sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Amor em tempos de Tinder

Será que deveríamos ser menos exigentes com o amor, ou o amor deveria sem menos exigente com a gente?

Amar virou uma equação complexa nos tempos modernos, composta por muitas variáveis. Tantas que nem sei se temos a capacidade de encontrar uma resposta exata. Um mundo cheio de vida e cada vez mais vazio de amor.

O medo invadiu o verbo amar e isso fez com que deixássemos de andar com ele para andar contra ele ou fugindo dele.

Bairro, profissão, hábitos, interesses, idade, filhos, casa própria, ele ou ela, família, praia ou montanha, sexta ou sábado, você faz trilha?

Pois é... tanta felicidade no facebook, nossa identidade digital, mas nos bastidores só nós sabemos a dor de ser o que é. E respondendo: Não, não faço trilha, não acampo e acho desnecessário ir da barra a Niterói às 6am em pleno sábado de bicicleta. Não digo que gosto quando não gosto e não faço joguinho. Falo quando estou a fim de você, da mesma forma quando não estou, ou que estou com saudades, porque ainda acredito no tentar e na beleza dos sentimentos. Serei eterna defensora das palavras que devem ser ditas e que estão cada vez mais esquecidas nas entrelinhas da rotina da comunicação escrita. Qual o som da sua voz mesmo?

Ei ei, você que está aí sozinho no limbo da farra de vida cheia e coração vazio; já ouviu falar do Tinder aplicativo no celular do momento?

Me pediram para escrever e cá escrevo sem qualquer preconceito ou vergonha, até porque em tempos da servegonhice digital exposta em telas, seria até irônico você ter vergonha de estar em um aplicativo para relacionamentos.

Oriundo do site match.com, dono do Par Perfeito, sua estreia no Brasil, foi um fenômeno de bugs por conta do volume de acessos. Muito me impressiona como o efeito brasileiro é algo devastador no campo da adesão e acessibilidade. Somos um povo que pulsa, que busca, antenado e que adere a qualquer moda.

Mais do que avaliar o aplicativo, relatar experiências, ou qualificar o nível das pessoas. O que me chamou a atenção foi a rápida adesão, o volume de pessoas - o colocar a cara a tapas quebrando o paradigma pejorativo do mico dos sites de relacionamentos, ou de qualquer outro canal não ocasional para se conhecer pessoas.

Disponível para qualquer que seja o seu objetivo: sexo, paquera, relacionamento sério, ou micareta online; o que não quero mascarar aqui é a vala comum do que já se vive. Essa adesão toda mostra que há espaço para sexo, paquera, relacionamento sério, ou micareta online – porém, na minha mais sincera opinião, a grande maioria - entre uma ficada ou outra - busca pelo amor verdadeiro e não digital, para os que ainda não o tem. Faz parte da natureza do homem e da mulher, mesmo que eu, você, ele ou ela digam que não.

A dica que deixo é que não deixemos o amor em tempos de Tinder fazer que possíveis encontros ou matchs escorram pelos dedos, na perdição da possibilidade de um match mais bonito, ou melhor, só porque está lá a disposição num cardápio de opções. Afinal, costumamos aplicar mal os aplicativos. Criam facilidades, novas possibilidades e ao invés de termos foco, perdermos ele.  Colocam a tecnologia em nossas mãos para nos acharmos, mas justamente por essa facilidade nos perdemos.

Seja menos exigente com o amor, que o amor será menos exigente com você e quem sabe nesse movimento, todos passarão a ser menos exigentes com as exigências e quem sabe match.com. 

Um comentário:

Claudio disse...

O homem das cavernas enterneceu-se, mas com a evolução tornou-se conectado e antenado, vinte e quatro horas é pouco para tanta informação. Por favor, mande seu amor por email.