quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Poupar não é Sofrer, mas sim Crescer!

As liquidações acabaram e não sei se fico feliz ou triste com isso. Não sei se ter sobrevivido a tarjas e tarjas vermelhas com 70% de desconto de minhas prediletas lojas, foi uma vitória ou derrota. Sinto como se tivesse “perdido” algo. E perdi, diversas blusinhas, vestidinhos, roupinhas, sapatos e acessórios que ficariam perfeitos na minha pessoa e que também engordariam e muito a fatura do meu cartão de crédito. Será que poderíamos chamar essa sensação ou sentimento de “abstinência compulsiva”?

Meu pai já dizia: “Quando temos problemas financeiros, “só” temos 2 saídas: aumentamos receita, ou diminuímos despesas”. O problema é quando não aumentamos a receita, mas sim as despesas. As dívidas aparecem e com elas muitos “cabelos brancos”, estresses e noites sem dormir.

Quando percebi que ao se ganhar mais, naturalmente se gasta mais e que ao atingir a “maior idade”, não era só o plano de saúde que ficava mais caro; percebi também que para ser uma mulher poupadora, minha postura e prioridades precisavam mudar. Mas, como fazer isso?

O primeiro passo foi fazer o levantamento de meus gastos fixos e variáveis, e logo vi que muitos de meus gastos variáveis eram “fixos”. Impressionante como sempre gastei uma “fortuna” por mês com “comprinhas” desnecessárias que apenas saciaram um desejo momentâneo e não uma necessidade. Só que vontade dá e passa! Não é mesmo?

O consumismo é a antítese de poupar, assim como a ansiedade é a antítese de emagrecer. E, resolver só esses dois problemas, já seria maravilhoso, pois ficar magra e “rica” é algo que muito me agrada. Porém, não é tão simples assim ter essa disciplina e driblar o “diabinho” chamado compulsividade, capaz de nos desviar do objetivo principal.

Com o intuito de achar o “caminho do meio”, aqui vão 10 dicas para as mulheres, (e homens também), de como poupar de forma simples e sem sofrimento. Afinal, longe de mim incentivar a “pão-durice anoréxica”.

Dicas:

1. Finanças 1 - Conceito Básico: RECEITA maior que DESPESA (sempre!).

2. Tenha como livro de cabeceira: “Meninas normais vão ao shopping, Meninas iradas vão à Bolsa” de Mara Luquete e Andre Assef – Editora Saraiva. Vale muito a pena! O livro abre a sua mente para se tornar uma mulher poupadora e multiplicadora, com orientações simples e bem interessantes. Mostra que uma vida financeira traquila é o primeiro e mais importante passo para uma vida pessoal e profissional bem-sucedida.

3. Defina um valor mensal fixo para poupar: Faça um levantamento das suas contas / gastos e defina um valor para poupar todo mês do que você ganha fixo. Ao receber, a primeira coisa que deve fazer é aplicar esse dinheiro e esquecer que existe. Se você deixar para juntar o que “sobra” vai ver que não “sobra” nada ou muito menos que havia estipulado. Dinheiro é como mágica, some sem você saber como! Caso tenha uma renda variável, procure não contar com ela para suas despesas fixas, junte esse dinheiro 100%. Uma boa administração das finanças pessoais é saber diluir as despesas extras dentro do fixo estipulado sem se descapitalizar.

4. Não lute contra o consumismo, aprenda a andar com ele: ao ver algo que você gosta e “precisa” comprar, não compre de primeira. Vá para casa, pense, namore, estimule o seu sentimento de desejo e prazer em ter aquele bem. Se em 24hs a vontade passar, é porque era apenas uma compra por impulso, e compra por impulso = despesa desnecessária. Mas, se a vontade crescer, volte à loja e compre. Você verá que a sensação de prazer e valor daquele bem será ainda maior. A compra por impulso, sacia de forma muito rápida e breve o desejo de comprar – logo, a sensação de prazer passa muito rápido também. Com isso, um novo desejo vem e mais outro e outro. O foco fica sempre na próxima compra e não na anterior. Se prolongarmos esse desejo, prolongamos também a sensação de prazer e da conquista, pois o foco fica no bem que você quer, mas ainda não adquiriu. Perceberam alguma semelhança com relacionamentos?

5. Não saia com os cartões de crédito/ débito todos os dias: procure fazer este teste e perceberá que essa também é uma alternativa paliativa, um pouco mais radical, capaz de “brecar” os impulsos.

6. Crie uma disciplina para sacar dinheiro: Estipule uma quantia que seja suficiente para as pequenas despensas da semana - aquelas que são pagas em dinheiro vivo, e gerencie dentro da semana. Andar com pouco dinheiro ajuda. Se ao final da semana estiver sobrando, pague em dinheiro algumas despesas que seriam pagas no débito ou crédito, ou saque apenas o valor complementar na próxima vez.

7. Tenha o mesmo por menos:
a. Se você trabalha fora, uma opção é levar comida de casa. Além de grande economia, muitas vezes a comida caseira é mais saborosa e saudável. Ótima maneira também de levar a sério aquela dieta com uma alimentação regrada. Mas, para isso não virar “privação” reserve um dia da semana para fazer aquele almoço com os amigos de trabalho. No final do mês você verá a diferença e os almoços ficarão mais prazerosos.
b. Vá ao salão de beleza de segunda à quarta, costumam ser mais baratos.
c. Aproveite a Lei Seca. Saia com os amigos, mas evite beber de bobeira, além de engordar, gasta-se uma fortuna! Vá de carro para economizar no táxi e não beba. A Lei Seca é uma excelente desculpa também para se livrar do “chato” que fica falando: “Não vai beber nem um choppinho”?
d. Faça compras no Mundial: Definitivamente tem o menor preço total! A economia é gritante.
e. Faça pesquisas sempre: farmácia e afins. A internet é uma poderosa ferramenta e quem não conhece o site http://www.bondfaro.com.br/, fica aqui a dica.
f. Abasteça em postos confiáveis mais baratos.
g. Procure pagar à vista com desconto.
h. Compre nas liquidações.
i. Use seus pontos no celular para crédito em conta, milhas para viajar, cartões de desconto, carteirinha de estudante e outras formas para poupar o seu suado dinheirinho.
j. Programe suas férias para as baixas temporadas.

8. Custo X Benefício: esse é seu novo Mantra, não se esqueça!

9. Estipule metas e prazos: Você quer ser poupadora para quê? Defina metas de curto e longo prazo, e como irá atingi-las.

10. Saia da teoria e parta para a Ação: Do que adianta saber de tantas coisas, ter tantos sonhos e formas de poupar e não colocar em prática? Qualquer conquista precisa de disciplina e dedicação.

Como poupar não é sofrer, mas sim crescer e estou fechando o mês no azul e com uma graninha guardada. Voltei na minha loja predileta - que ainda estava com aquela linda tarja de liquidação de 70% e me dei de presente um lindo vestidinho! Afinal, toda conquista deve ter uma recompensa no final!

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

“Bebum” Consciente?


Estamos desde Junho vivendo na base da Lei Seca. Uma população festeira que após a modificação do Código de Trânsito Brasileiro teve que se adaptar a um novo estilo de vida, principalmente noturno. A implementação da Lei Seca gerou muita polêmica pelo país, devido sua rigidez e tolerância de apenas 0,2 mg por litro de ar expelido - que traduzindo, quer dizer que nem um choppinho é permitido, e até um bombom de licor pode não passar no teste do bafômetro e render uma multa de R$955,00. Será que alguém pode me dizer para onde vai esse dinheiro?

Nesses dois meses de “tolerância zero” com a bebida e “bebuns de plantão” que saem por aí a colocar em risco a vida de outros “bebuns” e sóbrios no trânsito; alguns resultados já começaram a aparecer - positivos e negativos. Pela primeira vez em quatro anos, a Polícia Rodoviária Federal registrou o menor número de mortes no mês de julho, que caiu 14,5,% em relação à mesma época de 2007. Ao mesmo tempo nasceu uma máfia policial com uso inadequado (por conta própria) do bafômetro, para a extorsão de dinheiro dos “pilotos bebuns”.

Porém, o que me diverte e encanta nesse processo todo é a versatilidade do brasileiro em não perder o espírito festeiro e criar oportunidades de trabalho, soluções e modelos para ser um “bebum consciente e feliz”. Afinal, cortar a bebida? Jamais! Como ficariam os papos nas mesas de bar? Como as festas ficariam sem o “bebum da corte”? Qual seria o papo do dia seguinte? Qual seria agora o papel do sóbrio que conta tudo o que o “bebum desmemoriado” fez? Sem a bebida teríamos que nos tornar pessoas responsáveis e não mais poderíamos colocar toda nossa consciente culpa nela - mesmo sabendo que é ela quem faz a besteira e nós é quem pagamos o “pato”! Melhor que história de “bebum” é “bebum” contando história de “bebum”!

Vai dizer que aquele pilequinho não é uma delícia? Que tomar um vinho, “perder a linha” com os amigos, fazer aquela comemoração, não é algo inesquecível (mesmo quando a gente não se lembra)? E se entregar aos “braços de Morfeu “ depois de uma dose, duas, três...? O problema da bebida é a sua dosagem, dependência que pode causar e reações que pode gerar ao longo da noite, do dia, ou da vida.

Segundo alguns “bebuns especialistas” de plantão, e estudiosos na pratica de beber: existem fases etílicas tanto para o homem, quanto para a mulher.

Para o homem são 3 fases: Bonito; Rico e Invisível.
Na primeira fase, com poucas doses , o homem é o Bonito: começa a se soltar, fica auto-confiante com o seu whisky na mão, rodando para lá e para cá, e se acha o mais sedutor e bonito dos homens; capaz até de ganhar qualquer mulher, no seu melhor estilo “Cepacol” de ser (aquele personagem do anúncio, totalmente sedutor). Já na segunda fase, com mais algumas doses, o homem passa para um outro estágio, pois ele começa a se achar além de bonito, rico. Paga bebida para todo mundo, se sente o dono do mundo, quer celebrar tudo naquela noite, confraternizar; onde dinheiro não é problema, pois ele é o todo poderoso, dono do mundo e com uma gorda conta bancária. Aí na terceira fase, com todas as doses possíveis de tudo que encontrou pela frente, a coisa começa a complicar, pois o homem além de achar que é bonito e rico, ele também acha que é invisível; e que ninguém está vendo todas as gafes, besteiras e atrapalhadas que só um completo “bebum” pode fazer! E pior, no dia seguinte ele jura que ele não fez nada daquilo e que aquele completo “bebum” não era ele, mas sim outra pessoa!

Para as mulheres as fases da bebida são um pouco diferente: Princesa, Sexy e Emocional.
Na primeira fase, com poucas doses, a mulher é uma Princesa, uma Lady que bebe drinks femininos, como espumantes em geral, vinho, Cosmopolitan, Martines e Caipe- alguma coisa de frutas (sempre com adoçante). Fica comedida, glamourosa, sedutoramente sentada e comportada no habitual “tititi” com as amigas. Na segunda fase, já com os efeitos das doses da primeira; o glamour dos drinks iniciais dão espaço também a bebidas mais pesadas, como shots de tequilas e “bicadas” aleatórias dos drinks dos amigos; e aquela mulher que até o momento era uma Princesa, incorpora a “femme fatale” e vai para a pista dançar até o chão – mas, jurando que não quer chamar a atenção do sexo oposto, e que está ali somente por causa da música e da farra com amigas. Nessa fase, ela acha que ninguém percebe também as tropeçadas e tombos da ex-princesa e atual “bebum”, pois segundo ela ninguém fica bêbada com um drink só. Na terceira fase, já com todas as doses, bicadas e copos de cerveja para matar a sede depois de tanto dançar; bate na mulher aquela sensação de felicidade ou de total depressão. Aí, entra em cena a emocional que discursa para o mundo todo o seu amor, admiração e como cada um é, foi, e sempre será importante. O “Chororô” com todas as declarações e lamúrias possíveis começa, até via torpedo e celular. Quando a mulher emocional entra em ação, a sóbria de plantão não pode fazer nada além de ouvir e aturar o “chororó” e diarréia verbal da amiga “bebum”, na hora e depois, pois é certa a “ressaca moral” no dia seguinte.

Não podemos negar que a bebida tem um papel social, diria até institucional às vezes na vida das pessoas. Porém, cada um deve saber dosar a sua própria dose e ser um “bebum socialmente correto” - com ou sem Lei Seca.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

O Caldo do Amor


O que é o amor? Algo que se constrói, conquista, invade, sente, ou tudo isso? Passamos à vida tentando encontrar o amor, como se ele fosse um prêmio, uma dádiva de Deus. Na verdade, acredito que o amor é um prêmio, uma dádiva, mas não de Deus, e sim uma escolha que escolhemos nos dar.

Existem vários tipos de amor e várias formas de amar. A palavra amor, segundo algumas fontes, pode significar afeição, compaixão, misericórdia, ou ainda, inclinação, atração, apetite, paixão, querer bem, satisfação, conquista, desejo e libido. O conceito mais popular de amor envolve, de modo geral, a formação de um vínculo emocional com alguém.

Segundo o apóstolo Paulo, “o amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não se vangloria, não se ensoberbece, não se porta inconvenientemente, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal; não se regozija com a injustiça, mas se regozija com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.” (I coríntios 13: 4-7).

Linda a definição de Paulo, mas creio que a melhor definição de amor é aquela que sentimos. Será que precisamos viver uma “vida inteira” para encontrar esse “bendito amor”? Ou será que não somos nós que complicamos, rejeitamos, não enxergamos, ou fugimos desse “tal amor”?

Falando especificamente do amor romântico: Por que quando ele aparece ou sua possibilidade, nós praticamente congelamos, analisamos, pensamos, questionamos, fazemos estatísticas, comparações, fórum com as amigas e até promessas - só para ter a certeza de que se algo sair diferente do esperado, poderemos dizer: “Eu já sabia!”? Buscamos o amor ou em ter a razão? Hoje descartamos muito rápido e fácil as possibilidades de amor, de amar de ser amado. O amor está que nem a Lei Seca – Tolerância Zero!

O amor é uma conquista diária. Um conhecimento diário. Mas só querendo muito, que esse conhecimento diário se transforma em uma conquista diária. Um amor não acontece em qualquer esquina, pode até aparecer em alguma esquina, mas não se resolve em qualquer uma delas. Seria diminuir muito um sentimento tão grandioso.

Só podemos comprimir uma história até o ponto de encerrá-la só depois que ela dilata, e por completo. Nesse dilatamento podemos ver, avaliar, sentir, tolerar, questionar, repulsar... e quem sabe escolher, deixar amar ou deixar de amar. O amor pode ser construído sem sentir, sem desgastes. E quando isso acontece não há coisa melhor, são os famosos encontros eternos e “inexplicáveis”. Ou seria totalmente explicável?

Se alguma possibilidade de amor “bater a sua porta”, deixe-a entrar e aplique a simples teoria de uma grande amiga: a teoria do “Pé de Porco” – que após ser “recriminada” com olhares tortos para o cara que estava saindo pela primeira vez para jantar, pois ele havia pedido uma sopa (por conta de uma dieta do sangue que estava fazendo), disse: “Tô nem aí se ele come sopa ou Pé de Porco! O Conheci ontem!”.

Se levamos uma vida inteira para nos descobrir e nos conhecer – isso que convivemos com nós mesmos 24 horas. Será que devemos rotular, descartar, desvalorizar alguém dando menos valor que um prato de sopa, só por achar que não vai render nenhum caldo?

domingo, 3 de agosto de 2008

O Salão


Havia limpado o salão, varrido a poeira, as mágoas e as falsas expectativas. Estava de portas fechadas para as erradas escolhas, mas com uma enorme janela aberta para todas as possibilidades possíveis. O salão estava vazio, triste, sem cor, sem música, carente e descrente. Mas, estava limpo, calmo, receptivo. Você se aproximou, apareceu na janela e sem sentir entrou. Deixei você entrar, praticamente invadir para preencher esse vazio. Sem acender as luzes nos arrumamos, nos preenchemos. Em braile tudo era simples, mas quando a luz entrou, vimos as cores e o preto e branco - tudo mudou de cor. As peças estavam fora de ordem, os sentimentos confusos e os papeis invertidos. A decoração era nova, mas a arquitetura ainda era completamente retrô. Foi preciso desconstruir para reconstruir o construído - como muita vontade, coragem, determinação e salão aberto. Juntamos tudo, descartamos o desnecessário, consertamos o que estava quebrado, e passamos a olhar sem dor as rachaduras do passado. Deixamos a luz invadir, o vento entrar, o cheiro das flores aromatizar, a música melodiar e com muita naturalidade transformar. As cores, os móveis, a iluminação, as peças não eram bem o que havia sido projetado, idealizado, ou buscado. Mas surpreendentemente, você foi, é, e sempre será a combinação e encaixe perfeito para esse complicado salão.