sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Despi meus olhos

Hoje sai pelas ruas, sem rumo, a descobrir. Fiquei invisível para mim, deixei o umbigo de lado e fui a observar. A tela do celular se apagou e a vida viveu, falou, sorriu e fez até eco. Quando o som, a vida não ecoa eles se calam. Vi personagens coloridos, paisagens, cheiros - o novo. Pude tocar nele, e pulsava. Onde eu estava tão visível sem enxergar? Me calei e o mundo cantou. Às vezes é bom engolir as palavras. Ouvi o som dos pássaros, do rio, da respiração do moço ao lado. Onde eu estava sem estar? Por onde fui sem chegar? Me perdi no caminho sem sair do lugar. Tão bom notar. Não precisamos anotar tudo, mas também não podemos deixar passar. O arredor está passando, tá virando um quarto escuro, ou um escondido invisível. Os olhos não estão mais nus. Temos que despir os olhos. Sair com eles pelados para assim enxergar talvez o detalhe de um unicórnio atravessando a rua... 

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