sexta-feira, 23 de março de 2018

A transferência para o amor.



Transferimos muitas vezes para o amor uma responsabilidade que ele não tem. 

Transferimos para uma relação algo que queremos viver e que muitas vezes nada tem a ver com amor. 

Cada vez mais desconstruo e busco me despir de padrões que julgo fazer feliz dentro de uma relação. 

Por hábito, valores, referências, repetimos padrões que julgamos serem certos e bons. 

O que é certo e o que é bom? 

Vejo relações certas, fragmentaras e ruins. Assim como vejo relações erradas, inteiras e boas. 

Quando conhecemos alguém, logo trazemos nossos pré-conceitos, desejos e necessidades que buscamos dentro de uma relação. E com base nisso julgamos se aquela pessoa serve ou não para nós. Isso nada tem a ver com amor, tem a ver com se aquela pessoa se encaixa no que eu quero viver com ela.

Amor é dar espaço para que cada um dilate e transborde o que é e nesse transbordo nasce uma relação, e não o contrário.

Joana conheceu Pedro, e adorou, mas Pedro fumava. Pedro conheceu Joana, e adorou, mas Joana morava em uma cidade à uma hora da dele. Logo, Pedro e Joana nunca se conheceram de verdade e nunca descobriram que ela por enxergar a vida de uma forma mais leve, afastaria os maiores e mais bobos medos de Pedro. É que ele por ser tão seguro em suas convicções, faria Joana descobrir uma segurança interna que ela nunca teve. Sem os medos, Pedro perderia a necessidade de fumar e  Joana se mais segura, teria a coragem que precisava para ir morar na metrópole. Não é o ter ou não ter que transforma, mas o sentir.

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