terça-feira, 4 de junho de 2013

Assassinando o amor


Não, o amor não morreu. Mas tem que morrer. Matar o amor? Coitado dele, sentimento lindo, nobre, tão difícil de achar... pois é! Mas tem horas na vida que até o amor precisa morrer para você seguir. Escolha a sua arma: um novo amor, overdoses de auto estima, abstinência contatual, deletamentos facebookianos, whatsAppianos, instagranianos, spa emocional, ou terapia mesmo. Limpe tudo, jogue fora, apague aquele ou aquela, que por qualquer motivo, comum, incomum, ou até compreensível, não te quer mais, nunca te quis, ou sequer te olhou. Acorda! Sem last seen ou medo, desapegue-se! O amor é para ser bom, e não um sentimento cultivado a um, no vazio da dor da solidão, do vácuo. Se você acha que sua ausência trás saudade, traz o esquecimento. Mate, afogue, estrangule, cuspa na cara dele, arranque de você, sem anestesia. Um amor não reconhecido é o maior veneno para alma.

Falando assim, parece fácil, prazeroso, até sádico. Todos nós temos um lado sádico, então sinta prazer em assassinar esse amor inútil, que no fundo só serve para mostrar que não serve para nada. Dá pena? Dá dó? Dá... mas a vida é isso, chuchu... um dia você entra com o pé, no outro com a bunda; ou as vezes você entra, e ninguém sequer percebeu ou ligou que você entrou.

O mais engraçado disso tudo é que se pararmos para analisar, esse treco aí que chamamos de amor - que está com os dias contados, muitas vezes é mais vaidade do que amor mesmo. Vaidade, paixonite, orgulho ferido, ou uma simples vontade de viver alguma coisa, ou qualquer coisa. Passe na peneira e veja se essa âncora emocional é mesmo esse amor todo que você imagina, ou se você o colocou lá só para ocupar um vazio.

Ok. Se você sente, sente. E muitas vezes essa meleca de sentimento irracional, que você sente sem qualquer explicação, é mesmo sem qualquer explicação. Pensa com a cabeça: será que você quer mesmo esse amor? Será que você quer realmente esse amor? Será que você quer de verdade esse amor? Do jeito que ele é, sem você querer mudar tudo, sem expectativas, morando no Vietnã, sem perspectivas, no gerúndio do te enrolando, sem interesses comuns, acampando nos finais de semana, sendo a prioridade vinte depois da tartaruga comprada na feira de Bonsucesso, sem gentilezas, elogios ou palavras ditas.... Será que você quer mesmo esse amor? Quanta vaidade, hein?


Por isso aqui vai uma receita para um assassinato amoroso: Olhe-se no espelho, enxergue-se, sorria, solte aquela gargalhada, e fale: “Vai pra caralha!” – e sem olhar para trás, pois como o poeta Manoel de Barros diz: “O tempo só anda de ida”. Então, vida que segue.... e na boa, em tempos modernos, é muito Vintage você ficar aí morrendo de amor – prontofalei.

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