terça-feira, 3 de junho de 2008

Momento de Reflexo – ão.


Toda vez que abrimos os jornais, ligamos a televisão, saímos às ruas ou conversamos com alguém; vimos, sabemos ou somos vítimas de algum tipo de violência. Formamos uma população, principalmente no Rio de Janeiro, que aprende a cada dia a conviver com o medo e a possibilidade de que a qualquer momento algo pode acontecer, pois hoje, basta simplesmente estar vivo para essa possibilidade existir.

A sensação de impotência e de abandono total me apavora e entristece. Fatos como balas perdidas, assaltos, seqüestros relâmpagos, roubos de celulares pelas ruas, e mortes como a do Presidente do Banco Cédula ao reagir a um assalto em pleno Centro da cidade do Rio de Janeiro, na hora do almoço, na porta de uma galeria; me faz pensar sobre a vida, a qualidade dela, no quão frágil somos e como estamos nos condicionando a viver e reagir.

Já acordamos, andamos pelas ruas, paramos para pegar um ônibus, metrô, ou estacionar um carro... “antenados” e tensos. Vivemos em constante “alerta” e este modo “alerta de ser” sem sentir vai se transferindo para nossos momentos de lazer, descanso - ou quase.

Outro dia escutei uma história verídica e ótima que me fez pensar sobre isso:

Duas vovozinhas viúvas e do glamour, foram passear em Nova Iorque, (entenderam por que o “do glamour”?) depois de muito resistirem - devido à semelhança da “big Apple” com a “Cidade Maravilhosa” no quesito – violência. Por conta desse medo, as vovozinhas resolveram não pecar ou economizar no quesito – segurança.

Após sobreviverem a um dia violento de compras, mas neste caso no cartão de crédito, as vovozinhas chegam ao hotel, nada mais nada menos que no Hilton, cansadas e loucas para descansarem em sua deliciosa suíte. Pegaram o elevador e quando a porta estava fechando, um “negão” (sem qualquer ofensa ou preconceito), mas um “negão” de uns 2 metros e 10 de altura, por 2 metros de largura adentrou acompanhado, nada mais nada menos com um Rottweiler tão preto e enorme como ele (sem qualquer ofensa ou preconceito).

Imaginem duas vovozinhas, num elevador, 2 por 2 m, com um “negão” de uns 2 metros e 10 por 2 metros com seu “pequeno” Rottweiller subindo para o 21º andar? Um minuto envolto de tamanha tensão passa a ser uma eternidade, não é mesmo? Quando as vovozinhas menos esperavam, aquele “negão” enorme grita: “Sit!!!!” e as vovozinhas “sitaram”, ou melhor se sentaram e lá permaneceram até o elevador chegar ao seu destino.

Loucas para saírem da “Big Crazy Apple” as vovozinhas ao fazerem o “checkout” do famoso Hilton, receberam a informação que a hospedagem estava paga e junto com ela um bilhete que dizia (em inglês é claro!): “Nunca ri tanto na vida! Obrigado, Michael Jordan”.

Como disse, essa história hilária me faz pensar em como estamos reagindo a fatos simples ou não da vida, onde seus desfechos podem ser extremos. Mas, uma coisa é certa: se um dia um “negão” ou “brancão” gritar, não reajam, obedeçam!

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