quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Será que era pra ser assim?

Estou um pouco chocada com o que vem acontecendo no mundo nos últimos tempos. Será que era pra ser assim? Guerras, mortes, mortes por depressão, vírus misteriosos, jovens doentes, desamor... Será que era pra ser assim? A modernidade devia nos trazer felicidade, e não o contrário.

Ódio aos governantes, palhaços se candidatando a líderes, uma falta de educação e limites generalizada, decepções a cada esquina e uma ausência de confiança em si e no outro.

Será que era pra ser assim? Cadê o amor e a nossa capacidade de transformação?

A ganância pelo poder e pelo dinheiro compensa, Dilma Rousseff? Prefiro aos 67 anos estar vivendo uma velhice tranquila e feliz do que aprisionada no ódio de pelo menos 40% de uma população sabendo que nada do que se fizer será um dia suficiente.

Onde está esse nós conjugado no plural? Aquele capaz de amar incondicionalmente um bichano como se fosse gente, de salvar ao outro por instinto, ou de sorrir quando se olha no espelho.

Viramos selfies de quem? A modernidade trouxe esse desamor - a geração do vazio, ou a do algo em troca. Nos enchemos de coisas e nos esvaziamos do ser. Demos espaço ao medo e a destruição, a autodestruição.

Ficamos invisíveis e cegos, porém sempre online. Na linha do que?

João saiu com Joana, que ficava de zapzap com Paulo que estava com Ana, que falava com Zé. Joana encontrou com Paulo que agora teclava com Claudio que estava com Zé que mandava mensagens a Mariana que chorava sozinha por não estar com ninguém e sem bateria no celular.

Encontros sem conversas e conversas sem encontros.

Será que era pra ser assim?


segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Simplesmente singular





















Verão ou inverno? Primavera
Dia ou noite? Fim de tarde
Sal ou doce? Apimentado
Samba ou MPB? Rock n Roll
Smartphone ou tablet? Livro
Gato ou cachorro? Cavalo
Saia ou calça? Vestido
Vodca ou cerveja? Vinho
Praia ou montanha? Minha casa
Carro ou moto? Bicicleta
Amor ou paixão? Admiração
Sexo ou amor? Tensão
Rir ou chorar? Suspirar
Sol ou chuva? Arco-íris
Cinema ou teatro? Televisão
Foto ou vídeo? Sexo
Dinheiro ou cartão de crédito? Momentos
Passado ou futuro? O presente.

domingo, 10 de agosto de 2014

Release Dias de Clarice


O que posso ser hoje, que já fui ontem, e que não quero ser amanhã?

Parece que meus dias de Clarice vieram para ficar.

Fazer o quê, se preferimos o silêncio às palavras, as palavras à ação, e a ação ao tédio?

Vai entender esse mundo moderno... tá tudo indo tão rápido que o livre arbítrio virou uma prisão da aceitação dos acontecimentos. Sou uma desconhecida de mim mesma. Tô misturada, confusa, sufocada... não suporto me sentir assim, estranha.

Se eu pudesse, tiraria férias de quem sou, estacionaria minha vida num canto e ia para um spa.

Li outro dia uma ótima: “Te amo, como amiga... então: Vai se fuder como amigo”.

Esse tinha que ser o final do email, mas não. Clarice Poliana, a compreensiva, ainda coloca: “obrigada pela
troca”. Que troca, se ele quer solar?

Queria poder separar hoje o que é de fato necessidade na minha vida, do que é desejo. Ir para a Tailândia é um desejo, pagar minhas contas uma necessidade. Emagrecer três quilos, um desejo, viver um amor... uma necessidade?

Trabalho, amor, família. Família, trabalho, amor. Ou seria, amor, família, trabalho?

Será que a ordem dos fatores altera o produto, felicidade?

Julho 2015 | por Ana Corujo em Dias de Clarice