Percebi que aconteceu um encontro quando você me perguntou sobre algo que sou apaixonada e que as vezes me esqueço de lembrar. Nessa sensação de reviver, ao falar apaixonadamente, senti no seu olhar e energia, seu encantamento por minha paixão e naquele minuto presente, a vida pulsou. Era viver, era sentir, era saber que tudo que sou você já admirava, queria, desejava estar, quem sabe ficar. Naquele minuto presente entendi que de nós pode existir muito. Muito de você, de mim, em mim, em você; os encontros são assim - únicos. Sua mão pousou na minha coxa, estava úmida, senti seu calor. Me arrepiei. O nervosismo dos encontros não tem faixa etária ou hora marcada. Seu olhar pairou no meu e ambos em silêncio não nos beijamos. Você não parava de olhar para as minhas sardas e eu quase pedi para você contar quantas tinham só para ficar mais tempo congelada ali nas nuvens. O silêncio se encerrou e deu espaço ao recuo dos corpos e das poltronas quando a aeromoça anunciou o desembarque de nossa fileira. Você me ajudou com a mala, sorriu com os olhos e falamos: obrigado. Sabíamos que tínhamos tido um encontro ali e que tinha gente dentro. E puxando minha mala azul, segui meu destino e você o seu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário