terça-feira, 23 de junho de 2015

Pra ontem...


Temos muitas urgências no dia a dia. De todos os gêneros, de todos os graus.

Urgência de falar, comer, comprar, transar. Urgência de conhecer alguém que nunca conheceu – na mesma velocidade urgente de se livrar dessa mesma pessoa, que você só conheceu.

Urgência de acabar uma reunião e recuperar a vida no celular.  Hoje nada mais desesperador do que acabar a bateria do telefone e não existir um carregador por perto. Até nome para essa sensação já inventaram; é a Nomofobia. Sabiam disso? Essa angustia devido à impossibilidade de se comunicar através de um celular.

Estamos movidos a essas urgências momentâneas, para saciar, nós grandes insaciáveis. Atendemos a essas urgências, e logo mudamos para outra, num espaço de tempo muito rápido. E assim seguimos nesse ciclo dinâmico saciando o insaciável.

Exemplificando: Sabe aquela urgência que bate quando conhecemos alguém novo super interessante? Temos urgência de consumir aquela pessoa o mais rápido possível. Consumir aquela pessoa ou a história com ela, de um jeito para ontem, porque não podemos esperar amanhã. Ou simplesmente porque não sabemos se vamos querer amanhã.

O grande problema disso tudo é que o nosso emocional tem um tempo mais lento de digestão dessas informações consumidas. Na maioria das vezes o nosso tempo emocional é diferente da nossa urgência.

Em uma discussão, por exemplo, somos movidos pela urgência de colocar para fora a situação em questão. Queremos nos livrar daquele desconforto ou qualquer sentimento gerado naquele momento, com isso muitos excessos desnecessários acontecem. Quando esperamos um tempo para o emocional digerir, reagimos de forma muito mais sábia.

Mas quem consegue controlar tudo isso? Buda?

Essas urgências nada mais são que nossas angustias internas. Saciamos a curto prazos ausências de longo prazo.

E como nosso emocional não tem esse ritmo acelerado. Quando consumimos algo muito rápido, ao invés de gerar sabor, satisfação e envolvimento, gera-se rejeição, repulsa, desconforto. Toma um milkshake gelado de 500 ml em um minuto... por mais saboroso que ele seja, o mesmo não foi feito para ser consumido em tão pouco tempo.

Por isso, mocinhas e mocinhos, por maior que seja o tesão, a vontade, a urgência, pense no tempo emocional necessário para falar certas coisas, fazer certas coisas, cobrar certas coisas, comer certas coisas, comprar certas coisas, apagar certas coisas, mas principalmente dar certas coisas.

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