Há poucos dias escrevi sobre a amargura feminina após assistir o filme “El pasado” do renomado cineasta argentino Hector Babenco. Muito me surpreendi com o manifesto positivo a meu tímido manifesto contra a amargura feminina. O texto foi encaminhado a poucas pessoas que repassaram a outras e outras. Sem maiores pretensões acabei recebendo inúmeros emails e comentários e percebi que havia ultrapassado e longe dos 5% necessário para se gerar uma massa crítica, que leva a uma mudança de cultura - o que muito me alegrou. Percebi os resultados nas mesas de bar, no papo com as amigas, nas manifestações masculinas e ainda tive direito a cultura geral em saber através de amiga de mãe que a amargura feminina é uma característica marcante e regional de países latinos... só não sei se isso me entristece ou me deixa feliz.
Essa receptividade me fez ver muitas coisas além de uma amargura, não mais tão amarga, mas cansada pelas mulheres e homens que clamam por doçura, simplicidade e leveza. Me fez ver como as pessoas estão carentes por comunicação, por verbalização de sentimentos; homens e mulheres que querem se comunicar, mas não se comunicam, por puro medo de se exporem a uma possível rejeição. Cada vez mais as pessoas usam da linguagem não dita, a comunicação virtual, “torpedal” que chega a ser até imoral para se expressarem. Hoje relacionamentos são terminados por torpedo, declarações são feitas pelo MSN e reclamações só por email. Podemos ainda colocar, ou melhor, criar na maior vitrine virtual do mundo, o Orkut, o mundinho cor-de-rosa, todo colorido e cheio de amigos de uma vida sobriamente cinza e solitária.
Na era da comunicação e da informação as pessoas perderam completamente a intimidade em se comunicar com intimidade e por conseqüência ficam carentes por respostas; mesmo tendo mais de 1 celular, smart fone, blackberry, GPS, estarem “plugadas” 24hs na internet... mesmo assim, ainda conseguem dizer: “não consegui encontrar meios para te dizer isso...”. Chega a ser ironia, não? As pessoas estão desaprendendo a se comunicar e ao mesmo tempo estão cada vez mais carentes por comunicação; da mesma forma que temem cada vez mais pela exposição e ao mesmo tempo estão 100% mais expostas e disponíveis.
Sábio era o meu pai que sempre me fazia lembrar que o “não” eu já tinha e que o máximo que eu podia conseguir era o “sim”. Confesso que já obtive vários “nãos” e às vezes me perco com tanta informação, tanta “falação” e tão pouca clara comunicação - principalmente de sentimentos. Porém, percebo hoje que me expor me gera essa pequena grande oportunidade capaz de transformar até uma folha branca em um universo de possibilidades. E, assim como meu pai, sábia também é a mãe que me faz lembrar que “tudo pode acontecer inclusive o nada”, mas o fato é que ao me expor coloco um pouco de mim em cada um de vocês e só por tudo isso faz valer a pena!
Obrigada pelo carinho.
Um comentário:
Oie! Comecei com o blog esse semestre. Ainda to novo tmb.. Espero que tenha gostado. ^^ Vi seu blog através do meu namorado q achou ele na página inicial do blogspot e me passou pra ler. Acho q vai direto pro google quando se cria uma página na web, pq uma vez digitei o título do meu blog no google, q nao é mt comum, dei uma vasculhada e achei lá...mas nem sempre fica na primeira pagina.. =\ No meu blog tem vários textos q retratam sobre mim e as coisas que eu vivo... Alguns textos nao são da minha vida... Escrevo o que me vem a cabeça..hehe. Por isso no título “pensamentos livres”... Bom, brigado por ter respondido. Xauzim.
Ps: Li um trechinho em que vc cita o orkut.. Já escrevi um pequeno texto sobre ele. \o/
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