sexta-feira, 23 de março de 2018

Cartas para mim.



Já tive muitas verdades, dores, vontades e pensares que erradamente mandei no impulso verbal ou escrito. 

Nem sempre a comunicação, principalmente a vomitada é a melhor opção. Ela não passa de uma ansiedade engarrafada precisando de alívio.

Dizem que o silencio é a melhor resposta, mas nem sempre. A resposta digerida, em minha opinião, é a melhor opção nos casos que precisam de resposta.  Nos que não precisam, o silêncio no mínimo te poupa tempo, energia e saliva. A digestão do impulso emocional nos traz doses de razão e cuidado. 

Deus já dizia (ele me contou um dia desses) que as grandes respostas da vida estão na verbalização dos sentimentos. Quando você consegue traduzir em palavras o que sente, encontrou a resposta.

E para verbalizar, passei a escrever cartas, mensagens, e-mails, whapps para mim mesma quando queria vomitar em outros. Sentimentos feridos, raivas, discordâncias, amor ou desespero excessivo. 

As cartas são os sentimentos em palavras. A partir delas me organizo internamente, e depois do sentimento aliviado, resolvo o que fazer com ele. 

Chamo as cartas, de cartas de excessos. Nelas posso livremente me expressar sem arrependimentos futuros, que certamente teria. Escrevo, alivio, esvazio. Depois de esvaziar, organizo, passo pela peneira, corto uma duas, três ou todas as partes.

Depois de algumas cartas escritas e nenhuma enviada; percebi que a maioria delas era para mim mesma, como um diário, divertido inclusive de se ler após um tempo.

Depois das cartas para mim mesma percebi que as atitudes não precisam de palavras. 


Nenhum comentário: