terça-feira, 19 de dezembro de 2017

A febre digital do Blockchain


O mercado está falando cada vez mais do universo das criptomoedas e blockchain como uma opção tecnológica de fazer negócios sem intermediários.

Ao mesmo tempo que falam, existem muitas dúvidas quanto a usabilidade e como ele vai mudar o ambiente financeiro nos próximos anos.

O mundo digital vive um paradigma atraente com esse novo mercado que por hora está sendo usado para especulação.

Vale entender primeiro que a plataforma blockchain, um livro criptográfico de registro virtual, foi desenvolvida para dar suporte a cyber moeda bitcoin – a primeira das cybers moedas, criada em 2008, por questões de segurança e registro das transações.

Um aspecto curioso sobre uma das motivações para a criação do bitcoin, pelo pseudo japonês Satoshi Sakamoto – pseudônimo usado pelo criador ainda misterioso, ou não. Foi a privacidade totalmente invadida e descoberta nos dias de hoje e que tende ser cada vez mais exposta. A necessidade de um ambiente fechado, seguro e anônimo foi uma das grandes motivações para a criação da operação da cyber moeda.

Mas o que era de se esperar, ou não, é que o feitiço muitas vezes vira contra o feiticeiro. Ou melhor dizendo, o homem desenvolve inteligentes e boas tecnologias e depois fica refém delas, ou as usam mal – outro paradigma. O seguro e privado ficou perigoso e se tornou um oceano azul para o crime e atividades ilícitas.

Deixando o crime de lado que as regulamentações resolverão ou mitigarão isso no futuro e voltando para a tecnologia; ao longo desses curtos anos de experiência nesse mercado, o blockchain passou a ser percebido como uma plataforma inviolável interessante e opção para fazer transações não só de moedas virtuais, mas também para registro de transações de processos, documentos e outras ações passíveis de registro.

Porém, esse sedutor mercado, ainda pouco usual, devido a seu caráter duvidoso quanto à segurança por ausência de um terceiro de confiança no processo e da obrigatoriedade de identificação das partes no processo, nos deixa inseguros quanto a substituição de certas tecnologias e operações.

O que o mercado sabe, mas não sabe, é que existem tecnologias prontas regulamentadas e com validade jurídica que atendem também essa necessidade que o blockchain cumpre a custo baixo, com segurança, por passar ou ser registrada por um terceiro de confiança.

Posso citar aqui o carimbo tempo e a assinatura digital que registram e dão legitimidade a um processo, documento e qualquer operação que uma empresa ou você queira transacionar. Além disso, nessa operação pode ser agregado a biometria para identificação do indivíduo responsável pela ação.
Por exemplo;  tenho visto na área de varejo e transportes o uso da plataforma blockchain para rastreabilidade e registro de ações e transações de uma cadeia de processo. Esse mesmo projeto poderia ser feito utilizando o carimbo do tempo, um selo que atesta data e hora exata que uma transação eletrônica aconteceu com validade legal incontestável – quando emitido por uma Autoridade com poderes para isso.

No mundo das tecnologias, assim como na vida, não existe melhor ou pior. Tudo depende da necessidade de cada um e os riscos que estamos dispostos a assumir. Para o mesmo fim existem diferentes formas de chegar até ele.

Porém, uma coisa é sabida. O que o mercado busca e sempre buscou é confiança, transparência e validade jurídica. Então que surfemos nessas soluções que melhor atendem aos nossos processos de negócios e ao compliance das organizações. 

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