Um novo ciclo tem um sabor de dor e felicidade ao mesmo tempo. Dor porque, infelizmente, somos muito apegados ao passado, e nem sempre o velho ciclo era ruim — ele apenas não cabe mais. E até o que foi ruim, temos dificuldade em desapegar. Para que tanto apego, se precisamos praticar o desapego?
Felicidade porque — quem não gosta do novo, da descoberta, do inesperado e daquele frio na barriga? A novidade pulsa, e os desafios também. É como cortar o cabelo: por mais que esteja com pontas, minguado e sem brilho, a incerteza do novo corte dá insegurança, medo de não ficar bom — e depois, todo um processo de adaptação. E quando não fica bom, nos punimos pela má escolha.
Não adianta fingir que não sabemos quando um ciclo se encerra.
Crescer, evoluir, ser maior, mais espiritualizado, e se tornar aquele que descobre as insignificâncias é, também, abrir mão de muita coisa — e de muitas pessoas.
Agradeço à maturidade, que me ajuda a sofrer menos com certas decisões — mesmo quando Nossa Senhora do Ego vem me atormentar.
Só sei que os novos ciclos sempre precisarão dos antigos para existir — e talvez esteja aí a resposta que a gente tanto busca. Não seríamos quem somos se não tivéssemos passado pelo que passamos. Querer permanecer no mesmo ciclo é imaturidade emocional. Entender que a vida é cíclica é liberdade emocional.
Feliz novo ciclo!
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