domingo, 3 de maio de 2009

A Comunicação e o Medo


Entramos na era do medo. Há duas semanas que o mundo não para de falar sobre a “Gripe Suína”, “Influenza”, “Nova Gripe”, ou “Gripe A”. O mundo virou de cabeça para baixo com tantas especulações. O medo juntado com a falta de informação contaminou muito mais rápido a população que qualquer “porquinho” não-contaminado.

Felizmente a classe suína conseguiu ser absolvida da culpa por tal disseminação e interrompeu o seu Holocausto! Só no Egito sacrificaram mais de 300 mil porquinhos por precaução! Mas, até explicar que nariz de porco não é tomada, a “costelinha” e o “tocinho” de cada dia, por questões literalmente de saúde entrou em recessão.

Com essas situações é que vejo a importância e a força – da comunicação e marketing.

Que a Gripe A, ou como queira chamar, vai chegar ao Brasil, isso vai (já avisou nosso Ministro da Saúde - Temporão, sobre maus tempos que virão). Porém, ainda não chegou! Temos que nos preparar, mas nada de ser como “peru que morre de véspera”! Hoje de concreto só temos poucos casos suspeitos por aqui. Porém, curiosamente segundo a ONU, em cada minuto dez crianças morrem por desnutrição no mundo! Só que isso não dá mais mídia, já saiu de moda, e não impacta mais tempestivamente a economia.

Quantas pessoas morrem por dia no Brasil no trânsito, de fome, bala perdida, doenças e violência em geral? Mas, isso também não é mais novidade, pelo contrário, já faz parte do nosso dia-a-dia. É o conhecido que aprendemos a conviver e administrar.

Meio paradoxal tudo isso, não?

Por essas e outras, que vejo como a comunicação, ou a falta dela, impacta no mundo e em nossas vidas. Como o medo, conhecido e desconhecido nos move governadamente ou não. A familiarização com o desconhecido gera o conforto e a ausência do medo. O que era desconhecido passa a ser conhecido e o que é conhecido se administra ou aceita.

Não estou desvalorizando a importância dessa nova gripe, porém percebo como desvalorizamos muitas outras coisas importantes, simplesmente por terem caído no esquecimento nosso ou mundial. Matamos mais de 300 mil porquinhos enquanto o mundo morre de fome. Será que vão querer exterminar também as pessoas gordas como um leitão, só porque a gripe suína passa de pessoa para pessoa?

Brincadeiras a parte a era do medo está chegando, com doenças, aquecimento global, recessão econômica e muitas coisas desconhecidas fruto da evolução destrutiva natural. Porém, nosso medo não deve ser de morrer, mas sim de não viver, pois antes uma gordurosa vida curta e feliz do que uma magra curta vida sem sal.

Nenhum comentário: