Se as pessoas tem tanto medo das mudanças, porque quando estão com a
vida estável, ficam tão inquietas? Porque o comum, a estabilidade incomoda
tanto e as mudanças causam enorme pavor?
Qual a dose do ficar ou sair? Do manter ou mudar?
Por que inquietamos com tantas inquietices desnecessárias e panicamos
com tantas mudanças necessárias?
Ver de fora é fácil, ver de dentro que é complicado. Parece que o
estar dentro cega, confunde, mistura tudo. Tudo que deveria estar lá, ou ficar
cá.
Estabilidade é diferente de acomodação. Descobrir essa linha tênue é o
pulo do gato. Acomodar é aquilo que não mais te evolui. Estabilizar é ter uma
evolução controlada em paz que não necessita de recomeço, ou de tantas novidades
para evoluir. É natural.
A mudança ela é necessária quando algo chega ao fim, ou não está bom,
e que muito provavelmente não está bom porque chegou já ao fim, ou desalinhou.
Se existe dúvida, a resposta é não. Porém cuidado com as dúvidas que
podem ser desculpas para não enxergar esse tal fim. Mas, enfim, a gente sabe,
não sabe? Assim como a gente sabe que estamos
inventados moda por pura demanda moderna de estar em constante mudança.
Quanta inquietação!
Hoje tudo cansa, tudo perde o brilho, a vontade, o interesse muito
fácil, pelos simples fato que nos tornamos difíceis. Uma amizade, um emprego,
um amor, até a família a gente gostaria de mudar. Ao mesmo tempo buscamos a
estabilidade e as relações dos tempos antigos.
Queremos hoje o que existia ontem, mas que vamos enjoar amanhã.
O problema não está no tempo, no outro, ou lá fora. O problema só existe
se a gente encara como um problema. Tá dentro da gente. Então, mude o que tem
que mudar e pare de arrumar sarna para se coçar com o que não precisa mudar.
Outro dia li uma notícia que anunciava a morte de um atleta que morreu
tentando bater seu próprio recorde. E me perguntei: Para quê ele queria bater um
recorde que já era dele? Pois é... a insatisfação o matou.