Existe uma camada em nossa sociedade que muitas vezes consideramos invisível, que passamos reto, evitamos olhar ou ver. Alienação ou não, desconsideração ou não, peso na consciência ou não, essa visibilidade e atendimento é de cada um, de cada consciência pesada ou não. Porém, de umas semanas para cá, me tornei pára-raios de pedintes e confesso que essa pseudo invisibilidade tornou-se não só visível, mas como muito, muito incômoda, principalmente por ser uma invasão do meu espaço. Era só pisar na rua, ir à praia, ficar numa fila de restaurante, sentada num bar, que a “pedintarada” de todos os tipos aparecia, ou melhor, aparece com as melhores histórias trágicas possíveis, para perturbar a sua paz e te deixar com dor na consciência em não dar aquele trocado, ou atenção. Confesso que esses pedintes me deixaram irritada e incomodada com essa patética situação do país de desemprego e dificuldade de sobrevivência nessa quase “terra de Marlboro” sem lei e valores, mas de uma beleza e paixão absurda! Fazer o quê? Alguém pode me dizer?
Outro dia estava na praia com uns amigos, no maior clima e papo, mas de 5 em 5 segundos vinha um “pedinte de latinhas” - era só abrir um refrigerante ou uma cerveja que os “pedintes de latinhas” brotavam que nem pombos por todos os lados, entre um gole e outro gritando: “Tá vazia, Tia?”, (ai ai, como eu detesto esse “tia!”), para cortar qualquer clima de diversão! Aí à noite lá vou eu para um barzinho, tomar um choppinho gelado, namorar, ficar de papo e dar boas risadas, mas os “pedintes de compra um chicletinho, bala, caneta, chaveirinho... para ajudar a comprar o remédio do filho” invadem a sua mesa e lá permanecem até você dizer pela vigésima vez que “Não obrigado!”. No dia seguinte, você está lá no metrô indo para o trabalho com aquela ressaca, e ao seu lado aparece uma “pedinte, tive um derrame” sentada e ainda com um bafo de cana te pedindo uma ajuda. Alguém merece? Em “Caospacabana”, não consigo andar nem um quarteirão, sem que qualquer pedinte apareça, fora os esparramados pelo chão! Tudo bem que Copacabana é a maior “Lândia” de todas as Áfricas e parques, praticamente uma aventura urbana...Mas, outro dia foi demasiadamente demais: estava lá eu andando com meu namorado, tentando dar um ar de romantismo na rua Nossa Senhora de Copacabana à procura de um pão de queijo quentinho, antes de ir para um compromisso, eis que surge uma criança “pedinte de me compra um prato de comida e em troca te dou um doce de leite”, que grudou em nós e desandou a tagarelar com uma desenvoltura de gente grande e inteligência surpreendente, praticamente um político, que me deixou ao final de seu discurso com dois doces de leite nas mãos. Fazer o quê? Às vezes não basta ser cidadã, tem que participar! Na seqüência da caminhada rumo ao pão de queijo me deparo com um deficiente físico fanho, que sai pulando em nossa direção quando íamos atravessar o sinal, e malandramente, viro e falo: “Não tenho dinheiro, mas tenho doce de leite, toma!”, só que escuto fanhamente: “Eu só queria uma ajuda para atravessar a rua!”. Ops! Não era dinheiro, mas era um “pedinte de atravessar ruas” Tenho certeza que se atravessássemos, ele pediria um dinheiro do outro lado! Não satisfeitos, os pedintes do meu Brasil... ao virar a esquina, uma senhora que falava no orelhão, interrompe a sua conversa e nos aborda; pensei que seria uma “pedinte de informação”, mas não, era uma pseudo enfermeira, pseudo falando com a mãe, que ficou pseudo falando sozinha, pois minha paciência esgotou e segui andando, até porque, depois de quase um curso PHD de pedintes, percebi que eles precisam de treinamento urgente para serem mais objetivos, diretos e se comunicarem mais claramente. Nunca vi tanta prolixidade para contar uma história!! Socorro!!
Enfim... nessas semanas fui pára-raios de pedintes, não sei se isso tem acontecido com vocês e não sei como melhorar essa visibilidade, ou se devo apenas torná-los invisíveis mesmo. Mas, já que a onda é pedir... aproveito este texto para pedir que vocês divulguem a pobre escritora aqui, meu blog, meus textos, me indiquem para colunas de amigos, corrijam meus erros de português e concordância, e me ajudem a ganhar dinheiro com a escrita, afinal para ajudar tantos “pendintes” só entrando mesmo para a classe!
Outro dia estava na praia com uns amigos, no maior clima e papo, mas de 5 em 5 segundos vinha um “pedinte de latinhas” - era só abrir um refrigerante ou uma cerveja que os “pedintes de latinhas” brotavam que nem pombos por todos os lados, entre um gole e outro gritando: “Tá vazia, Tia?”, (ai ai, como eu detesto esse “tia!”), para cortar qualquer clima de diversão! Aí à noite lá vou eu para um barzinho, tomar um choppinho gelado, namorar, ficar de papo e dar boas risadas, mas os “pedintes de compra um chicletinho, bala, caneta, chaveirinho... para ajudar a comprar o remédio do filho” invadem a sua mesa e lá permanecem até você dizer pela vigésima vez que “Não obrigado!”. No dia seguinte, você está lá no metrô indo para o trabalho com aquela ressaca, e ao seu lado aparece uma “pedinte, tive um derrame” sentada e ainda com um bafo de cana te pedindo uma ajuda. Alguém merece? Em “Caospacabana”, não consigo andar nem um quarteirão, sem que qualquer pedinte apareça, fora os esparramados pelo chão! Tudo bem que Copacabana é a maior “Lândia” de todas as Áfricas e parques, praticamente uma aventura urbana...Mas, outro dia foi demasiadamente demais: estava lá eu andando com meu namorado, tentando dar um ar de romantismo na rua Nossa Senhora de Copacabana à procura de um pão de queijo quentinho, antes de ir para um compromisso, eis que surge uma criança “pedinte de me compra um prato de comida e em troca te dou um doce de leite”, que grudou em nós e desandou a tagarelar com uma desenvoltura de gente grande e inteligência surpreendente, praticamente um político, que me deixou ao final de seu discurso com dois doces de leite nas mãos. Fazer o quê? Às vezes não basta ser cidadã, tem que participar! Na seqüência da caminhada rumo ao pão de queijo me deparo com um deficiente físico fanho, que sai pulando em nossa direção quando íamos atravessar o sinal, e malandramente, viro e falo: “Não tenho dinheiro, mas tenho doce de leite, toma!”, só que escuto fanhamente: “Eu só queria uma ajuda para atravessar a rua!”. Ops! Não era dinheiro, mas era um “pedinte de atravessar ruas” Tenho certeza que se atravessássemos, ele pediria um dinheiro do outro lado! Não satisfeitos, os pedintes do meu Brasil... ao virar a esquina, uma senhora que falava no orelhão, interrompe a sua conversa e nos aborda; pensei que seria uma “pedinte de informação”, mas não, era uma pseudo enfermeira, pseudo falando com a mãe, que ficou pseudo falando sozinha, pois minha paciência esgotou e segui andando, até porque, depois de quase um curso PHD de pedintes, percebi que eles precisam de treinamento urgente para serem mais objetivos, diretos e se comunicarem mais claramente. Nunca vi tanta prolixidade para contar uma história!! Socorro!!
Enfim... nessas semanas fui pára-raios de pedintes, não sei se isso tem acontecido com vocês e não sei como melhorar essa visibilidade, ou se devo apenas torná-los invisíveis mesmo. Mas, já que a onda é pedir... aproveito este texto para pedir que vocês divulguem a pobre escritora aqui, meu blog, meus textos, me indiquem para colunas de amigos, corrijam meus erros de português e concordância, e me ajudem a ganhar dinheiro com a escrita, afinal para ajudar tantos “pendintes” só entrando mesmo para a classe!
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