Já tive muitas verdades, dores,
vontades e pensares que erradamente mandei no impulso verbal ou escrito.
Nem sempre a comunicação,
principalmente a vomitada é a melhor opção. Ela não passa de uma ansiedade engarrafada
precisando de alívio.
Dizem que o silencio é a melhor
resposta, mas nem sempre. A resposta digerida, em minha opinião, é a melhor
opção nos casos que precisam de resposta.
Nos que não precisam, o silêncio no mínimo te poupa tempo, energia e
saliva. A digestão do impulso emocional nos traz doses de razão e
cuidado.
Deus já dizia (ele me contou um
dia desses) que as grandes respostas da vida estão na verbalização dos
sentimentos. Quando você consegue traduzir em palavras o que sente, encontrou a
resposta.
E para verbalizar, passei a
escrever cartas, mensagens, e-mails, whapps para mim mesma quando queria
vomitar em outros. Sentimentos feridos, raivas, discordâncias, amor ou
desespero excessivo.
As cartas são os sentimentos em
palavras. A partir delas me organizo internamente, e depois do sentimento
aliviado, resolvo o que fazer com ele.
Chamo as cartas, de cartas de
excessos. Nelas posso livremente me expressar sem arrependimentos futuros, que
certamente teria. Escrevo, alivio, esvazio. Depois de esvaziar, organizo, passo
pela peneira, corto uma duas, três ou todas as partes.
Depois de algumas cartas escritas
e nenhuma enviada; percebi que a maioria delas era para mim mesma, como um
diário, divertido inclusive de se ler após um tempo.
Depois das cartas para mim mesma
percebi que as atitudes não precisam de palavras.
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