Rio quarenta graus purgatório
da beleza e do caos, dos preços surreais, da justiça com as próprias mãos, das
manifestações, do trânsito, do Arpoador.
Rio seu cenário é uma beleza,
mas você tá virando terra de Marlboro e cuidado para não colapsar.
Tenho sim uma opinião sobre
sair por aí fazendo justiça com as próprias mãos, porém polemizar por polemizar
não vou nem começar; mesmo querendo dizer que por mim, pode meter a porrada,
amarrar no poste, ou deixar nu em pelo em plena praça pública. Não cabe a mim
ou a você fazer isso, nem pedir de natal uma pistola. Mas já que a justiça divina não vem e a justiça civil não
vai aonde deve ir, parados não dá para ficar, porque se correr o bicho pega, se
ficar o bicho come. E, a ridicularização dessa bagunça, já ficou ridícula há muito
tempo.
Analogando sobre o tema será
que na vida pessoal, nas relações somos severos como deveríamos ser, ou para
evitar desgastes, evitamos severizar?
Estamos cada vez mais severos
com nós mesmos e benevolentes com o outro, por descrença, ou preguiça mesmo.
Conosco, as exigências são
muitas: zero por cento de gordura, disposição de atleta, quimicamente
invelhecível, psiquicamente analisado, sexualmente uma máquina,
intelectualmente um google, espiritualmente evoluído, socialmente responsável,
financeiramente sustentável, fora ser bom pai, filho, marido, neto, patrão,
vizinho, colega, amigo - tudo dentro do fisco.
Já o outro, difícil esperar.
Aí ficamos esperando o inesperado. E como é mais fácil vir mais do mesmo, o
desânimo vira uma estatística comprovada, e passamos a achar que a insuficiência
é nossa. A cobrança pessoal aumenta e o consumo por anti depressivos, ansiolíticos
também.
É amigo, tá fácil para
ninguém, mas a benevolência elimina um feedback necessário para o outro e para
um Brasil sem ordem e em regresso.
Educar dá trabalho e não é fácil, mas a
educação é fundamental para qualquer crescimento. E, apesar de estarmos em um
país muito do mal educado, não nos apeguemos à bolsa família emocional, só para
evitar trabalho.
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