Sinto saudades do que ainda
não vivemos.
Não foi exatamente esta frase,
mas foi exatamente isso, nesse tempo verbal.
A frase ainda veio com um: se
é que é possível.
Sim é possível. Poesia sofrida
essa, não é mesmo?
As relações estão assim,
interrompidas, invividas - idealizadas no sentimento de felicidade e dor.
Vivemos na imaginação do
imaginar e na intolerância do viver.
A imaginação ficou mais confortável que o conforto de se confortar com alguém, em alguém, em algo, ou alguma coisa.
Dormimos livres e acordamos sozinhos.
A imaginação ficou mais confortável que o conforto de se confortar com alguém, em alguém, em algo, ou alguma coisa.
Dormimos livres e acordamos sozinhos.
Saudades do não vivido.
Quantas vezes senti isso, quantas vezes imaginei esse não vivido só para me
sentir feliz no imaginar.
Saudades daquela viagem que
não fiz, daquela música que não compus, da megassena que não ganhei, das palavras
que não disse, daquele beijo que não dei... ou da coragem que não tive em
dizer: espere, não vá.
O medo é o maior aliado da
imaginação. E a imaginação, um belo doce de chantili para o medo.
E no compasso desse doce
acuado, o que resta é o vazio da saudade do que nunca vai se viver.