Acordei, abri a gaveta. Tirei aquele sonho deixado de
lado por anos. Peguei-o... ainda tinha formato de nuvem. Não tinha cheiro,
forma, mas havia um sentido latente, vivo, apesar de quase empoeirado. Falou
comigo, afinal, só dependia de mim, fazê-lo existir. Não foi num passe de
mágica, aliás, nenhum passe de mágica aconteceu. Nessa receita de realizar
sonhos, não teve mágica, mas magia. O que teve, foi muito trabalho... Tanto
trabalho, só para parecer que não se trabalhou - a ponto de parecer, que tudo
aconteceu como um passe de mágica. Mágica, ou mágico, realizar sonhos tem um
sabor que só quem realiza, consegue entender o medo agradável de sentir. A
campainha tocou. E o sonho chegou embrulhado. Não era uma cegonha, mas o
motoboy, com você tão bem embrulhado, para não se machucar no caminho. Foi um
caminho nem rápido, nem demorado; nem fácil, mas também, nem tão difícil. Foi
um caminho do tamanho do tempo e esforço que precisava ter - para poder
existir. O tempo exato para não se desistir. E assim, você chegou embrulhado
com nome gravado. Nervosismo, emoção, medo, sentimentos não mais engasgados,
rasgaram aquele pacote para poder sentir você em minhas mãos suadas. Podia
tocar, tinha cheiro, forma, 268 páginas, era a minha cara... tinha vida, eco e
todo sentido do mundo, descoberto, registrado... Depois de me sentir tão oca, a
ponto de me acostumar a me sentir assim... agora era um enorme conjunto
completo de mim. Segurei o meu sonho nas mãos. Me emocionei, me orgulhei,
aliviei, respirei, respirei esse novo ar. Nunca havia tocado num sonho, foi
como ver a neve. A nuvem se materializou, com nome e sobrenome de A bailarina da
loja de tapetes, com preço de prateleira, mas de valor de uma vida inteira
vivida, acompanhada da certeza de que nunca mais serei a mesma, pois agora eu
sou eu - e vou me lançar.
5 comentários:
Adorei a sinopse do livro! Fiquei muito curioso sobre como termina a Bia. Quero muito ler um livro de autores nacionais para poder pôr em meu blog! Parabéns pelo trabalho e assim que possível terei seu livro em minhas mãos. Beijos e até mais :*
Querida Ana Corujo, para mim, Ana Flávia... já comecei a bailar no seu livro... estou iniciando o capítulo 3, e quando o leio, imagino vc me contando a história, com sua voz e seu jeito único de descrever as coisas do cotidiano.. confesso que já ri, chorei e me emocionei nas suas poucas páginas... Sei não, mas acho que nasceste para isso... Só posso desejar a vc todo o sucesso do mundo, que vc continue sendo esse HOLOFOTE... Mil bjs, com carinho, Mirreli.
Doidaaaa pra ler! Hehehe
Bia sorte!
Legal Afranio!! Conseguiu comprar o livro? Vou ao Jô Soares semana que vem!! Tem promoção na minha fanpage. Confere lá! Obrigada pelo carinho. Bjs
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