Descobrir cuba é simples e
complicado. Complicado porque é preciso querer conhecer e se desprender de
hábitos e confortos comuns encontrados a cada esquina de seu bairro. Simples
porque tudo é tão diferente e interessante que não se cansa de saber mais. É um
insuficiente curioso, mas que chega a um já deu a cota. Esse tudo e pouco nos
causa estranheza entre o bom e ruim, entre o vou e não vou, entre o preciso e o
prefiro Miami que é logo ali e ainda posso ir com milhas.
Mas com certeza, quem vai a
Cuba não volta o mesmo. Talvez Miami nos traga coisas boas, bons itens de
prateleira. Já Cuba nos traz bons itens de nós mesmos.
Nunca pensei que essa ilha,
que pode ser um paraíso ou uma prisão, pudesse ser tão parecida conosco; ambos
divididos entre felicidade e fragmentos, Ideologia e medo, Liberdade e estabilidade.
Uma população de onze milhões de escravos do sistema e cheia de esquemas para
sair da escravidão. Afinal, o que é legal não é legal e o que parece ilegal é o
melhor que se pode fazer.
Uma vida de extremos. De
direitos igualmente insuficientes para todos.
Cuba não é perigosa, mas
também não é ingênua.
Parar no tempo, às vezes é a
opção para quem não quer trocar o certo pelo duvidoso por ideologia, ou porque
fizeram acreditar que o melhor é o que se tem hoje, ou de que não se é capaz. Porém,
cinquenta anos deteriora qualquer estrutura alimentada apenas de palavras e
sonhos.
E assim, Cuba, ou nós seguimos
em ruínas, sem manutenção, ou reconstrução, mas principalmente sem entender o
que nos arruinou e muito menos o que pode nos salvar - por pura baixa auto
estima.
Com ou sem entendimento, com
ou sem estrutura, ela se sustenta a beira de um mar azul, com temperatura
tropical, ao cheiro de hortelã, em um horizonte que pode ser um paraíso, ou uma
prisão, tudo vai depender do ângulo que se vê.
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