sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

O Dono da História.

Que somos donos de nossas histórias parece uma observação meio óbvia. Porém, nem sempre é. Muitas vezes esquecemos que nossas histórias são nossas e outras, queremos ser coadjuvantes nelas, ou até transferi-las para terceiros. Nossa! Quantas vezes quis transferir algumas histórias para “alguéns”, ou “ninguéns”, só para não ter que viver todos os sentimentos possíveis e “sentíveis” de uma bela, ou não história.

Que as histórias tem início, meio e fim, também parece uma observação meio óbvia. Porém, mais uma vez, nem sempre é. Triste ou não, cada um deve viver o tempo da sua história. E os donos desse tempo acreditem ou não, também somos nós.

As histórias mal resolvidas são aquelas que não conseguimos encerrar. Às vezes até encerramos na prática, mas a prática dentro de nós é uma logística bem diferente, não é mesmo?

Às vezes vivemos histórias curtas, mas que ficam vivas dentro de nós por meses, anos e até uma vida inteira. Outras, vivemos histórias longas que quando acabam são esquecidas com uma facilidade impressionante, nos fazendo até questionar se realmente vivemos aquilo, ou como vivemos aquilo por tanto tempo. Tem também as histórias que queremos matar, custe o que custar, pois não nos fazem bem. E tem aquelas que vamos levar a vida toda administrando, simplesmente por nos fazerem sorrir por ainda estarem vivas.

A gente é muito doido mesmo! Por isso relaxe, muitas vezes chegaremos à conclusão que ainda não podemos chegar à conclusão alguma; logo, seguimos ruminando.

O importante é tentar entender como a gente funciona e o que nós precisamos descobrir naquela história e desculpe o linguajar, “foda-se” o que os outros vão pesar. É ele quem esta vivendo a sua história? Com base na “donisse” de nossas histórias, fazemos delas o que quisermos. Só não vale pecar na dose e se arrepender depois. Até no emocional devemos pesar os ônus e bônus de algumas vivências.

Outro dia estava escutando a história de um casal que namora há mais de dez anos. Eles casam esse ano e o comentário default de quem os conhece, são os mil motivos pelos quais eles não devem se casar, pois é obvio que esse casamento não dará certo. De repente é obvio mesmo, mas, será que eles não devem se casar? Se as partes tem a capacidade de se retirar e seguir, de repente não deveriam mesmo casar. Mas, se não. Eles passaram dez anos se preparando para viver isso, com mil sonhos e ilusões. Essa história é deles e talvez tenham que viver até o “não dar certo” para cada um seguir com sua própria vida, e conseguir viver novas histórias. Podemos até, ser surpreendidos ao ver que o casamento deu certo. Vai saber? Só com o tempo e vivendo.

Por isso, faça o que achar que deve fazer para cada história. Descubra as perguntas que você precisa responder a você sobre aquela história. Resolva o que precisa resolver, pois só nós sabemos o que precisamos viver para seguir seguindo. Afinal quem é o dono da história?

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Os Cleydisons da minha vida...

Era uma vez um homem interessante que sempre passava com sua bicicleta. Alto, moreno, atlético, de sorriso tímido e sedutor. Nossos olhares se cruzavam e se correspondiam – por meses a fio. Sonhava com aquele homem interessante todas as noites e imaginava-o todos os dias completando minha vida. Inteligente, bem sucedido, engraçado , cheio de idéias e meu.
Um dia, o homem interessante, parou sua bicicleta e me chamou para sair. Minhas pernas tremeram. Não podia acreditar que aquele homem estava falando comigo. Mesmo nervosa, consegui perguntar seu nome, e quase como poesia ele respondeu: “Prazer, meu nome é Cleydison!”.....

Cleydison? O amor da minha vida se chama Cleydison? Cleydison? Ok, ok, ok. Não necessariamente homens interessantes têm também nomes interessantes e com Y! Mas, ok duas vezes.

Cleydison liga, Cleydison pergunta: “quer que eu te pego a que horas?” e vem me pegar usando uma camisa do Hard Rock Café para um “uncharming” primeiro encontro. E como num passe de mágica, ou em menos de cinco minutos, percebo que “Cruz- Cleydison!”.

Alguns tem um “first date” outros tem um “frust-date”. Mas, os Cleydisons, ou as Catilces da vida, nos fazem perceber como nossas mentes são puras literatura. Criamos estórias e acreditamos nelas veementemente sem qualquer informação adicional, e ao nos depararmos com a realidade, muitas vezes, tentamos encaixar um triângulo num quadrado - simplesmente por querer acreditar que o tal Cleydison, ou a gostosa da Catilce pode virar um Lorde Inglês, ou uma princesa Diana. Será que podem?

Infelizmente, preconceituosamente ou não, e não falando propriamente de nomes; acredito, que esse “legado genético biológico”, demora ainda algumas gerações para desaparecer. Ainda mais se o Cleydison colocar o nome da filha de Claudilene. Então, será que não seria melhor deixar cada um no seu quadrado?

Mas, quem nunca passou por experiências frustrantes? Quem nunca teve estórias, situações, viagens, experiências profissionais, idas a restaurantes, shows no estilo “Denorex” total e “Cleydison” de ser? E culpa de quem?

Culpa da nossa viajante cabecinha, fortalecida pela mídia, pelo marketing e pelo famoso “feeling”, que enxerga o que quer enxergar. Mas, quando a gente se abre para viver a realidade dos fatos - os fatos falam por si.

Triste isso? Claro que não! Feliz somos nós que podemos rir de nossas próprias viagens mentais, tirar nossas próprias conclusões, criar nossas próprias estórias e ainda por cima ser a diversão da galera.

Mas, deixo aqui apenas uma dica: que da mesma forma que podemos nos equivocar com situações aparentemente perfeitas, podemos não enxergar que situações aparentemente imperfeitas podem ser perfeitamente para nós.

Por isso, meu caro leitor, se só situações Cleydisons e Catilces estão aparecendo na sua vida, e você esta achando que o seu jogo do amor é o “resta um”; não se torture ainda mais por fazer, por uma noite apenas um Cleydison ou uma Catilce feliz. Afinal, o Brad Pitt e a Angelina Jolie já apagaram o seu telefone faz tempo!

sábado, 8 de janeiro de 2011

Sexo sem amor.

No fim do ano todos querem sexo, no início do ano todos pedem mais sexo. No carnaval só se pensa e faz sexo. Na TV só sexo, nas músicas também. Nas revistas, sexo. No mundo gay, é sexo saindo pelos poros.

A sexualidade esta a flor da pele e cada vez mais precoce e comum. Sexo, sexo, sexo. Atemporal, sem gênero, sem amor, sem laços. Prazer por prazer? Tesão? Puro hábito? Por que bebeu demais? Por exorcismo do corpo? Necessidade de se sentir desejado?

As razões do sexo são muitas vezes fisicamente inexplicáveis.

Falamos tanto de sexo, de sexo por sexo, como algo carnal, viril. Mas, muitas vezes esquecemos que na maioria das vezes toda essa virilidade e tesão pelo tema, vem do sexo com amor. Ok, não vamos dar tanto peso as palavras, mas falemos das relações com envolvimento emocional. Quando temos algum envolvimento, alguma emoção, o sexo nosso do dia a dia, ganha poesia, cheiro, forma, memória. Ganha um prazer perdurado, marcas no corpo e em nós. E até aquela transa matematicamente básica como 2 e 2 são quatro, vira um 69 espetacular, sem qualquer soma mirabolante, explicada apenas pela matemática da química. Nessa conexão, sempre deixamos um no outro, um pouco de mim e um pouco de você. Por isso, algumas transas não são apenas transas. São seduções, histórias que se iniciam ou que se encerram; e que só existe cenário, por toda essa relação emocional. Gosto bastante de uma frase do Jabor que diz que, o Amor é um texto. Sexo é um esporte. Amor é o sonho dos solteiros. Sexo, o sonho dos casados. Acho que é meio por aí.

Mas, às vezes me questiono sobre o prazer pelo prazer. Até porque se o prazer do sexo estivesse totalmente desconectado da emoção, a masturbação nossa de cada dia seria suficiente para uma vida sexualmente feliz, não é mesmo?

A liberdade nos dá a carta de alforria de nosso próprio corpo e limites - e chego à conclusão que o nosso limite, são nossos próprios valores. Nosso corpo vai até onde nossas crenças deixam. Quando esse limite transborda essa linha, deixa de ser prazer e aprovação, e vira desaprovação ou até agressão, de resultado único: ressaca moral. E com base nesse arrependimento ficamos “polianamente” justificando as razões pelas quais, não se precisa qualquer explicação. Afinal, foi apenas sexo. No mundo dos irracionais isso é fato praticado.

Falando em irracionalidade, muitas espécies de nós conseguem tratar esse tema como simples animais. Já os racionais, se “fodem” emocionalmente, com esse assunto que os irracionais tratam racionalmente tão bem. Mas, jogue a primeira pedra quem nunca deu “umazinha” erradamente muito boa e quem já não amou um sexo muito errado, por simplesmente ser a pessoa certa.

Nosso termômetro sexual é uma combinação de corpo, emoção e conhecimento de nós mesmos. Pode ser nosso lado luz, ou nosso lado sombra. Pode ser uma prática, muito ou pouco explorada. Mas, é singular e só nosso, ou de todos, ou apenas do último grande amor.

O sexo sem amor não tem problema algum, até porque se tiver algum problema, será literalmente apenas um “Se fode aí!”.