Será que deveríamos ser menos exigentes com o amor, ou o amor deveria
sem menos exigente com a gente?
Amar virou uma equação complexa nos tempos modernos, composta por
muitas variáveis. Tantas que nem sei se temos a capacidade de encontrar uma
resposta exata. Um mundo cheio de vida e cada vez mais vazio de amor.
O medo invadiu o verbo amar e isso fez com que deixássemos de andar
com ele para andar contra ele ou fugindo dele.
Bairro, profissão, hábitos, interesses, idade, filhos, casa própria, ele
ou ela, família, praia ou montanha, sexta ou sábado, você faz trilha?
Pois é... tanta felicidade no facebook, nossa identidade digital, mas nos
bastidores só nós sabemos a dor de ser o que é. E respondendo: Não, não faço
trilha, não acampo e acho desnecessário ir da barra a Niterói às 6am em pleno
sábado de bicicleta. Não digo que gosto quando não gosto e não faço joguinho. Falo
quando estou a fim de você, da mesma forma quando não estou, ou que estou com
saudades, porque ainda acredito no tentar e na beleza dos sentimentos. Serei
eterna defensora das palavras que devem ser ditas e que estão cada vez mais
esquecidas nas entrelinhas da rotina da comunicação escrita. Qual o som da sua
voz mesmo?
Ei ei, você que está aí sozinho no limbo da farra de vida cheia e
coração vazio; já ouviu falar do Tinder
aplicativo no celular do momento?
Me pediram para escrever e cá escrevo sem qualquer preconceito ou
vergonha, até porque em tempos da servegonhice digital exposta em telas, seria
até irônico você ter vergonha de estar em um aplicativo para relacionamentos.
Oriundo do site match.com, dono do Par Perfeito, sua estreia no Brasil,
foi um fenômeno de bugs por conta do volume de acessos. Muito me impressiona
como o efeito brasileiro é algo devastador no campo da adesão e acessibilidade.
Somos um povo que pulsa, que busca, antenado e que adere a qualquer moda.
Mais do que avaliar o aplicativo, relatar experiências, ou qualificar
o nível das pessoas. O que me chamou a atenção foi a rápida adesão, o volume de
pessoas - o colocar a cara a tapas quebrando o paradigma pejorativo do mico dos
sites de relacionamentos, ou de qualquer outro canal não ocasional para se
conhecer pessoas.
Disponível para qualquer que seja o seu objetivo: sexo, paquera, relacionamento
sério, ou micareta online; o que não quero mascarar aqui é a vala comum do que já
se vive. Essa adesão toda mostra que há espaço para sexo, paquera, relacionamento
sério, ou micareta online – porém, na minha mais sincera opinião, a grande
maioria - entre uma ficada ou outra - busca pelo amor verdadeiro e não digital,
para os que ainda não o tem. Faz parte da natureza do homem e da mulher, mesmo que
eu, você, ele ou ela digam que não.
A dica que deixo é que não deixemos o amor em tempos de Tinder fazer
que possíveis encontros ou matchs escorram pelos dedos, na perdição da possibilidade
de um match mais bonito, ou melhor, só porque está lá a disposição num cardápio
de opções. Afinal, costumamos aplicar mal os aplicativos. Criam facilidades,
novas possibilidades e ao invés de termos foco, perdermos ele. Colocam a tecnologia em nossas mãos para nos
acharmos, mas justamente por essa facilidade nos perdemos.
Seja menos exigente com o amor, que o amor será menos exigente com
você e quem sabe nesse movimento, todos passarão a ser menos exigentes com as
exigências e quem sabe match.com.