terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Compatibilidade terminal pós-moderna






Um casal recém separado se encontra após uma noite badalada na Quartier Latin do Rio de Janeiro, o Baixo Leblon:

Ele: Oi!
Ela: Oi!
Ele: Nossa! 4ª vez essa semana...
Ela: Pois é...
Ele: Voltando da Melt?
Ela: É, e vc?
Ele: Eu ia... mas, acabei indo a uma festa de amigos.
Ela: Legal! Percebi que você ainda não mudou seu status no Orkut e nem tirou nossas fotos.
Ele: E nem você... mas acho que já podemos, né?
Ela: Acho. Será que é melhor nos “orkucidarmos”?
Ele: Você acha necessário?
Ela: Não sei... vamos fazer o seguinte, nos excluímos e colocamos aquele cadeado para não verem nossas fotos e recados, assim não vamos saber o que cada um está fazendo, pode ser?
Ele: Pode. E o MSN?
Ela: Uhmm... estamos sempre online e isso não é bom.
Ele: Nos bloqueamos e se quisermos falar mandamos torpedo para desbloquear, pode ser?
Ela: Pode! Fazemos o mesmo no Skype e Gtalk, pode ser?
Ele: Pode...
Ela: Você já mudou nossa música do celular?
Ele: Ainda não, é a minha música predileta! E você?
Ela: Não... também é minha música predileta, preciso achar outra.
Ele: E os lugares, como vamos fazer?
Ela: Eu fico com as quintas no Baixo Gávea e você com os Domingos, pode ser?
Ele: Pode... Fico com as sextas no 00 e você com os Sábados na Melt, pode ser?
Ela: Pode... Fico com o Koni nos finais de noite e você com a Pizzaria Guanabara, pode ser?
Ele: Poxa... você me viciou no Koni também, mas pode ser. E o Jobi, como faremos?
Ela: Quando um for, o outro avisa, pode ser? Jobi não tem muita hora...
Ele: Nem o Baixo...
Ela: Fazemos o mesmo para os dois, então, pode ser?
Ele: Pode... agora um problema, e a praia?
Ela: uhmmm... é... deixo de ir no “coqueirão”, mas fico com o almoço pós praia no Braseiro, pode ser?
Ele: Esperta! Ok... fico com o Bracarense então. E academia?
Ela: Não posso deixar de fazer a minha aula, principalmente agora!
Ele: Principalmente agora? Vou chegar mais tarde então, pode ser?
Ela: Pode! E os restaurantes do Centro, como vamos fazer?
Ele: Aí complicou....
Ela: Fico com os restaurantes da Sete de Setembro até Presidente Vargas e você fica com os da Presidente Wilson até a 7 de Setembro, pode ser?
Ele: Pode...
Ela: E o metrô como faremos?
Ele: Já mudei de vagão...
Ela: Ah! Por isso não te encontrei mais depois daquele dia.... melhor mesmo!
Ele: Também achei... assim não nos atrasamos, já que você salta depois de mim.
Ela: É... acho que vamos esquecer tudo que combinamos...
Ele: Pois é....
Ela: Vou te passar por email e você vê se está de acordo mesmo, pode ser?
Ele: Pode... esse é aquele vestido que te dei no Natal?
Ela: É.... um dos meus prediletos.... Essa é também a camisa que te dei no Natal, não é?
Ele: É.... também é uma das minhas prediletas...
Ela: Bom... acho que vou indo...
Ele: Quer uma carona? Passo em frente a sua casa mesmo...
Ela: Pode ser...

Motivo da separação: Incompatibilidades.

sábado, 26 de janeiro de 2008

Toque - Toque!

O toque que toca e me toca, me toco que me toco em seu toque o meu toque e que toque e que toque! Toca, toco, toque, que toque e me toque, por favor toque! Toque não me toque, se toca e me toque, que toque o meu toque, e que assim te toque e me toque por um toque - toque de felicidade!

Sou um Pensamento...

A chuva cai lá fora, Shade toca... o vinho na temperatura certa, velas aromáticas e só um pensamento... a música melódica, sentimentos profundos... que delícia essa solidão acompanhada, e só um pensamento... a luz, a inspiração, as lembranças aqui vividas e só um pensamento... o cheiro as fotos o sorriso e só um pensamento... tinha motivos para chorar, mas o chorar de alegria e só um pensamento.... de que sou muito feliz!

domingo, 20 de janeiro de 2008

A Hora Certa

Quando um não quer, dois não brigam, ou dois não se amam... esta frase é um bom exemplo para explicar que em qualquer relação temos 100% de poder de decisão, responsabilidade e escolha, mesmo achando que não. Muitas vezes achamos que estamos a “mercê” das escolhas do outro, quando na maioria dos casos estamos a “mercê” de nossas não escolhas, ou a “mercê” da escolha de simplesmente querer ficar. Querer ficar, e insistir em histórias que não existe espaço para ser recebido, pelo simples fato de querer viver algo que muitas vezes só você quer viver. Em um relacionamento a soma é 100% ou às vezes até mais, mas o não querer de um, não é 50%, mas sim 100%.

Difícil olhar a coisa de forma racional assim quando se trata de assuntos do coração. Perceber em que momento uma história está deixando o campo positivo, aquele que te traz o sorriso bobo estampado no rosto e olhar brilhante, para dar lugar ao campo negativo, aquele que te tira a concentração, o foco e traz a dor da insegurança, do medo, da vontade de entender o que não precisa muito de explicação; não é uma tarefa simples. Muitas vezes esbarramos no caso daquele famoso livro: “Ele simplesmente não está afim de você”, ou o famoso desencontro, “timing”- a pessoa certa na hora errada, ou simplesmente não rolou.

Pode parecer o fim do mundo quando isso acontece, mas saber se retirar na hora certa é o maior gesto de amor que você pode fazer por você, a pessoa que mais merece ser preservada e amada. Saber se retirar na hora certa é preservar uma história só com suas coisas boas, com a possibilidade e o respeito de um futuro reencontro. Saber se retirar na hora certa, é pensar em você, é uma vitória e não um fracasso, é uma sabedoria e não uma burrice, é o amor e não o desamor. Ninguém chega pronto, sem histórias... mas, chega de insistir em histórias que não vão te levar a lugar algum. Mais uma ficada, mais uma saída, mais um torpedo, mais uma noite de “pseudo amor”, mais uma conversa, é mais uma vez a destruição da auto-estima. Saber se retirar na hora certa é preservar o olhar que te difere de todas, que mostra que você é para se amar, nada diferente disso, nada mais simples que isso... e que só assim seja, se isso não ficou claramente percebido, perdeu "playboy"!

sábado, 19 de janeiro de 2008

Bem Combinada!

Ana: Significa cheia de graça e predispões a criança a se tornar muito segura, graças à sua boa organização mental. Sua intuição lhe garante boas escolhas nos estudos, na profissão e no amor.

Flávia: Significa dourada. Indica uma pessoa brilhante e aventureira, que adora experimentar novas sensações. Sua capacidade de concentração a ajuda a ter sucesso em atividades de planejamento.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Incoerência para que te quero!

A incoerência virou um hábito, está cada vez mais comum e é cada vez mais um subterfúgio para o dito não dito e o feito não feito mais feito no dia a dia. As entrelinhas viraram as verdades e o silêncio a melhor resposta de todas, ou a resposta menos cansativa de todas. Quando vamos passar a agir coerentemente com o que queremos e assim conquistar o que queremos?

Hoje uma amiga me contou que um carinha que teoricamente está interessado nela, ligou para pedir seu MSN para facilitar o contato. Como assim? Ter o telefone dela e ligar já não é estabelecer contato? Por que alguém que só te critica e critica o que você pensa, te manda um email depois de um tempo sem fazer contato pedindo seus comentários sobre os textos que escreve, porque quer saber sua opinião? Coerência? Ou carência? Por que alguém te chama para almoçar, fura, te chama de novo, fura... se justifica, dizendo que você não merece que furem com você, aí te chama de novo e fura? Acho que nesse caso a incoerência maior está na insistência em marcar almoços com esta pessoa, não é mesmo? Como alguém que diz que não quer mais casar, dispensa vários pretendentes que querem relacionamentos sérios, pode ficar completamente viciada num site de relacionamentos e ainda ficar irritadíssima porque um tal fulano furou um encontro? Será que esse fulano era o mesmo do almoço? Uhmmm acho que não!! Bom, continuando... a incoerente que aqui escreve, vai gastar uma grana em uma cirurgia estética para ficar esbelta, em forma e com forma, e ao sair do médico, vai comer um delicioso sorvete, na esquina do consultório e o pior, sem qualquer culpa! Incoerência ou cara de pau? Quase como encontrar aquele gordo que diz que não sabe por que é gordo na fila do Mc Donald’s no meio da tarde fazendo um “lanchinho”, não é mesmo?

Essa incoerência toda chega a ser engraçada, até porque toda incoerência tem sempre uma desculpa: “através do msn não sou tímido”, “te critico pro seu bem”, “Fiquei preso em uma reunião! Ops em 3!”, “estou apenas passando o tempo nesses sites de relacionamentos”, “Estava de TPM, precisava de um doce!”. Mas, ela vira muleta, confunde, cansa, nos deixa perdidos e acaba que por defesa ou por não saber agir, somos justificavelmente incoerentes.

Não sei se consigo chegar a alguma conclusão coerente sobre este assunto... Será que alguém poderia desenhar para mim?

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Deixei você ir....


Sentada no meu quarto, percebo que deixei ir todas as falsas ilusões e pessoas com suas mais falsas verdades que sustentavam as minhas mais falsas mentiras. Me libertei, deixei você ir com suas algemas que me aprisionavam por anos junto com suas curtas e intensas mensagens que só me faziam mal. Deixei também você, você ir com seus problemas, rolos, incompatibilidades e sinceridade cativantemente maravilhosa e desajeitada que me fez perceber o quão desnecessário é deixar você ficar só por ficar. Lamentavelmente deixei você ir que me quis tanto e que seria capaz fazer de tudo para me ver feliz, mas não podia deixar você acreditar na ilusão de que poderia ficar. Deixei você, ei você, que me enlouqueceu com sua incoerência, frases feitas, com a insegurança mais segura até hoje já vista, metidez encantadora, alma de menino escondida num homem poderoso, brilhantemente criativo e lamentavelmente sozinho... deixei você ir para não mais ficar nessa "queda de braço", me sentir criticada, desejavelmente rejeitada e poder preservar a doce de leite lembrança de uma questionável ou não história. Inacreditavelmente também, deixei você ir, meu ícone, minha referência de amor, paixão, cumplicidade, perfeição, meu único verdadeiro porto seguro... isso sim foi difícil, porém hoje, percebidamente e aceitavelmente natural... você será sempre a minha lembrança das mais perfeitas lembranças... mas, deixei você ir para poder viver e construir as mais perfeitas histórias. Deixei vocês irem, todos, limpei a casa o salão, fechei a porta, mas deixei uma janela aberta para você entrar, é você... você... o mais simples dos complicados de todos, como uma brisa... um pouco perdida, mas com uma doçura de valores e compatibilidades, que me traz a paz e a paciência para entender que se eu tiver que abrir a porta para você entrar, vou abrir, mas que se eu tiver que deixar você ir, eu vou deixar essa mesma janela aberta, e sem dor, te ver voar como uma borboleta.

_______________________

Continuação....

Mas, queria que ficasse....

Deixei você ir e sem dor vi você voar como uma borboleta pela janela. Ao vê-lo voar, percebi que não poderia fazê-lo ficar, pois você nunca esteve de verdade. Não poderia fazer nada diferente além de deixar o rio correr para o mar, mesmo desejando uma nova e nossa história criar. Deixei você ir, mas de certa forma aliviada, aliviada em não perder o que de mais precioso conquitei, o controle de uma vida que eu mesma criei. Enganosamente desejei que você voltasse e quando o vento te trouxe como uma leve brisa, o tufão avassalador do medo me tomou por inteira, quando erradamente pensei que você poderia querer ficar. Aliviada fiquei novamente quando percebi que você ainda não queria ficar, pois meu medo de lado teria que deixar, para o desconhecido entrar, coisa que hoje ainda não sei lidar. Pensei que você que era o covarde em não deixar ir o conhecido fracassado, para deixar ficar o desconhecido apaixonado. Mas, percebi que eu é que sou a maior de todos os covardes deixando o medo no lugar do amor. Porém, mais fracassados somos quando deixamos de lado o céu estrelado da possibilidade de criar a mais linda de uma desconhecida história, deixando ficar o mais sabido e previsível lodo da insatisfação.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

A Democracia da Praia




Rio de Janeiro como sempre singular e com suas praias também singulares. Caminhar em nossas “Praiaslândias” nem tão democráticas é quase uma aventura popular, ou melhor cultura popular, e deve ser por isso que garantimos mais de 90% de lotação em quase todos os Hotéis neste Reveillon.

Começando pelo Leme, encontramos a “Familialândia”, área charmosa e só para famílias locais. Seguindo por Copacabana em direção a Ipanema é uma “Misturalândia” que só, desde “Negritudelândia”, passando por “Putalândia” e terminando na “Vovôlândia”. Mas, apesar de “Misturalândia” – Copacabana tem tradição e uma beleza que só a princesinha do mar, seu calçadão e quem sabe Drummond ali sentado pode traduzir em poesia.

Continuando a caminhada, o que é o Arpoador?? Um território e visual abençoado por Deus e invadido pela “Farofolândia” - famílias de todos os bares populares e nem tanto, levam seus alimentos mais do que perecíveis para saborear nos arredores do metro quadrado mais caro da cidade. Colorimos nossa caminhada por Ipanema e chegamos na “Gaylândia” - epidemia materializada nos corpos mais definidos do planeta, muito pedigree, estilo, idiomas, raças e mais de 1% do PIB gasto em estética! Saindo da área colorida, encontramos a maresia e entramos na “Maconholândia”; posto 9 lotado até o Coqueirão de “bichos grilos” e estilos mais que “sangue bom” que curtem o momento e mais nada. Agora, nossa caminhada é invadida atleticamente pela “Futebolândia”, “Futevoleilândia”, “Frescobolândia”, “Voleilândia”, “Corridolândia” até chegar na “Pirralholândia” juvenil que vai até o Country Clube, ou melhor a “Playboylândia” da Zona Sul, onde um gordinho brando e feliz jamais pode pensar em ir!

Atravessamos o canal, ou a “Cocôlândia” e chegamos ao Leblon para Manoel Carlos nenhum botar defeito! Encontramos a “Bohemialândia” dos coroas mais sarados, queimados e atléticos bem sucedidos ou não da Zona Sul e perfumamos nossa caminhada de Giovanna Baby, Gap Kids, Zara Kids, Ralph Lauren Kids na “Babylândia”, terminamos o percurso pelo Leblon nas colunas sociais do irreverente colunista Zózimo Barroso... quer burguesia melhor?

Mas, se você ainda não se cansou e aguenta fazer quase uma meia maratona: deixamos a Zona Sul, seguimos pela Niemeyer, ou “Favelolândia” que possui a vista mais privilegiada e nobre da cidade, passamos por São Conrado, a “Passegemlândia” mais micada, perigosa e linda, até sorrir, porque estamos na Barra - a “Emergentelândia” mais bairrista e charmosa de todas as “Lândias”.

A praia da Barra tem todo um toque, energia e pôr do sol especial enfeitada por ventos e pela “Wakebordlândia” que tanto nos encanta logo alí no ponto do saudoso Pepê. Por alí também, encontramos a “Pitboylândia” e “Tchuchucalândia” área patrocinada pelas melhores academias do Rio, onde intelectual não tem vez e muito menos espaço! Logo em seguida temos o agradável ambiente com showzinho para a “Familialândia” da barra que habita o Jardim Oceânico, aqueles prédios charmosos de varandão de dar inveja. Seguindo pela extensa orla e “Beverly Hillslândia” dos apartamentos dos mais novos famosos; encontramos de tudo, para todos os gostos e protetores solar e chegamos a Reserva - invadida por lixo nada perecível e pela “Paraíbalândia” com toda a sua tradição e regionalidade, principalmente aos domingos.

Continuamos em clima de proteção ambiental, geração saúde e ondas de tirar o fôlego de qualquer um, e chegamos finalmente a Prainha - a “Surfelândia” mais concorrida, badalada e deliciosa de todo o Rio de Janeiro, onde carro algum consegue estacionar após o meio dia! Haja fôlego!

Depois dessa caminhada toda ou meia maratona pelas praias do Rio de Janeiro, você ainda acredita que praia é um lugar democrático? Já ouvi muito isso por aí... Se é ou não, não sei, o que sei é que: Viva as diferenças!