quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Ordem e progresso

Rio quarenta graus purgatório da beleza e do caos, dos preços surreais, da justiça com as próprias mãos, das manifestações, do trânsito, do Arpoador.

Rio seu cenário é uma beleza, mas você tá virando terra de Marlboro e cuidado para não colapsar.

Tenho sim uma opinião sobre sair por aí fazendo justiça com as próprias mãos, porém polemizar por polemizar não vou nem começar; mesmo querendo dizer que por mim, pode meter a porrada, amarrar no poste, ou deixar nu em pelo em plena praça pública. Não cabe a mim ou a você fazer isso, nem pedir de natal uma pistola. Mas já que a justiça divina não vem e a justiça civil não vai aonde deve ir, parados não dá para ficar, porque se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. E, a ridicularização dessa bagunça, já ficou ridícula há muito tempo.

Analogando sobre o tema será que na vida pessoal, nas relações somos severos como deveríamos ser, ou para evitar desgastes, evitamos severizar?

Estamos cada vez mais severos com nós mesmos e benevolentes com o outro, por descrença, ou preguiça mesmo.

Conosco, as exigências são muitas: zero por cento de gordura, disposição de atleta, quimicamente invelhecível, psiquicamente analisado, sexualmente uma máquina, intelectualmente um google, espiritualmente evoluído, socialmente responsável, financeiramente sustentável, fora ser bom pai, filho, marido, neto, patrão, vizinho, colega, amigo - tudo dentro do fisco.

Já o outro, difícil esperar. Aí ficamos esperando o inesperado. E como é mais fácil vir mais do mesmo, o desânimo vira uma estatística comprovada, e passamos a achar que a insuficiência é nossa. A cobrança pessoal aumenta e o consumo por anti depressivos, ansiolíticos também.

É amigo, tá fácil para ninguém, mas a benevolência elimina um feedback necessário para o outro e para um Brasil sem ordem e em regresso. 

Educar dá trabalho e não é fácil, mas a educação é fundamental para qualquer crescimento. E, apesar de estarmos em um país muito do mal educado, não nos apeguemos à bolsa família emocional, só para evitar trabalho.


sábado, 1 de fevereiro de 2014

Na riqueza e na pobreza

- Oi, você vem sempre aqui?
- Oi! Não e você?
- Estou sempre circulando... qual o seu nome?
- Amor e o seu?
- Dinheiro.
- O que você procura aqui?
- O amor, e você?
- O dinheiro.

Desde que o mundo é mundo, lá antes de Cristo e depois das conchinhas, a riqueza, o dinheiro, sempre mobilizaram povos, religiões, objetivos de vida e o capitalismo.

Dinheiro é como o amor, ruim com ele, pior sem ele. Amor, dinheiro, dinheiro, amor. Uma relação muitas vezes dependente uma da outra. Você ama mais porque tem dinheiro, ou tem dinheiro porque ama mais?

Uns tem tanto dinheiro que tem medo do amor, outros tem tanto amor que perdem todo o dinheiro.

No amor ou no dinheiro o importante é saber como é a sua relação com eles. Para uns o amor é igual ao dinheiro; amam tanto que esquecem que eles não são iguais. Outros amam independentemente do dinheiro que o amor tem. Para alguns o dinheiro compra o amor. Mas, para os sábios o dinheiro é a consequência de algo feito com amor.  

O dinheiro, ou a geração dele, deve ser o reflexo do que se é. Ele é o resultado dos seus resultados. Já os sem resultados vão buscar no amor o dinheiro que nunca vão ter. E assim o verdadeiro amor dá espaço ao amor comprado por pura pobreza de espírito.

Já vi muita casa rica pobre de amor, e muita casa pobre rica de amor.

Tido por muitos como a maior de todas as conquistas do ser, o amor é o vínculo emocional com alguém, ou com algum objeto. E talvez por essa definição ele se perde no materialismo comprado pelo dinheiro, confundido na necessidade do ter.


O amor acontece, o dinheiro já não sei, porque até para se ganhar na Mega sena é preciso jogar. Já o amor pode ser encontrado em alguma esquina perdido, em uma mesa de bar, ou até numa mesa de totó. Porém, o grande desafio para ambos é sua manutenção e multiplicação, então, que sejamos bons operários e grandes matemáticos nessa vida de ter e sentir.