Estava em Nova Iorque recentemente; observar
os comportamentos e como as coisas funcionam fora da minha cultura sempre é um
de meus objetivos em viagens.
Quando falamos de Nova Iorque, falamos de
alguns comportamentos e tecnologias que só serão incorporados no Brasil depois
de alguns anos. Lá entramos em contato com as tendências daqui.
Aplicativos e telas: uma realidade.
Ao andar nas ruas me via como no filme ELA, onde as pessoas, quase todas, usavam fones
de ouvido para falar ao telefone com FaceTime e um prato de comida na mão. As
cenas delas gesticulando, falando, ou fazendo seus Stories em seus mundos
particulares e paralelos, me deixava um pouco incomodada por incomodá-los.
Está com fome? Faça seu pedido pelo App para
os restaurantes mais caros, passe lá, pegue e coma onde quiser,
preferencialmente nos parques. Ou faça todas as suas reservas por um aplicativo
único.
Quer comprar? Baixe um App com sensor, faça
suas compras, entre na loja, pegue as mercadorias e saia. Ou se não tiver feito
às compras prévias, pague com Apple pay, watch pay, caneta pay, ou sei lá o que
ainda vão pay inventar.
A mobilidade é um caminho sem volta. Ainda
bem.
Quer namorar? Todos os tipos de aplicativos
disponíveis já existem. Para quem ainda tem dúvidas, hoje nos EUA de cada três
casamentos, dois são de aplicativos. O americano não sai mais para paquerar,
ele sai para encontrar os amigos. Mesmo em lugares públicos, de paquera, os
aplicativos são usados para fazer o approach no local, em tempo real. Até por
uma questão de segurança. O olho no olho foi trocado por tela na tela. É mais
fácil uma foto sua ser percebida na noite do que você passando, até pq muito provavelmente
o outro estará de olho na tela e não a verá passando.
Triste fim ou novo começo? Novo começo.
Quem hoje já acha estranho ou até esquecede
pagar uma corrida de táxi no final? Uberizamos tanto a nossa vida que esses
novos modelos já fazem parte de nós.
O mundo está mais objetivo e direto. Ninguém
mais quer perder tempo, porque ao contrário do que era para ser com a
tecnologia, ele ficou escasso, pois foi preenchido com o excesso de informação
e novas tecnologias bem sedutoras.
Hoje, a Garota de Ipanema de Tom Jobim, seria
a Garota do Aplicativo, no “Olha que
foto mais linda, mais cheia de graça dessa menina, e mais dessa que passa, e
mais dessa outra, num doce balanço a caminho do match...”