domingo, 5 de agosto de 2018

Quando não queremos

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O tempo não para e essa frase mais que clichê, me faz parar para entender quando devemos parar algumas coisas, já que o tempo não para e passa. Normalmente permitimos acessos, cobranças e abusos a nós mesmos por falta de limites que damos. Temos dificuldades com os nãos, términos e desistências.

Desistir nem sempre é sinônimo de fraqueza, desistir muitas vezes significa deixar ir para não desgastar, poupar, ou finalizar, afinal dali não vai sair nada.

Dizer não, nem sempre é negar, muitas vezes é dar limites, mostrar de onde não se deve passar.

Terminar, nem sempre é acabar, pode ser entregar, ou simplesmente marcar o que esgotou.

Temos dificuldade na racionalização de fatos e resultados. Nosso emocional nem sempre acompanha cenários tão delineados. Costumamos fantasiar, ilustrar e nos contar histórias sobre fatos, pessoas e comportamentos que não vão mudar, inclusive os nossos. Quantas vezes disse que ia parar de tomar coca zero e não parei, quantas vezes disse que não mais daria minha opinião sem me perguntarem e opinei, quantas vezes disse que agora seria diferente e não foi?

Não é descrença, mas sim realidade. Como disse, costumamos mudá-la para mudar o que não muda, justamente por sermos seres em evolução, otimistas e com limitações físicas e emocionais.

Tem horas que precisamos parar e olhar se de fato certas coisas podem mudar: um emprego, uma relação, um corpo, uma história. Tudo pode mudar, inclusive não mudar. Mas, as mudanças nem sempre acontecem no prazo necessário, ou que queremos. O Brasil pode mudar. Mas quanto tempo isso levará e quantas ações são necessárias para que isso aconteça? Não é descrença, é realidade.

Precisamos medir fato x impacto. Uma relação, por exemplo: sempre pode mudar. Mas, sabemos que leva tempo, requer empenho e certos comportamentos não mudam, assim como certos hábitos. Nas relações amorosas, familiares e de amizade, o amor ameniza e acolhe muito mais esses impactos. Os laços, o amor, aumentam qualquer tolerância. Ao mesmo tempo, causam impactos e danos muitas vezes irreparáveis. Nas relações profissionais, o que muda é o emprego mesmo.

Na dúvida a resposta é não. Mas saiba ler esse não. Um fato gerou alto impacto. Pare. Racionalize. Pergunte-se: Preciso disso? Na dúvida, a reposta é não. Porque sempre sabemos os sim, não é mesmo? Tudo que sempre quis, sempre soube. Na dúvida, a reposta é não, até para que vire sim. Certas coisas precisam dilatar primeiro, antes que tomemos qualquer decisão.

Tenho dificuldade de lidar com as desistências, principalmente desistir do outro. Dói muito desistir de alguém. Muitas vezes desistir de alguém é acreditar em nós, no mais, no maior, é confiar no acerto. Nem sempre o outro quer o que queremos para ele, ou está preparado para ser o que vemos nele. Não é uma escolha nossa. Só podemos escolher parar, desistir, permanentemente ou momentaneamente, e nada, nada há de errado com isso. Errado está em seguir por achar que é o certo a se fazer.

Tudo mudou



Tudo mudou, acordei e não queria acordar, por estar tudo diferente. O que fazer quando os cenários mudam sem a nossa permissão? Parecia estar tudo tão bem, obrigada! Mas, não. Deus estava precisando dar uma agitada na minha vida e resolveu mudar tudo. Ele mandou muitos sinais, mas feito criança mimada, não quis enxergar. Talvez por negação, medo, ou preguiça mesmo. Mudar, aceitar, requer trabalho. Projetei algo e quando atingi, quis manter por pura convicção. Mas Deus esperto que é, entendeu que aquilo não era para mim. Foi lá e bagunçou o que eu achava certo! Minha primeira reação: deixá-lo de castigo. Ousada eu e ele! Porém, percebi que apesar da dor, eu precisava dela e dele. Só a dor cura. Precisei de tempo também para entender. Nosso emocional nunca acompanha na mesma velocidade o impacto das mudança, perdas ou ganhos. Até coisa boa requer um tempo para entender e receber. Tudo mudou e sobrevivi. Foi só um ciclo que se encerrou e um novo ciclo que sem dor, posso colorir com qualquer cor.

E quem mandou você me olhar?



E quem mandou você me olhar?
E quem mandou ser lindo desse jeito? Quem mandou conhece meu gosto muito bem. 
Chega, não precisa mandar mais ninguém. Que tal um beijo agora, hein? 


Tem certas músicas e refrões que nos tocam, que vão além da carne e entraram para acordar aquelas borboletas no estômago, para abraçar um coração, ou no ritmo da sofrência sangrar mesmo, e doer. 

Mesmo na dor, a música ela poetiza a alma, pulsa dentro de nós e acalenta. Ela desperta sensações de prazer, euforia, alegria e emociona de forma singular. 

É sublime, sei lá. As conexões musicais não dão para explicar. 

Todo mundo canta. Até quem não canta, canta ou quer cantar. Cantar faz bem. Alimenta, é saudável. Conecta e desconecta. Liga e desliga. Fora que é gostoso demais. 

Eu que canto, mas não canto, fiquei no meu canto cantarolando esse refrão aí de cima. Acordei. 

Quem mandou você me olhar?