quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Meia Noite sem virar Abóbora.



Ai ...Meia Noite em Paris. Quem não viu o filme, deveria assistir. Não só pela fotografia, porque Paris apesar de não ser o Rio de Janeiro; sempre será Paris - a cidade luz e que mais exala romantismo no mundo inteiro. Além de cenário, trilha sonora, bons atores e excelente roteiro. O filme retrata cada vez mais explícito o brilhantismo de Wood Allen - que vem se superando a cada filme, com maturidade e a marca de sempre.
É exatamente sobre isso que quero falar, sobre o brilhantismo, a “Idade do Ouro” – que tanto o filme fala e busca mostrar.
Um roteirista Hollywoodiano escolhe Paris nos anos 20 para desenhar a história de seu primeiro romance, época que queria viver. Com um roteiro “brincalhão no tempo”. O escritor pôde viver sua história nessa época, no petit comitê entre os gênios da pintura, música, literatura – da arte em geral que lotam museus, galerias e que fomenta o mercado cultural nos tempos de hoje, e que irá fomentar nos tempos eternos. Afinal, estamos falando de história, de patrimônio histórico.
Quem tem o prazer e interesse de viajar e estudar um pouco sobre arte/ história; poder ver ilustrado no cinema a “boemia cultural” de Picasso, Dali, Ernest Heminghay, Zelda e Scott Ftizgerald, Gertrude Stein, Cole Porter, Henri Matisse, Luis Buñel, entre outros artistas, que viviam na mesma época, eram amigos e circulavam nas mesmas “festinhas”, é um tanto quanto interessante. Ilustrativo mesmo, daquilo que lemos nos livros ou vemos em museus.
Mas, o que tanto encantava nos anos 20? Naquela época, o que tanto encantava a estes artistas, era a era Renascentista. Assim como o que tanto nos encanta nos tempos de hoje é a era da Bossa Nova, dos Beatleas, dos Rolling Stones – por exemplo.
Porque sempre achamos que o brilhantismo está num passado? Que a “Era ou idade do Ouro”, é sempre outra que não a nossa, que não fazem mais artistas ou pessoas como antigamente? Ok. Vou tirar a palavrinha “sempre”, porque seria radicalismo demasiado. Mas, a grande sacada é perceber que toda era é a “Idade do Ouro”, pois sem a era passada a atual não existiria e a futura não poderia existir. Cada era, de certa forma é a base, faz parte de uma evolução que querendo, ou não, você e eu iremos viver, nossos filhos e netos também. Até o grupo “É o Tchan” dos anos 90, ou o Funk dos anos 2000, tem o seu papel na arte da sociedade. Ok, estou fazendo força para pensar em qual - ainda mais depois de falar de Pablo Picasso.... mas foquemos no conceito da obra prima como um todo, ok?
Naquela época dos anos 20, não existia a Apple, Play Station, filme em 4D, e-commerce, ou ir a Lua. Indo mais trivialmente, não existia o Valium, Tylenol, silicone e nem o Miojo!! Vai dizer que isso não é arte e que não é brilhante? Sem falar nos Google Apps, GPS e toda essa conectividade. Isso não é brilhantismo?
Cada era tem o seu quadrado, o espaço evolutivo que pode ir até transbordar, e transbordando, vira uma nova era e assim sucessivamente.
Mas, trazendo isso para o cotidiano, vale pensar por que somos eternos insatisfeitos, que o jardim do vizinho é sempre mais bonito que o nosso, que a mulher do outro também é melhor que a nossa, que estamos sempre gordos, ou recamando de tudo que a gente tem e não tem.
A nossa era atual é a “Idade do Ouro”, é o brilhantismo que podemos ter com o que nós escolhemos, fazemos e que a vida nos disponibilizou. E o hoje será a base de nosso amanhã. Por isso, foquemos e brilhemos no hoje, pois quem fica com um pé no passado e outro no futuro, mija no presente.

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