguns ingredientes básicos: boa Cia, boas dicas, boa saúde e um bom limite no cartão de crédito. Dinheiro faz toda a diferença, afinal o glamour tem preço e você merece cada dose, cada bom restaurante, cada passeio e cada comprinha.

Agora, não se desespere, meu caro viajante, se você antes da sua super viagem ficar nervoso, impaciente, com medo, irritado, reclamar das mil logísticas de mala, cadeado, roupa, remédios, acessórios, guias e tudo mais que envolve o pré-viajar. Também, não se desespere se durante a sua super viagem você ficar irritado, falar 300 vezes “que saco” para cada fila que se pega, ou atraso de avião, para as 20 mil excursões que você esbarra, ou coisa que perde. Não se culpe também, se por um acaso você no meio da super viagem ficar com vontade de voltar para casa, com desespero em gastar tanto dinheiro, achar que não esta sendo tão legal quanto podia, ou quer zunir todas as malas pela janela do hotel. Tudo isso é muito normal sentir durante uma viagem. Agora, também, não se desespere se no pós-viagem, te bater uma depressão profunda, ou um desespero desesperador de não querer voltar para a sua rotina, vida, trabalho, amigos, marido e papagaio. Isso tudo também é super normal no pós-viagem.

O que não deve acontecer é o arrependimento do devia ter relaxado mais, comprado mais, aproveitado mais, aprendido mais, comido mais, dado mais... ter visto o sol nascer. Isso sim é não aproveitar a oportunidade que lhe foi auto dada. Mas, também se isso acontecer, não se culpe. Também é super normal não conseguirmos administrar e fazer tudo em uma super viagem, e para isso existirá sempre uma nova viagem.

De qualquer forma, viajar nos mobiliza emocionalmente por completo, pois o novo muitas vezes nos paralisa, nos deixa avoados, sem saber o que fazer e sentir. Por isso, voltamos com a sensação de estarmos mais evoluídos – e de fato estamos. Tudo se torna mais forte e especial, justamente por sair do comum e estarmos abertos para isso. O mais fascinante, é que sempre, em alguma hora somos surpreendidamente invadidos por uma emoção inexplicável, sem qualquer planejamento ou previsão.  E são esses os momentos emocionalmente vividos que fazem valer toda uma vida.