quinta-feira, 26 de setembro de 2019

Se eu pudesse


Se eu pudesse te escolheria todos os dias,
Mesmo os dias que vou querer te matar;
Umas vezes de amor, outras de indiferença.
Se eu pudesse adiantaria o tempo na curva do destino só para te encontrar; mas já que não posso, vou aqui passear na estrada da paciência, seguindo até esbarrar em suas curvas.
Meus cabelos quimicamente lisos enrolam só de pensar que ainda não nos conhecemos por pura implicância do tempo, que tem como mãe a maturidade.
Se eu pudesse abraçaria seu sorriso e acalentaria suas dúvidas com beijos, seus sonhos com champanhe e seu desejo com meu corpo.
Se eu pudesse, beberia sua dor, enfrentaria seus medos, respiraria seu brilhantismo e me afogaria nas suas alegrias.
Se eu pudesse viveria você em mim e mataria qualquer passado, emolduraria nossas belezas, gozos e risos.
Se eu pudesse sapatearia na cara da sociedade desfilando pelo seu corpo, me perderia na sua alma e me soltaria das amarras antes amarradas.
Se eu pudesse já seríamos, mas como ainda não somos, desenho você.



Fiquei oca sem os anjos.
Fiquei oca sem prazer.
Fiquei oca de pirraça só por querer você.
Nessa inapetência entre braços sem abraços, me despi de seu prazer.
Fiquei oca e do avesso, osso duro de roer.
Tão vazia e sem laços, me encontrei em um amanhecer.

Qual o seu sonho hoje?




Passamos a vida na maioria das vezes no passado, devaneando o futuro e deixando rolar o presente.

Paramos pouco para sentir o sabor de nossos desejos de um amanhã próximo, atingível, tocável. Talvez o cansaço nos deixa cansados para pensar.

Cansados, muito cansados ou exaustos; da rotina, das cobranças, das obrigações, dos boletos, da dieta, do politicamente correto. Uma corrida constante sem que saibamos onde é a linha de chegada, ou o que tem lá no final.

Qual o seu sonho hoje? Não estou falando sobre ser um astronauta quando crescer. Mas sim aquele sonho que você poderia atravessar a porta e realizar, se dar de presente ou simplesmente se permitir.

Se permitir a dançar na chuva, falar uma verdade nunca dita, ou não fazer nada sem culpa. Marcar aquela viagem, se matricular num curso, escrever um livro, plantar uma árvore, fazer um filho. Dar uma festa, fazer umas fotos suas, não se cobrar de ser tão perfeito, mandar alguém para a puta que pariu, terminar uma relação não mais saudável.

Por que temos tanto medo dos fins e dos começos?

A vida é cíclica e cheia de possibilidades, mesmo quando achamos que não. Possibilidades de sonhar, desejar e realizar. Mas entre o sonho e a realidade existe um espaço chamado ação, que podemos olhar como espaço ou obstáculo.

O problema é que usamos o tempo e o cansaço para jogar esses pequenos sonhos e desejos totalmente possíveis para frente. Empurramos com a barriga a dieta, aquela viagem de final de semana, uma visita a um amigo. Logo, viramos barrigas cansadas e sem tempo para nada.

E como quebrar esse ciclo?

Simples, querendo. Na verdade não é tão simples assim, nossas “querências” não saem por aí tomando ação. Mas nossas cabeças devem tomar ação para isso.

Tudo começa pela cabeça, ela controla nossa energia, tempo, corpo e quereres. O mal me quer do quero ou não quero está na mente.

Faça uma lista desses sonhos e desejos, faça isso um dia pela manhã indo para o trabalho, na espera de um médico, na bicicleta da academia, no banheiro. O banheiro é um lugar ótimo para o ócio criativo.

Sua lista deve conter desejos atingíveis com datas. Por exemplo: fazer uma viagem para a praia este mês. Ler cinco livros por ano e ir aumentando a cada ano uma leitura ou mais, de acordo com o seu ritmo. Se dar uma joia de aniversário. Pedir a Ana em casamento no dia que descobrir que não quer mais viver sem ela. E por aí vai, o chão é a base para as realizações.

Construa uma vida orgânica por você, por suas metas pessoas e realizações íntimas. O mundo anda muito controlador, mas somos nós que controlamos o mundo e decidimos onde vamos nos levar. Então, eleve-se, leve, se leve.


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