domingo, 18 de novembro de 2007

Amargurada não sou....


O festival da amargura feminina já virou uma cultura, aqui alí em todo lugar! Pensei que era impressão minha e regional, mas percebi que essa situação é internacional e não do Rio de Janeiro, no meu ciclo de amigas. Parece que a amargura feminina virou uma sombra que ronda por aí em todos os lugares, mesas de bares, boites, festas, casamentos, viagens e brota como “pombo” – em bando.

Muito bem apresentada no filme “El Pasado”, do famoso cineasta argentino Hector Babenco, onde a amargura feminina é quase que o tema focal, retratando mulheres neuróticas, amargas e vaidosas, dentro da história de um ex casal. Uma mulher louca pela amargura e cega pela vaidade em recuperar um homem completamente apático e inexpressivo, mas que possui a incrível capacidade de atrair mulheres em sua maioria amarguradas, rejeitadas, traídas e abandonadas. Frases do tipo “Os relacionamentos não acabam, mas sim somos abandonadas”; são apresentadas no filme. Triste fiquei ao ver essa internacional amargura feminina desesperançosa e que de certa forma me fez até entender o exponencial crescimento da homossexualidade masculina, pois mediante tal neurose, amargura e chatice feminina até eu viraria homossexual se fosse homem! Socorro! Deus me deixa puxar a cordinha e descer desse ônibus desgovernado que é esse mundo contemporâneo e amargo. Não quero acreditar que faço parte desse mundo onde a doçura feminina foi trocada pelo tempero amargo e azedo disputando homens insossos!

Vale entender que muitas vezes estar solteira não é estar sozinha; que ter terminado um relacionamento não necessariamente é ter sido abandonada; que o não interesse comum acontece; que um pé na bunda é apenas um pé na bunda e você não se torna, maior, menor, melhor ou pior por isso; que a vida é feita de encontros e desencontros; que muitas histórias maravilhosas têm início, meio e fim com toda eternidade e perfeição enquanto durou; que as pessoas mudam todos os dias; que temos a incrível capacidade de dormir para que no dia seguinte um mundo inteiro de possibilidades possam surgir; que somos donos de nossa própria história; que somos inteiros mesmo sem ter cara metade; que somos mais felizes quando amando e amado, porém não infelizes quando só; que a vida é uma só e por isso devemos tratá-la e nos tratar muito bem; que tem mais mulher no mundo sim e que a homossexualidade cresce como uma epidemia, mas e daí? Que viva as diferenças! Que não precisamos ficar lindas, gostosas, bem resolvidas profissionalmente, financeiramente e emocionalmente para disputar a “sobra” de homens iguais, mal resolvidos, que fogem quando um problema acontece e imaturos, porque existem 99 outros dos 100 que você podia ter escolhido ou visto, mas não viu ou não quis, não é mesmo? Que a vida é feita de escolhas e não somos responsáveis pelas escolhas erradas dos outros, mas somos frutos de nossas escolhas, certas ou erradas, considerando que o certo e o errado são relativos; que o comum ou incomum nem sempre agrada; que entender nem sempre é compreender, mas aceitar; que os fatos falam por si e uma atitude vale muito mais que mil palavras...

Eu podia ficar aqui horas e horas dissertando sobre a “maravilhosidade” em entender tantas coisas, mas resumindo o mais importante é entender que quem planta amargura colhe amargura e quem planta amor colhe amor e que precisamos atingir 5% de uma população para mudar uma cultura para gerar uma massa crítica. Já fez a sua escolha, mulher?

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