Acordei, o
sol brilhava, resolvi ir ao parque, levei um livro. Sentada fiquei. O clima
estava ótimo, crianças, cachorros, famílias. Você apareceu, sentou-se do outro
lado. Lia o mesmo livro. Achei curioso. Nos olhamos. Nos olhamos de novo. De
novo, e novamente. O coração bateu mais forte, mas não sorrimos. Você se
levantou e nunca mais nos vimos....
Dia dos namorados, inúmeras matérias nos jornais e
revistas falando sobre histórias de amor que aconteceram assim ou assadas. Mas,
e as histórias que não aconteceram? Onde ficaram? Aconteceriam?
Situações onde pessoas se conheceram num cartório,
por um erro da internet, numa batida de carro, ou em qualquer outra do
cotidiano comum cabível a qualquer um – todos os dias, são chamadas de inusitadas
pelo simples fato dele ou dela, ou ambos, terem feito algum movimento fora do
comum que você ou eu não faz ou faria.
E para quem não faz nada, o que lhe resta é o “Se...”
da inércia nas mãos, não é mesmo?
Sim, o amor acontece, (eu é que sei!), mas não
sozinho, ou pela força do pensamento. Em algum momento ele precisa de risco,
vontade, palavras, atitude e sorte para acontecer. Se funcionasse por telepatia
ou entrelinhas, o mundo seria uma sucessão de encontros e não de vazios.
Há tempos não
sentia isso, beijo bom, tudo bom, encaixou e foi leve, fácil. Posso ser eu sem
grilos, flui... estranho e delicioso. Doido, doido. Bom, bom. Como chegar em
casa. Acho que você sentiu o mesmo. Acho... não sei... não falei nada... nem
você.. e nunca mais nos vimos...
Além da inércia, quantas palavras nunca são ditas?
Quantas deixas deixamos de lado e nessa deixamos de conquistar o que muitas
vezes buscamos? Mais uma vez, as histórias que aconteceram, aconteceram também,
porque fizeram acontecer. Nem que tenha sido no último minuto no aeroporto
antes de entrar no avião. Ou, antes de bater uma porta do carro. Surpreendentemente
no meio da madrugada. Ou sei lá, cada um sabe as histórias que tem e as que não
têm.
O problema são todas essas outras aí que não
aconteceram, que deixamos escapar, que nem se quer nos demos ao trabalho de
tentar que deem errado. Ou como diria Vinícius, que fosse eterno enquanto
durasse. Preferimos ficar com o “Se...”, com as nossas reservas, medos, diria
até preconceitos... “ela não é tão bonita para mim”... “ele não esta tão bem profissionalmente”.
Ou com a lei da preguiça mesmo: “falar para quê? Não vai dar em nada mesmo...”.
Quem é que tem a coragem de estar
correndo na praia, ver uma miúda bonita correndo também, dar meia volta para
fazer companhia e começar um papo?
Tenho uma sábia amiga que diz que life is now! Por isso, ao invés de ficar
postando amarguras ou mascaras falsas de felicidades no facebook ou por aí. Se você
é solteiro e busca um amor, qualquer buraco é trincheira! Viva o óleo de Peroba.
Faça do comum o melhor espaço para o inusitado - até para diluir a ansiedade.
Seduza o mundo, mas para seduzir o mundo antes você precisa seduzir a si mesmo!
Feliz dia dos namorados!
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