quinta-feira, 24 de março de 2016

Relações On/Off

A tecnologia vai ficar tão evoluída que as pessoas vão sentir muito prazer em ficar a sós com elas, interagindo por telas, nos momentos escolhidos. Como algo que te acompanha.

Essas tecnologias nos permitem selecionar momentos, risadas, interações, pessoas. As relações ficam on/off. Podemos ligar ou desligar as companhias, o prazer,  a qualquer tempo. Como uma TV, ou uma lareira que esquenta no inverno. Ok. Não temos inverno... Como uma TV ou uma cerveja no calor.

Bem te conecto, bem não te conecto. A intolerância física ficou latente.

Acho engraçado certas coisas. Agora interagimos por telas e ao mesmo tempo cobramos certos moldes das relações físicas. Podemos ser incrivelmente presentes virtualmente, construir laços, mas se não agirmos assim ou assado somos deletados de todos os planos.

O que de fato é tangível? Ser ou não ser?

Desconstruí a construção do assim ou assado. Sentimentos binários no mundo moderno desperdiçam o melhor que as relações podem ter.

O melhor, é o que melhor se pode sentir naquele momento, com ou sem razão. O que te faz bem é o que faz sentido. Ter razão para que?

Desconstruí os formatos das relações e foquei na troca. Se tem troca já vale. Mas as pessoas ainda preferem duelar ou manter-se em constante competição. Como se tivessem que passar de fases.

Quanto mais a gente dá mais a gente tem. Essa doação se multiplica se renova. 

A individualização é individual demais para multiplicar e muito cansativa também. E, o conforto da individualização é pequeno demais para nós dois.

Espero não precisar te mandar uma mensagem para te fazer entender que o seu lugar, o dele e o dela é ao vivo, ao lado multiplicando com todos os defeitos e acertos que uma troca pode ter.

Com o tempo aprendemos que não podemos controlar o tempo. 

Em tempo, sempre há tempo. O sem tempo é o presente que passou.

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