sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Antecipando perdas


A gente passa uma vida toda procurando a tal felicidade e quando ela chega, muitas vezes não percebemos, deixamos ir ou simplesmente a recebemos de portas abertas, mas não sabemos se ela vai ficar ou o que fazer com ela depois que entrou e tudo ocupou. 

Já perder, estamos acostumados, perdemos a cabeça, o juízo as coisas por aí, pessoas, empregos, bens, dinheiro, amores...

Ganhar não é tão simples como parece. Atletas passam anos e anos treinando para as olimpíadas e quando chega próximo ao grande dia, muitos perdem o controle emocional e acabam perdendo - as olimpíadas.  

Nosso emocional antecipa perdas para evitar as perdas. Louco isso, né? 

Sim louco, porém comum. Ganhar não é tão simples quanto parece. Porque depois que ganhamos ou conquistamos, o que faremos depois? Para onde vamos? Como será o novo e qual a próxima etapa? 

Será que sou merecedor de tudo isso? 

Já perder ficamos no mesmo lugar sabido do tentando, buscando, persistindo. Um gerúndio bonito até. 
Perder para muitos é mais comum do que ganhar, conquistar. Mesmo sabendo que nunca estamos preparados para as perdas. A frustração vem, passa, nos vitimizamos ou culpamos, e seguimos no conhecido de sempre. 

Já o receber, ganhar, às vezes nos causa estranheza, desconforto, um não saber lidar com aquele bem, sentimento, ou reconhecimento tão precioso. Afinal, sei lá porque achamos que não merecemos o que merecemos. 


Dar e receber, perder e ganhar são mecânicas naturais da vida. O que não é natural é antecipar, principalmente as perdas. Aqui vai uma dica para não cairmos nesse erro. Só comprima uma história depois que ela dilata, então, deixe a vida dilatar. 

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