segunda-feira, 27 de maio de 2013

terça-feira, 21 de maio de 2013

A história do sonho


Acordei, abri a gaveta. Tirei aquele sonho deixado de lado por anos. Peguei-o... ainda tinha formato de nuvem. Não tinha cheiro, forma, mas havia um sentido latente, vivo, apesar de quase empoeirado. Falou comigo, afinal, só dependia de mim, fazê-lo existir. Não foi num passe de mágica, aliás, nenhum passe de mágica aconteceu. Nessa receita de realizar sonhos, não teve mágica, mas magia. O que teve, foi muito trabalho... Tanto trabalho, só para parecer que não se trabalhou - a ponto de parecer, que tudo aconteceu como um passe de mágica. Mágica, ou mágico, realizar sonhos tem um sabor que só quem realiza, consegue entender o medo agradável de sentir. A campainha tocou. E o sonho chegou embrulhado. Não era uma cegonha, mas o motoboy, com você tão bem embrulhado, para não se machucar no caminho. Foi um caminho nem rápido, nem demorado; nem fácil, mas também, nem tão difícil. Foi um caminho do tamanho do tempo e esforço que precisava ter - para poder existir. O tempo exato para não se desistir. E assim, você chegou embrulhado com nome gravado. Nervosismo, emoção, medo, sentimentos não mais engasgados, rasgaram aquele pacote para poder sentir você em minhas mãos suadas. Podia tocar, tinha cheiro, forma, 268 páginas, era a minha cara... tinha vida, eco e todo sentido do mundo, descoberto, registrado... Depois de me sentir tão oca, a ponto de me acostumar a me sentir assim... agora era um enorme conjunto completo de mim. Segurei o meu sonho nas mãos. Me emocionei, me orgulhei, aliviei, respirei, respirei esse novo ar. Nunca havia tocado num sonho, foi como ver a neve. A nuvem se materializou, com nome e sobrenome de A bailarina da loja de tapetes, com preço de prateleira, mas de valor de uma vida inteira vivida, acompanhada da certeza de que nunca mais serei a mesma, pois agora eu sou eu - e vou me lançar.

segunda-feira, 13 de maio de 2013

UMA BELA MENSAGEM DO GILBERTO DO ARPOADOR...


Hoje A bailarina da loja de tapetes recebeu uma cartinha de um personagem muito especial.... O Gilberto do Arpoador, é uma grande homenagem ao amigo Dr. Gilberto Martins – um dos maiores advogados de direito eletrônico desse país - que sempre me motivou a voar, a escrever, e acompanha com imenso carinho essa trajetória. Quando nos encontrávamos, eu dizia: “Dr. Gilberto, um dia, quando eu escrever um romance, vou homenageá-lo”. Não sei se ele acreditou muito, mas em breve, o Gilberto do Arpoador, grande amigo de Bia, minha personagem principal, estará rodopiando pelas livrarias e na sua cabeceira... e nessa amizade literária-fictícia, Bia ou Ana, recebeu a mensagem abaixo:

Era uma vez a menina que via a vida como um balé. Aos seus olhos se sucediam Quebra-Nozes, Lago dos Cisnes, Coppélia, Sonho de uma Noite de Verão, A Bela Adormecida e Cinderela. O coração estava no palco, e não no que ouvia nos ensaios: “pisa na ponta dos pés!”, “contrai o pom-pom!”. Nos entreatos dos espetáculos ela relembrava a suavidade das piruetas comentando para si que só a poesia supera a gravidade.

Era uma vez uma menina que sonhava em levitar. Planar: flanar pairando acima dos acontecimentos, sobrevoando tudo e todos. Era tudo o que queria, e se sentia assim mesmo quando amarrada a negócios e contratos sem fim. Voava por cima dos papéis e aterrissava quando preciso, num jogo-treino diário, perscrutando fisionomias, adivinhando sentimentos, testando reações, fazendo anotações, e escrevendo crônicas ligeiras: esquentando os motores.

Com o tempo, a menina acordou mulher ao ver-se sobre as asas de um tapete. Os rodopios e enleios dos balés ganharam o ar, levados pelos meneios daquele brocado que flutuava, desafiando bússolas e nuvens, riscando o invisível e o indizível, e acenando com franjas para os personagens.

O Arpoador ensina que as montanhas são mulheres e o sol as reverencia curvando-se a seus pés. Palmas, muitas palmas nessa hora, que a poesia decolou!

Gilberto do Arpoador

sábado, 11 de maio de 2013

Nota na coluna da Regina Rito, no Dia - 11/05/13

Notão publicado na coluna da Regina Rito, no Dia hoje. É a A bailarina da loja de Tapetes já rodopiando na mídia. :-) Tomara que os sabores dessa história conquite todas as cabeceiras desse país.


quarta-feira, 8 de maio de 2013

Parte dos rodopios da A bailarina da loja de tapetes - por Ana Corujo


"Essa noite com o Guto me fez lembrar da última vez tive com meu primeiro namorado lá em 1900 e bolinhas, quando senti que o havia perdido. Namoramos anos, e nos embolamos por anos também. Éramos um casal e tanto, super apaixonado e  companheiro. Todos diziam que íamos casar e que éramos feitos um para o outro — e acho que éramos mesmo. Até o dia em que ele me traiu em um happy hour sem sentido, ferindo meu coração juvenil. Naquela época eu não enxergava as nuances entre o preto e branco, ou entendia que a comunicação e o amor são capazes de sanar e perdoar, quando necessário. E no meio desse cinza todo de idas e vindas, veio também a atual esposa dele e o Guto em minha vida — com a chata da Tá. Mas como dois e dois são quatro, não precisa ser matemático para entender que nessas histórias quem sobrava era eu. O que me faz pensar que se o amor é um jogo, o meu só pode ser o Resta Um."




terça-feira, 7 de maio de 2013

Parte dos rodopios da A bailarina da loja de tapetes - Por Ana Corujo

"Quando era pequena, todas as vezes que me sentia assim, inquieta, com medo, eu pegava a caixinha de música que meu pai me deu e abria. Escutar a música e observar a bailarina dançar, me trazia paz, me acalmava internamente... Às vezes até dançava com ela. Mas, ao longo dos anos, esse ritual parou de existir e a caixinha de música ficou esquecida. Cheguei a procurá-la logo no dia que entrei na Tappetum, mas não achei, e nem voltei mais a procurar, de repente pela própria Tappetum me trazer essa paz, só em estar lá dentro."



segunda-feira, 6 de maio de 2013

Adriana Falcão assina a contracapa do livro A bailarina da loja de tapetes - por Ana Corujo


Costumo dizer que se este é o sabor de realizar sonhos, gostaria de poder guardar em potinhos....

Sempre fui  fã e admiradora do trabalho de Adriana Falcão, não só pela sua personalidade, trabalhos e roteiros... Sempre gostei de sua paixão e identidade assinada no que faz, e mais do que isso, sempre gostei dela dizer: " Eu gosto de gostar, gosto de escrever e gosto de gostar de escrever".

Muito bom se inspirar em quem te inspira.

Meu pai, em saudade, sempre me ensinou que o "não" a gente já tinha, e talvez, seja por isso que desde pequena, aprendi a ser aquela chata que só desiste quando se tem o "sim". Mas, neste caso, ganhar o "sim", não foi por cansaço, mas sim, por um encontro encantado. Ana Corujo, Ana Beatriz Leão (personagem principal do livro) e Adriana Falcão, se encontraram nessa floresta literária.

Tentei falar com a Adriana, e ela me ouviu, mesmo sem me conhecer, e nessa conversa abençoada, meu livro recebeu o maior presente sonhado, para sua contracapa de estreia......


“Quando eu peguei os papéis e li “”A bailarina da loja de tapetes””,  Ana Corujo, pensei: que combinação bonita de palavras bonitas. E me pus a bailar pelo texto.

Então constatei que a combinação bonita de palavras bonitas continuava história adentro, e me deu vontade de sentar no Arpoador e de gostar da vida.”

Adriana Falcão, roteirista da TV Globo e escritora.
Escreve para séries como Comédias da Vida Privada e A Grande Família, além de roteiros para cinema.

Obrigada Adriana pela confiança, carinho e palavras.

Ana Corujo


Parte dos rodopios da A bailarina da loja de tapetes - por Ana Corujo

"Lembro-me perfeitamente de quando a ganhei, tinha oito anos. Meu pai chegou com uma caixa de presente e pensei que era um sapato, mas quando senti o peso e a chacoalhei, ouvi um barulho. Não sabia o que era e a desembrulhei com cuidado. Dentro havia uma caixinha de madeira preta de verniz. Podia ver minha imagem refletida nela, de tão brilhosa. Não havia um arranhão sequer. Quando abri a caixinha, meio que por um rodopio, surgiu uma bailarina. Me assustei. Não sabia ao certo o que era aquilo, ou para que servia, mas ao ver aquela bailarina, rodopiando na melodia de Beethoven, senti que aquele era um presente especial.

Lógico que aos oito anos eu não sabia quem era Beethoven. Minha reação foi dizer:

–– Pai, essa não é a música do caminhão de gás?

Anos depois fui entender sobre a música e o bilhete que meu pai havia deixado dentro dela.

Pour Ana Beatriz

A mais simples das minhas mais complexas obras".



Parte dos rodopios da A bailarina da loja de tapetes - por Ana Corujo.


"Percebi que só podemos receber certas coisas quando há espaço. Achei que estava cem por cento aberta para aquela experiência. Mas na prática eu era uma excelente bailarina operacional, e só. Saber dançar, fazer passos perfeitos e certos, faz de mim somente uma boa bailarina mas apenas aquela que se entrega de corpo e alma consegue encantar e levantar o público. Para isso, é preciso estar envolvida, pensar além, criar... A nossa dose certa vem depois de transbordarmos muito, e eu precisava transbordar naquele universo de tapetes, pois só assim chegaria até mim."