terça-feira, 5 de abril de 2011

Habituei-me


Deitado na cama fechei os olhos, mas...
A luz do relógio piscava...
O tic-tac do relógio de pulso soava...
A imagem da porta do armário aberto ilustrava...
A vontade de ir ao banheiro pela 3ª vez continuava...

Levantei, coloquei uma blusa sobre a luz do relógio, o outro guardei na gaveta do quarto ao lado, fechei a porta do armário, fui ao banheiro e aí sim, consegui dormir.

Qual a sua mania?
Dirias que és um “maniento” ou “enta”? Um desses seres cheios de manias?

Pois é... tenho percebido que com a idade e a individualidade passamos a adquirir muitas, mas muitas manias. Algumas esquisitas, outras nem tantas - apenas hábitos rotineiros, digamos assim. Mas, as manias exacerbadas, aí já são consideradas “TOC” – Transtorno Obsessivo Compulsivo, e aquelas excessivamente repetidas “cacoete”. Mas tanto mania, “toc” ou cacoete, são considerados maus hábitos pela psiquiatria.

O ser humano é um bicho esquisito mesmo. A gente faz caras e bocas, sozinhos ou não, ficamos obcecados com limpeza, arrumação, cheiro, detalhes, em perguntar “Por quê?”, dizer “não”, a reagir, roer as unhas, coçar a cabeça, gesticular. Criamos um jeito de andar, vestir, falar, falar com repetições e jargões. Vemos o que não existe, acreditamos em coisas “placebamente”, falamos sozinhos e encenamos situações imaginárias. Tem gente que não dorme sem meia, ou sem sutiã. Que não pega em dinheiro e que após o sexo sai correndo para tomar banho.

Somos um repositório de manias e hábitos que vamos acumulando ou apenas nos apoiando para sanar algumas deficiências só nossas. Hábitos repetidos, ou manias, orientam um cérebro desorientado. Preenchem espaços ou rotinas vazias. Evita o erro, a falta de palavras ou caras inesperadas. Supre ausências. Se não nos trouxessem algum prazer ou conforto físico, emocional, até intelectual, não repetiríamos tanto, não é mesmo?

Mas, não nos desesperemos ao ponto de achar que somos bipolares ou perturbados mentais. Não é por aí. Somos uma marca e uma marca para ficar bem clara na mente do consumidor precisa ser comunicada repetidamente. Mas, essa repetição não pode ficar chata, ou cansativa. A dose certa é aquela que marca - sem ser percebida, onde você posiciona o seu consumidor com suas “manias” e “chatices” de forma “agradavelmente singular”.

E é por isso, e sem que percebas, é que tenho “Mania de você”.

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