segunda-feira, 9 de julho de 2012

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Pitágoras orientou: “Purifica o teu coração antes de permitires que o amor entre nele, pois até o mel mais doce azeda num recipiente sujo”.  Foi assim que me senti depois de entender que nossas semelhanças nos aproximaram e que nossas diferenças fizeram você se afastar de mim, ou melhor, pedir que eu me afastasse de ti.

Uma pena, uma enorme pena! Pois, tem sentimentos que formulas matemáticas não explicam, mas a química sim. Pensei em contestar e lutar por algo tão simples que me invadiu, tocou, mas desisti. Depois de uma certa idade ficamos covardes. A rejeição deixa de ser um problema e passa a ser a aceitação do “não era para ser”.

Mas, como eu queria que fosse, como queria poder viver, essa brisa que entrou em meu coração purificado, limpo, oco, que fazia até eco – e que já havia seguido as orientações de Pitágoras antes de você chegar. Pena que você faltou a essa aula de matemática e eu coloquei ingredientes demais na de química e acabei reprovada.

Mas, deixei você entrar, é você, o politicamente correto e intelectualmente perfeito. Me tratou como rainha. Mas, apesar da biologia perfeita, como fui reprovada em química, nossas composições não foram exatas, e sem muitos resultados positivos.

Assim, terminamos todos juntos e sós na aula de literatura lendo “João amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili que não amava ninguém”... e como, na poesia de Drummont, o amor se perdeu e nós perdemos o melhor de nós. 

2 comentários:

Ronaldo Rios disse...

Tem coisas que a mais pura e perfeita filosofia, química, matemática ou a mais complexa das ciências naturais não podem explicar. Nessas horas não seria melhor abandonar Pitágoras, Sócatres ou Freud e se basear na sabedoria popular dos "Trovadores" Zeca Pagodinho que prefere o lema "deixo a vida me levar" ou até mesmo o Último Romântico Lulu Santos que apenas aconselha: "vamos nos permitir"? Deposito as minhas fichas no mais utilizado método científico, o qual foi capaz de trazer a humanidade até aqui: TENTATIVA E ERRO. Assim, se nos permitirmos e tentarmos sempre, certamente estaremos mais próximos da tão sonhada felicidade.

Ana Flavia Corujo disse...

Vamos nos permitir.... vamos nos permitir...