segunda-feira, 16 de março de 2009

Cultivando o Otimismo


Abro o jornal, só desgraça. Abro a conta bancária, só desgraça. Subo na balança, só desgraça. Chega a fatura do cartão de crédito, só desgraça. Olho para minha vida amorosa, só desgraça. Analiso as perspectivas profissionais, só desgraça. Converso com pessoas - e só desgraça. “Oh vida! Oh céus!”.

Se identificou?

É muito mais fácil se contaminar com a negatividade do que com a positividade. Assim como é mais fácil também sermos vítimas da vida. Pobres coitados de nós sobreviventes - lutando nesse mundo cruel por um suspiro de felicidade e sanidade, não é mesmo?

Somos vítimas do capitalismo, da mídia, da estética, da sociedade, do governo, da violência. Somos vítimas até de homens e mulheres que nos juravam amor eterno... Deus, Por que você criou a terra e o homem? Para que a terra destruísse o homem, e o homem a terra e a si mesmo?

Epa, epa, epa! Vamos parando com esse discurso literalmente péssimo! Se eu continuar “linhas a dentro” nesse baixo astral, não termino o texto, pois ninguém consegue cortar os pulsos , escrever e se lamentar ao mesmo tempo.

Aqui vai um alerta, meu caro pessimista leitor:

Segundo uma pesquisa recente em Chicago - Estados Unidos; os otimistas vivem mais que os pessimistas. Não porque os pessimistas morrem por não conseguirem se aturar ou se matam. Mas sim, por terem um índice de doenças crônicas maior que os otimistas.
Essa pesquisa feita com um grupo de mulheres mostrou que as otimistas - aquelas que sempre esperam o melhor - tinham 14% menos probabilidade de morrer de qualquer causa do que as pessimistas; 30% menos chance de morrer do coração. Menor tendência à hipertensão, à diabete e ao tabagismo.

Já as pessimistas ou cinicamente hostis tinham 16% mais probabilidade de morrer em comparação com as mulheres que eram menos cinicamente hostis; e também tinham uma propensão 23% maior de morrerem de câncer.

É mulherada amarga que busca a longevidade com ou sem plástica... Comece a mudar o discurso, leia o livro “Poliana”, se apegue nas teorias do “O Segredo”, coloque Buda em seu coração, aproveite o resto das liquidações, faça um sexozinho de vez em quando; mas principalmente - mude a lente e forma de tratar a vida e a si mesma.

Mas, se você não é mulher, ou seja é homem (independente da escolha sexual) - e está achando que essa pesquisa não se aplica - por ser prático e menos lamentador que nós mulheres. Saibas que o stress causa infarto e que homens enfartam mais que as mulheres. Por isso, não assista o campeonato brasileiro se seu time não vai lá muito bem; desligue o Iphone, Blackberry, notebook; saia para tomar um chopp com os amigos e contar vantagens (afinal, homem não fala ou rumina sentimentos); e arrume uma morena ou moreno assim como eu – que rapidamente perceberás que sua vida é só alegria!

É pessoal, cultivar o otimismo é que nem fazer parte do AA: “Só por hoje!” - e que assim seja todos os dias. Afinal, até uma linda rosa tem espinhos.

Um comentário:

Marcelo Henrique Marques de Souza disse...

Acho, entretanto, que existem muitos otimistas que são mortos-vivos, alienados pela própria falta de discernimento.

Quanto a pesquisas dos EUA.. não tarda e eles se contradizem. Eu chamo isso, essa tendência dos norte-americanos de definir questões por estatísticas, normas, médias e outras fontes volúveis, de "sociologia do crioulo doido"..rs

Conheço duas frases muito boas sobre isso. Uma do Saramago. Perguntado sobre seu pessimismo, ele responde, na lata: "Eu não sou pessimista: o mundo é que é péssimo".

E a outra, não me lembro do autor. Diz assim: "Sou um otimista; mas um otimista que carrega um guarda-chuva"...

Um pouco das duas...

Beijos