quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Fato x Interpretação


Nem sempre algo que é de fato, de fato é. Aliás, nem sempre o que parece ser, é. Existe uma grande diferença entre fato e interpretação, ou sobre a interpretação do fato.

Toda história tem dois lados, ou vários lados. Um acidente por exemplo, onde um carro bate em outro. O motorista que bateu vai ter uma versão, o que recebeu a batida outra, a pessoa que estava atravessando mais uma e o passante que estava a 100metros de distância - outra completamente diferente desse mesmo acidente. Imaginem as histórias ou fatos que existe envolvimento emocional? Esses então têm infinitas interpretações das mais a menos convencionais possíveis. Tudo vai depender do interlocutor e apego do mesmo a esse fato. Quem nunca percebeu a diferença de uma história quando contada por um homem e depois por uma mulher?

Normalmente colocamos a nossa visão, ou visão que queremos ter dos fatos quando relatamos algo. Podemos até associar a energias cármicas, desejo dos deuses, destino, predestinação, ou simplesmente distorcemos os fatos por puro conforto emocional.

Míopes, ou vítimas de nós mesmos; nos boicotamos emocionalmente para ter aquele “quentinho de felicidade” tão gostoso, e que faz com que tenhamos a maior esperança do mundo.

Vivemos muitas vezes movidos a esperanças que já morreu faz tempo. De repente é dai que veio a expressão: a esperança é a última que morre – principalmente quando não queremos encarar alguns fatos. Por exemplo: um pai que não quer ver que seus filhos cresceram, que sua filha não é mais virgem, ou que ele é gay. Fazendo com que fiquemos nas entrelinhas da vida real e ilusão, entre o fato e interpretação, e entre a razão e emoção.

Acontece também que os fatos não ditos, abrem margem para inúmeras interpretações e elucubrações. Acho engraçado que muitos dos homens que termina um relacionamento costuma dizer: “A mulher era uma louca”. Será? Tudo bem que tenho que concordar que muitas mulheres são descompensadas ou ficam, quando se sentem rejeitas ou feridas. Mas, o quanto esses homens não contribuíram para a loucura alheia? Será que se escutássemos a versão da “louca”, ela seria tão louca assim? Será que não foram tantos fatos e fatos não ditos que a enlouqueceram? Não sei, mas vale sempre avaliar friamente os lados de uma mesma história para chegar a qualquer conclusão.

A única coisa que sei é que viver será sempre uma grande loucura, acompanhada de falsas verdades, verdadeiras mentiras, cheias de fatos e interpretações; onde o objetivo principal é, e sempre será a felicidade. E, olhando por esse aspecto, será que nesse caso os fins não justificam os meios?

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