quarta-feira, 27 de junho de 2012

Bem me quer, mal me quer?


Como a sua semana começou? Bem me quer, ou mal me quer?

A vida é esse eterno bem me quer mal me quer, onde um dia ela sorri, no outro te faz chorar. Um dia te dá colo, no outro te deixa no chão.

Se me perguntassem hoje o que sou, responderia em letras garrafais que sou uma grande malabarista, que erra demasiado demais, mas que um dia quem sabe, conseguirá jogar oito bolinhas no sinal, com um braço só e na perna de pau.

Não tem jeito, a vida ela é assim, um dia bem te quer no outro mal te quer, ou se quer lembra que você existe - por maiores que sejam as suas rezas e promessas.

Não adianta chorar, espernear, se jogar no chão ou mandar posts no facebook. Nos dias de mal me quer, o menos é mais, pois já diz o ditado que passarinho na merda não pia! Quando for assim se recolha e espere o dia de bem me quer chegar. Pois, ao contrário do também ditado o que é um peido para quem está cagado, em dias de mal me quer, a vida é uma diarreia que só!

Porém, ah porém, em dias de bem me quer, são dias de bem me quer... sim senhor. A gente anda esperando tão pouco de tudo que quando vem coisa boa, ficamos mais felizes que pobre ganhando esmola, criança em piscina de bola, gordo em rodízio, ou encalhada tirando o atraso. E talvez seja esse o grande barato da vida, surpreender.

Chego à conclusão que o melhor disso tudo é não se estressar com essa gangorra inevitável, que dá aí a vida uma nota 5 ou 6. Tem gente que luta, luta, luta, se estressa, enlouquece, se cobra, se cobra (será que sempre fui assim?) para viver com uma vida nota 8 ou 9, e quando acontece algo nota 10, o que deveria ser o suprassumo do suprassumo, vira só um pouco a mais daqueles 8 ou 9 – de tanto desgaste. Logo, para que fazer tantas tempestades num copo d´agua, se a vida é tão orgânica e hoje pode ser dia de mal me quer e logo amanhã de bem me quer?

Saindo um pouco daquela frase piegas de que não importa quantas vezes respiramos, mas quantas vezes nos tiraram o fôlego.  Prefiro terminar com o brega, de que a vida não está amarrada com um laço, mas ainda sim é um presente.

Bem me quer, mal me quer?

segunda-feira, 25 de junho de 2012


“Costumo dizer que nem tudo o que surpreende é encantador, mas tudo o que é encantador, de alguma forma, nos surpreende.
Ana Corujo é uma escritora surpreendente e encantadora.
Já em seu primeiro livro, A bailarina da loja de tapetes, ela demonstra maturidade narrativa e sensibilidade para costurar tormentos, desatinos, paradoxos, reparos, desejos, conflitos e inquietações de seus personagens, que nos seduzem por meio de um texto com humor e poesia.

Assim, Ana Corujo é uma autora que tem tudo despertar o interesse de editores antenados, ser uma preciosa revelação, e conquistar cada vez mais leitores.”
Márcio Vassallo, jornalista e escritor. 

quinta-feira, 21 de junho de 2012

A INvolução da sustentabilidade



Para cada escolha uma renúncia será feita. De repente essa frase não é tudo, mas é quase 100%, pois quase todas as escolhas envolvem alguma renúncia, nem que seja a emocional do próprio sim ou não.

Em plena semana da Rio+20, onde líderes dos principais países discutem o desenvolvimento sustentável do planeta, chego à conclusão que quem ainda esta verde em toda essa discussão, somos nós mesmos, e por pura preguiça.

E quem fica mais pobre com essa economia verde?

Somos grandes preguiçosos em discutir diversos assuntos, inclusive da nossa sustentabilidade – vide exame de sangue abaixo. Afinal, discutir e aplicar sustentabilidade é chato mesmo. Quem chega numa mesa de bar e propõe bullets sobre erradicação da pobreza ou desenvolvimento sustentável? Temos preguiça em discutir a relação, educar comportamentos, dizer que gosta e até de nos abrir para o amor; não vamos ter preguiça em gastar energia nem que seja pensando sobre a emissão de monóxido de carbono? Algo que a gente não vê ou sequer sente? Hello!

E assim, seguimos diariamente destruindo o mundo e a nós mesmos.

Semana passada estava na porta de um restaurante francês, nada barato, quando um possante parou no vallet e uma senhora de fino trato desceu do carona, deixando cair uns papéis. Por movimento natural as pessoas que aguardavam na calçada e a equipe do restaurante foram recolher os papéis, para entregar a madame entendendo que a senhora não havia percebido que os havia deixado cair. Só que a fulana teve a pachorra de dizer que era para jogar fora mesmo. Em pleno Rio +20, ou no mundo mal educadamente sustentável ainda temos que ouvir essas pérolas de porcos!

Querendo ou não já disse a revista Veja dessa semana; verdades inconvenientes para mim e/ou para você. A verdade é que estamos mais para bichos preguiças que para ursos pandas que não vêem, não ouvem ou falam - toda vez que não reclamamos de uma agua errada que veio na conta, ou quando compramos um algodão doce no Disney on Ice por R$26,00, ou quando pagamos um chá verde do Sushi Leblon por R$16,00, por ser num restaurante cool da cidade. Será que a folha desse chá era o dólar?

Se eu falar que estou cansada disso tudo, parodiando ou não, volto ao estado inicial de preguiça em tentar mudar parte, ou pequena parte disso. Escolho a inércia que renuncia todas as possibilidades sustentáveis de agregar uma vida e um mundo melhor, e assim INvoluímos.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Life is Now!



Acordei, o sol brilhava, resolvi ir ao parque, levei um livro. Sentada fiquei. O clima estava ótimo, crianças, cachorros, famílias. Você apareceu, sentou-se do outro lado. Lia o mesmo livro. Achei curioso. Nos olhamos. Nos olhamos de novo. De novo, e novamente. O coração bateu mais forte, mas não sorrimos. Você se levantou e nunca mais nos vimos....

Dia dos namorados, inúmeras matérias nos jornais e revistas falando sobre histórias de amor que aconteceram assim ou assadas. Mas, e as histórias que não aconteceram? Onde ficaram? Aconteceriam?

Situações onde pessoas se conheceram num cartório, por um erro da internet, numa batida de carro, ou em qualquer outra do cotidiano comum cabível a qualquer um – todos os dias, são chamadas de inusitadas pelo simples fato dele ou dela, ou ambos, terem feito algum movimento fora do comum que você ou eu não faz ou faria.

E para quem não faz nada, o que lhe resta é o “Se...” da inércia nas mãos, não é mesmo?

Sim, o amor acontece, (eu é que sei!), mas não sozinho, ou pela força do pensamento. Em algum momento ele precisa de risco, vontade, palavras, atitude e sorte para acontecer. Se funcionasse por telepatia ou entrelinhas, o mundo seria uma sucessão de encontros e não de vazios.

Há tempos não sentia isso, beijo bom, tudo bom, encaixou e foi leve, fácil. Posso ser eu sem grilos, flui... estranho e delicioso. Doido, doido. Bom, bom. Como chegar em casa. Acho que você sentiu o mesmo. Acho... não sei... não falei nada... nem você.. e nunca mais nos vimos...

Além da inércia, quantas palavras nunca são ditas? Quantas deixas deixamos de lado e nessa deixamos de conquistar o que muitas vezes buscamos? Mais uma vez, as histórias que aconteceram, aconteceram também, porque fizeram acontecer. Nem que tenha sido no último minuto no aeroporto antes de entrar no avião. Ou, antes de bater uma porta do carro. Surpreendentemente no meio da madrugada. Ou sei lá, cada um sabe as histórias que tem e as que não têm.

O problema são todas essas outras aí que não aconteceram, que deixamos escapar, que nem se quer nos demos ao trabalho de tentar que deem errado. Ou como diria Vinícius, que fosse eterno enquanto durasse. Preferimos ficar com o “Se...”, com as nossas reservas, medos, diria até preconceitos... “ela não é tão bonita para mim”... “ele não esta tão bem profissionalmente”. Ou com a lei da preguiça mesmo: “falar para quê? Não vai dar em nada mesmo...”.  Quem é que tem a coragem de estar correndo na praia, ver uma miúda bonita correndo também, dar meia volta para fazer companhia e começar um papo?

Tenho uma sábia amiga que diz que life is now! Por isso, ao invés de ficar postando amarguras ou mascaras falsas de felicidades no facebook ou por aí. Se você é solteiro e busca um amor, qualquer buraco é trincheira! Viva o óleo de Peroba. Faça do comum o melhor espaço para o inusitado - até para diluir a ansiedade. Seduza o mundo, mas para seduzir o mundo antes você precisa seduzir a si mesmo!

Feliz dia dos namorados!

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Deu Mole?



Amigos conversavam no bar. Na verdade amigas, sendo que uma casada acompanhada de seu participativo marido.

Tema central, lógico, crise masculina, mais que batido. Eis que a casada chega à conclusão que o problema da falta da recorrência masculina se dá em virtude ao famoso dar na primeira noite. O que a casada não esperava era na coerente resposta de uma das solteiras: “Se a gente não der na primeira noite, a gente literalmente não dá. Hoje o primeiro encontro virou encontro de despedida!”.

O pior de tudo é que o marido foi obrigado a rir e a concordar com a amiga.

É mundo moderno... brincadeiras e exageros a parte, vivemos na época que o mocinho quando não fica com o outro mocinho, fica com a mocinha no início e não mais no final e o primeiro encontro já é o último. Logo, passo acreditar que caiu de moda dizer que mulher que dá de primeira é piranha, e se for, qual o problema? Ela nunca mais vai ver o cara mesmo. Logo 2, entramos na era do viver tudo numa noite só. E como o mundo acaba naquela noite, normal encontrar um vazio enorme no dia seguinte.

Ufa até cansei!

Independentemente da modernidade, do mundo estar cada vez mais impar e dos relacionamentos terem virado perecíveis – que depois de consumidos acabam ou de curtíssimo prazo de validade, por isso coma logo. O que entendo sobre dar ou não dar na primeira noite é que nossa liberdade vai até onde nossos valores vão. Não é porque você é independente, paga suas contas e não precisa prestar contas a ninguém que vai sair por aí fazendo sabe o quê, só porque tem liberdade de direito. Nossa casa, nosso corpo são templos e só deveriam entrar quem merece. Agora, se isso é sentido na primeira noite, na terceira, na vigésima ou por simples prazer, cada um sabe o valor e a vontade que tem. Mas, a gente faz tanto investimento financeiro em nós mesmos para um fulano qualquer achar que pode nos levar por dois trocados?

Tirando a bebida de efeito afrodisíaco engana trouxa total - de sorte de uns e ressaca moral para outros, poucas mulheres fazem sexo pelo simples prazer do sexo. Fazem sexo pelo simples prazer do envolvimento emocional que ele proporciona.  Aí, literalmente fudeu! Quase um PDCA: Pensar, Dar, Chorar e Acreditar que um dia poderá ser diferente, afinal não há regras nos assuntos do coração.

Mas, para encerrar o assunto de certo ou errado... o certo é sempre usar camisinha. Além dos motivos óbvios, se ele não liga para você no dia seguinte, imagine para o seu filho?