quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Governança Corporativa: Uma nova bússola para as empresas.


Comparada ao “crash” de 1929, a crise de 2008 - iniciada nos Estados Unidos no mercado de “subprime”, acarretou um efeito dominó pelo mundo, que fez com que a utilização das boas práticas da Governança Corporativa se expandisse do Novo Mercado para os diversos tipos de Instituições. Ficou claro que não basta ter Governança, é preciso provar – e fiscalizar.

O incentivo ao consumo, e valorização do mercado capitalista sem a construção de bases sólidas, acarretam crises, ou “bolhas”, que conseqüentemente geram recessões no mercado. A Governança Corporativa, pode atuar como instrumento para a solvência dos mercados, administração de crises e servir como “espinha dorsal”- no apoio a boa gestão. Através de um conjunto de boas práticas, ela garante o interesse das partes interessadas, ou “Stakeholders”, facilita o acesso ao capital, valoriza e contribui para a perenidade das empresas. Seus princípios de transparência, equidade, prestação de contas e responsabilidade corporativa, geram ações de gestão direcionadas a garantir os objetivos das organizações.

Por isso, as instituições precisam ter seus objetivos estratégicos claros e definidos para que a Governança oriente como ela será dirigida. Mas, se fosse uma tarefa fácil ou simples, não teríamos inúmeros e bilionários exemplos de empresas e instituições financeiras sólidas que quebraram, ou quase, nesse período.

A exemplo do que aconteceu com a Sadia e Aracruz, que tiveram prejuízos imensuráveis por assumirem o risco de atuarem alavancadas no mercado de derivativos - sem ter essa decisão acordada com as partes interessadas; passamos a entender a importância da transparência e da comunicação, alinhada com os objetivos da organização. Quando os princípios básicos são quebrados, catástrofes como estas podem acontecer.

Crises financeiras e de crédito, são ativos tangíveis que podem ser rapidamente recuperados. Se consultarmos a série histórica do índice IBOVESPA, a bolsa de valores brasileira praticamente já se recuperou de um ano para cá. Porém, como recuperar a reputação abalada de uma empresa, classificada como ativo intangível e não se tornar personagem afetado pela crise de confiança estabelecida no cenário atual?

A reputação é um juízo de valor que se efetua sobre a imagem, e impacta diretamente nos resultados da instituição. A boa comunicação e transparência são a chave para o sucesso. Quanto mais sólida e forte a reputação de uma empresa, maiores as chances dela atravessar crises sem grandes danos.

Na era da comunicação, integração e inovação, não podemos mais falar que não encontramos meios para dizer ou evidenciar, isso ou aquilo. Quase que por conseqüência natural, os erros locais viram danos globais. Por isso, seguir as melhores práticas passa a ser um “guia de sucesso” que evita empresas como a Sadia, caírem na armadilha de que “Para a Perdigão, ninguém fala não”.

domingo, 23 de agosto de 2009

Educação Pós-Moderna


Celular toca...

- Paulinho, meu filho, acorda e vai estudar!
- Estou estudando, Mãe...
- Paulinho, estou vendo pela webcam que você está deitado dormindo, levanta!
- Ah... Mãe... já estudei muito hoje, só um cochilo...
- Paulinho, acompanhei seu dia pelo Twitter e a única coisa que você não fez foi estudar. Por falar nisso, o que significa a postagem “com a Carlinha no meu quarto” às 14:15h?
- Mãe, a Carlinha é da escola e veio aqui tirar umas dúvidas minhas para a prova de amanhã.
- É mesmo Paulinho? Será que essa Carlinha é a mesma das suas novas fotos no Facebook, da noite “frenética” de ontem, que você me disse que ia passar estudando na casa do Jorginho? Até onde sei, sua prova amanhã é de matemática e não anatomia!
- Paulinho, se eu receber mais um scrap de sua professora pelo Orkut, vou ter que enviar um email formal a diretoria de sua escola com as evidências dos “porquês” de suas notas baixas.
- Mas, Mãe..... eu....
- Paulinho, não tem mas, nem mais... Tô vendo aqui pelo GPS do seu pai que ele estará em casa em poucos minutos e vamos ter uma conversinha, viu mocinho? Assim que ele colocar os pés em casa, te mando um torpedo e quero você imediatamente aqui na sala.

A modernidade chegou para trazer, transparência, conectividade, controle e gestão em qualquer aplicação!

terça-feira, 11 de agosto de 2009

PAI


PAI

Adormeço e me vejo criança.
Você se aproxima com sua roupa de Super-Herói.
Me coloca no colo, me abraça e me beija.
Sinto-me segura e salva.
Você tem um presente para mim.
Abro.
É uma caixa de ferramentas.
De dentro dela sai: amor, valores, princípios, caráter, conhecimento, sabedoria, felicidade, troca, compaixão e muita risada.
Acordo e você não existe mais.
Mas, me olho no espelho e te vejo.


Dia dos Pais, 4º feriado comercial mais popular do Brasil. Pois é Pai, você está em baixa no comércio. Vende-se muito mais no Natal, no dia das mães e dos namorados do que no seu dia.

No comércio você pode estar em baixa, mas em nossas vidas estará sempre em alta. Pai tem um papel fundamental e singularmente masculino na vida de qualquer filho. Até quem “nunca teve” pai, a ausência de pai tem sua representação e provoca diversos resultados.

Existem vários tipos de Pai. Temos o Pai de família, o Pai jovem, o Pai Rico, o Pai pobre, ó Pai ió, o velho Pai, o Pai de todos, o Papai Noel e até o Pai de Santo. Onde a maioria costuma ser o ícone, o sol, o provedor e o porto seguro da família.

Desde os primórdios, o papel do homem, do Pai é claro. Ele é o homem da casa, o que caça e protege, o sábio e o mestre, o super-herói e também o bicho-papão. Ao mesmo tempo que cheira a testosterona, exala o amor em diversas formas de amar. Pode ser o nosso chão, fonte de luz e força, balcão de informação e muitas vezes o “caixa 24 horas”.

Perdi meu Pai há quase completos 8 anos. Fico assustada ao perceber que já se passou tanto tempo; e ao mesmo tempo, como parece que foi ontem que dançávamos pela sala após o jantar, ou quando ele me acordava aos domingos para tomarmos café, me chamando carinhosamente de “João Grandão”.

Sinto saudades, muitas saudades. Ficou um vazio, mas que está completo pelas boas lembranças. Sinto-o vivo no meu dia-a-dia, no espelho, nos meus poros, no meu sangue que corre quente pelas veias. E nenhum arrependimento.

Hoje é dia dos Pais, um dia especial, capaz de selar qualquer rachadura, buraco, distância, e quem sabe mágoas – se ainda existir o amor, ele e você.

Mas, se o seu Pai estiver lá em cima com o meu (e com o Michael Jackson), pegue sua caixa de ferramentas e comemore com muito cheiro de naftalina um Feliz dia dos Pais.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Alcançável Felicidade?

Costuma-se responder quando perguntam, “o que se espera da vida?”, que é ser feliz. Apesar de sabermos que a felicidade esta dentro de nós e que poderia ser um estado constante, chego cada vez mais a conclusão, que para muitos, a felicidade está em tudo aquilo que não se tem. Ela está no cabelo, no corpo, no trabalho, na família, no amor, nas coisas que a gente não tem, e na vida que a gente não sabe se um dia vai ter. Uma eterna busca alcançável, ou não.

Tenho uma amiga que mora na Europa, viaja quase todo final de semana para um país diferente, tem o emprego na empresa mais desejada do mundo e conhece gente de tudo que é lugar. Para mim e para muitos ela tem a vida dos sonhos! Vira e mexe me pego babando ao ver suas fotos na internet e essa experiência que poucas pessoas têm a oportunidade de ter. Ao mesmo tempo, na vida dos sonhos dela, tem muito da minha vida, que para mim – de sonho, só existe da hora que vou dormir, até a hora que acordo – e onde o lugar europeu mais próximo que consigo ir é Friburgo.

Não que ela ou eu, sejamos infelizes. Claro que não! Mas, também não que ela, eu ou você sejamos completamente felizes.

A busca pela felicidade parece ser atemporal e mundial. As pessoas por uma questão natural vivem nessa constante busca. Pode-se estar feliz e ainda sim, buscar a felicidade.

Vivemos nessa constante busca por uma insatisfação, por uma questão de hábito, ou para cultivar e manter uma felicidade já existente?

Acho que para os três motivos.

A gente só pode ficar insatisfeito com o que se tem, por isso a felicidade aparentemente está no que não se tem; e só tendo o que não se tem é que podemos voltar ao ponto inicial da insatisfação. Por isso, o estado de insatisfação é naturalmente constante e normal. Ao comprar uma blusa nova, nos sentimos felizes e lindos na primeira vez que a usamos. Mas, depois de usá-la algumas vezes, deixamos de nos sentir felizes com a ex-blusa nova, e a felicidade passa a estar naquela outra blusa que ainda não temos - e assim sucessivamente.

Temos o hábito de estar sempre na busca de alguma coisa. Mas, através desse hábito temos a possibilidade de atingir grandes conquistas, momentos inesquecíveis e a evolução. O “estar buscando” é o gerúndio que muitas vezes nos norteia, ou nos faz ficar cegos e insatisfeitos em relação ao já encontrado.

Como dizem: se estamos com um pé no passado e outro no futuro, “mijamos” no presente.

Frases piegas a parte, a felicidade é o orgulho do que fomos ontem, somado com o que somos hoje, mais todas as possibilidades futuras. É a capacidade de nos realizarmos diariamente, constantemente e progressivamente. O ser humano tem a necessidade de realização e da conquista para ser feliz - isso é um fato.

Não tenho a fórmula da felicidade nem o remédio contra a insatisfação, mas só sei que não quero morrer da infelicidade de ser felizmente insatisfeita.

Alguém sabe onde posso comprar uma bússola?