quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Deus no Céu, Google na terra


Um homem perdido, desgostoso da vida, resolve conversar com Deus:

- "Deus, me ajuda! Como posso encontrar as respostas para os grandes questionamentos da vida?"
Deus responde:
- "Já procurou no Google?"


Isso é uma pequena brincadeira, mas definitivamente encontramos tudo no famoso Google. Para os que não sabem o Google foi criado em 1995 por dois estudantes de doutorado de ciência de computação da Universidade de Satanford, na época com 23 e 24 anos. Seu nome é um trocadilho feito por um matemático para representar o número 1 seguido de 100 zeros (ou 10 elevado a 100). Segundo o Google, esse nome foi escolhido pra refletir a missão da empresa: a de organizar a enorme quantidade de informações disponíveis na Internet. Claro, que peguei essa informação no próprio Google, em coisa de 5 segundos!

Cada vez mais ficamos dependentes dessa ferramenta capaz de identificar, classificar, traduzir, mostrar imagens e qualquer tipo de informação classificável. Considero o Google maravilhoso, parte integrante do meu dia-a-dia, mas você já experimentou colocar seu nome nesse poderoso buscador? Se não apareceu nada baby, fique preocupado! Você é literalmente um “Zé ninguém!” e sem realizações e por esse motivo mexa-se, ou não! Mas, se você possui vida ativa na internet, ganhou alguma rifa, passou em algum concurso, ou postou algum comentário em qualquer blog, seu nominho e de mais 865490 xarás aparecerão lá. Já percebeu como existem vários “vocês” pelo mundo?

Fiquei muito surpresa com a quantidade de resultados mostrados relacionados ao meu nome: um paper de quando fiz intercâmbio de 13 anos atrás, com foto, estava lá; comentários que postei em um blog solicitando dicas de viagem, estavam lá; resultado de monografia, currículo, dados de contato, também estavam lá e até duas faixas de um CD brega que gravei há anos atrás de codinome “Em Ritmo de Forró, Calipso e Brega” apareceu, fazendo referência ainda como cantora intérprete, junto com Ana Carolina e outras... tive que rir! O que me deixa intrigada e preocupada é com essa tamanha exposição de vida. E se eu quisesse esquecer esse passado? Não posso? E se eu não quisesse expor essas informações e a minha imagem? Agora estou aprisionada pelo Google? Quais são os meus direitos como usuária, ser humana, internauta, sei lá...? Será que o Google não é o mais novo “detetive cibernético”?

Esse questionamento valeu uma pesquisa, claro, no Google. E achei diversos artigos falando sobre sua violação quanto à privacidade de informações e que é possível retira-las quando indesejadas ou não verídicas. Quanto a processos jurídicos e tal, isso fica um pouco mais complicado porque o Google não tem responsabilidade sobre as informações, ele apenas as indexa no site como um classificador de informações disponíveis - coletadas “hitechmente”, claro!

O mais engraçado disso tudo é o fato de não mais podermos ser anônimos, de não mais querermos ser anônimos principalmente. Pois, ser anônimo na internet é ser um excluído digital, alguém sem conquistas, literalmente sem resultados, sem registros! Hoje os bebês já nascem com emails e sites. A criança antes de respirar já está exposta na internet. O quão saudável isso é? Quais são os riscos a essa exposição toda em Orkut, blogs, fóruns e infinitos outros sites onde nos expomos ingenuamente, ou não, pelo simples fato de se expor?

Toda e qualquer exposição envolve riscos e cada um de nós deve ficar alerta e saber a necessidade de expor a delícia de ser o que é por simples confete.

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