sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Deixei você ir....


Sentada no meu quarto, percebo que deixei ir todas as falsas ilusões e pessoas com suas mais falsas verdades que sustentavam as minhas mais falsas mentiras. Me libertei, deixei você ir com suas algemas que me aprisionavam por anos junto com suas curtas e intensas mensagens que só me faziam mal. Deixei também você, você ir com seus problemas, rolos, incompatibilidades e sinceridade cativantemente maravilhosa e desajeitada que me fez perceber o quão desnecessário é deixar você ficar só por ficar. Lamentavelmente deixei você ir que me quis tanto e que seria capaz fazer de tudo para me ver feliz, mas não podia deixar você acreditar na ilusão de que poderia ficar. Deixei você, ei você, que me enlouqueceu com sua incoerência, frases feitas, com a insegurança mais segura até hoje já vista, metidez encantadora, alma de menino escondida num homem poderoso, brilhantemente criativo e lamentavelmente sozinho... deixei você ir para não mais ficar nessa "queda de braço", me sentir criticada, desejavelmente rejeitada e poder preservar a doce de leite lembrança de uma questionável ou não história. Inacreditavelmente também, deixei você ir, meu ícone, minha referência de amor, paixão, cumplicidade, perfeição, meu único verdadeiro porto seguro... isso sim foi difícil, porém hoje, percebidamente e aceitavelmente natural... você será sempre a minha lembrança das mais perfeitas lembranças... mas, deixei você ir para poder viver e construir as mais perfeitas histórias. Deixei vocês irem, todos, limpei a casa o salão, fechei a porta, mas deixei uma janela aberta para você entrar, é você... você... o mais simples dos complicados de todos, como uma brisa... um pouco perdida, mas com uma doçura de valores e compatibilidades, que me traz a paz e a paciência para entender que se eu tiver que abrir a porta para você entrar, vou abrir, mas que se eu tiver que deixar você ir, eu vou deixar essa mesma janela aberta, e sem dor, te ver voar como uma borboleta.

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Continuação....

Mas, queria que ficasse....

Deixei você ir e sem dor vi você voar como uma borboleta pela janela. Ao vê-lo voar, percebi que não poderia fazê-lo ficar, pois você nunca esteve de verdade. Não poderia fazer nada diferente além de deixar o rio correr para o mar, mesmo desejando uma nova e nossa história criar. Deixei você ir, mas de certa forma aliviada, aliviada em não perder o que de mais precioso conquitei, o controle de uma vida que eu mesma criei. Enganosamente desejei que você voltasse e quando o vento te trouxe como uma leve brisa, o tufão avassalador do medo me tomou por inteira, quando erradamente pensei que você poderia querer ficar. Aliviada fiquei novamente quando percebi que você ainda não queria ficar, pois meu medo de lado teria que deixar, para o desconhecido entrar, coisa que hoje ainda não sei lidar. Pensei que você que era o covarde em não deixar ir o conhecido fracassado, para deixar ficar o desconhecido apaixonado. Mas, percebi que eu é que sou a maior de todos os covardes deixando o medo no lugar do amor. Porém, mais fracassados somos quando deixamos de lado o céu estrelado da possibilidade de criar a mais linda de uma desconhecida história, deixando ficar o mais sabido e previsível lodo da insatisfação.

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