terça-feira, 24 de março de 2009

O Remédio para o Veneno


Outro dia uma pessoa muito sábia me disse: “A diferença entre o remédio e o veneno é a dose”. Fiquei pensando muito sobre esta simples frase; e percebi que as doses de mim mesma difere de onde estou para onde gostaria de estar, ou com quem quero estar. Impressionante como muitas vezes o não saber dosar destrói situações, relações e realizações.

Dosar nós mesmos, a verdade, os sentimentos, o ciúmes, o amor, a culpa, a cobrança a tolerância, o falar demais, e até mesmo a felicidade - são ingredientes para uma uma vida inteligente, serena e feliz. Mas, quem consegue?

Quem consegue não se meter na vida de quem gosta; não demonstrar quando está louco de amor; esperar ele ou ela ligar; emitir sua opinião só quando te perguntam; não ficar irado quando toma um bolo; aceitar as as falhas do outro; não sentir ciúmes quando se sente ameaçado ou inseguro; não ficar abalado quando é chamado atenção no trabalho; não mudar de humor quando contrariado, ou quando tem uma expectativa frustrada?

Quem consegue agir na dose certa as situações que acontecem e que podem acontecer no dia-a-dia? Acho que nem Dalai Lama seria capaz de ter essa paz de espírito assim tão naturalmente; pois se tivesse não ficava meditando tanto! E hoje quem tem tempo de sobra para desestressar meditando e se tornar um monge Tibetano budista?

Somos seres humanos normais que não admite levar desaforo para casa, ser feito de idiota, ser desrespeitado, mal servido; e inúmeras outras coisas que não permitimos mais que façam conosco, pois já aturamos muito de tudo isso nesse país e sociedade. Por essas e outras razões, acredito que desenvolvemos a síndrome do “comigo não!”.

“Você fala assim com a sua mãe, avó, tia, amiga, comigo não!”; “Você marca e não aparece com os outros, comigo não!”; “Você pega dinheiro emprestado e não paga a sua família, comigo não!”; “Esse seu jeito pode funcionar com os outros, comigo não!”; “Você disse que me ama mais que tudo, mas vai agir assim com seus ex, comigo não!”; “Você se vende assim no trabalho, comigo não!”; “Você vai ser João sem braço com outra pessoa, comigo não!”.... e assim vamos pontuando isso e aquilo na vida e aos outros. Mostrando o que somos, a que viemos, o que esperamos, ou exigimos – mas, acima de tudo que não somos nenhum idiota, afinal “comigo não”.

Nem todos são arrogantes em recuperação como eu. E os menos arrogantes, na minha opinião, sabem dosar melhor essas situações “comigo não, violão!”. Mostram de forma inteligente e na hora certa que “com ele não!”. Com atitudes transformam o veneno em remédio, ou um idiota em inteligente - e assim conquistam o mundo, mas principalmente o que querem! (que ódio!!!!).

Se você é como eu - idiota que se acha inteligente e que morre com seu próprio veneno. Vamos “trocar figurinhas”! Me mande um email com seus ganhos sendo assim; e eu te mostro minha coleção na parede de “pagadões”, discursos lindos, situadas no outro maravilhosas e um monte, um monte de frustrações.

2 comentários:

Marcelo Henrique Marques de Souza disse...

Oi, Ana.
Quando fui procurar uma foto do autor daquele livro que você me indicou, na internet, descobri que já tinha assistido a um vídeo dele na pós-graduação. Sou professor de filosofia e tenho algumas críticas a fazer ao posicionamento dele em relação ao saber filosófico. Mas só vou publicá-las se você permitir, afinal, foi muito gentil em me oferecer a indicação. Fico aguardando sua resposta.
Beijão

Iris Emanuela disse...

Oi Ana. gostei muito desse seu texto...tem muito a ver comigo..e já passei por várias situações parecidas com as que você citou.

Não aprendemos nunca a dosar as coisas não é mesmo?

Ah, temos uma amiga em comum a Marina, trabalhei com ela em uma editora.

=*