terça-feira, 4 de julho de 2017

A realidade tem um sabor que a imaginação não sabe


Às vezes preciso sair da realidade para escrever sobre a realidade. A realidade tem um sabor que a imaginação não sabe. 

Viver são fatias do imaginado e é proporcionalmente igual à decepção. O imaginado não existiria se igual fosse ao real. Tudo que é igual não se diferencia. E por isso a realidade tem um sabor que a imaginação não sabe. 

Talvez seja por isso também que preciso sair da realidade para percebê-la. Às vezes brinco de brincar no mundo do “se”, “se” eu tivesse escolhido outra profissão, “se” eu não tivesse me mudado, “se” meu pai estivesse vivo, ou “se” eu tivesse vivido alguma história que não vivi. 

O “se” nos serve para enxergar o “é”. “É” essa profissão que tenho, “é” essa a cidade que vivo, “é” essa lembrança que tenho e “é” essa história que vivo. “É” essa história que vivo, “é” essa história que vivo. Ecoar muitas vezes é importante para enxergar a nossa realidade. Boa ou ruim “é” esse o sabor. 
Sabor que teimamos em achar amargo ou doce demais. Pouco ou muito - os excessos escassos de uma realidade. 

Foi gostoso reparar o quão saborosa é a realidade. 

Reparar no sentido de notar, observar ou conseguir perceber; não no jeito transitivo direto de restaurar, por em funcionamento, recondicionar. Se bem que às vezes precisamos restaurar certas coisas para repará-las. 

Quando achei que distante estava do imaginado, reparei que a realidade me estapeava com a cor branca da segurança - somada  ao colorido da felicidade do dia-a-dia. 

O hoje é colorível e reparar é cuidar.

O “se” será sempre um “se” quando não tornado em “é”. E o “é” não pode ser pisoteado e massacrado pelos possíveis “ses” que na maioria são utópicos. 


Quando descobrimos o tempero certo da realidade, entendemos que o sabor dela é inimaginável. 

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