terça-feira, 15 de julho de 2014

O que posso ser hoje, que já fui ontem, e que não quero ser amanhã?

Não é uma resposta, não é um detalhe é a essência do livro Dias de Clarice que questiona o que é necessário resgatar, aceitar e transformar.

Trabalho, amor, família. Família, trabalho, amor. Ou seria amor, família, trabalho? Será que a ordem dos fatores altera a felicidade?

Dias de Clarice fala disso, daquilo e daquilo outro que passamos quando a vida passa nem sempre como decidimos. Quem não passou ou passa por isso? Até nas decisões decididas algumas dúvidas e questionamentos aparecem só para nos confundir sobre o que decidimos.

O que posso ser hoje, que já fui ontem, e que não quero ser amanhã?

Clarice levou alguns dias nessa viagem para descobrir o que havia se perdido lá no passado. Muitas vezes a vida leva boa parte, ou melhor, a boa parte de nós. Ao mesmo tempo tem tanta coisa de nós que deveríamos deixar para trás, mas não sei se é por apego, medo, vaidade ou um já faz tão parte de mim, que ficam.

Costumo dizer que sou egoísta e gosto de ter mais eu dentro de mim, por isso os quilos a mais. Gostamos de nos contar boas histórias, não é mesmo?

É preciso saber separar desejo de necessidade. Ir para Tailândia é um desejo, pagar as contas uma necessidade, viver um amor: desejo ou necessidade?

Ninguém é tão diferente ou igual. As emoções são comuns, medos também. Repetimos padrões e expectativas e não administramos ansiedades. Ô bicho que nos tira o sono.

O fato é que só nós podemos nos resgatar, aceitar, ou nos transformar, não o amor ou alguém. Ok. Ajudas extras são bem vindas. Porém, não adianta só olhar para fora quando as principais respostas estão cá, dentro de nós... e só quem encontra as respostas é livre!

Para se divertir um pouco, aqui vai um trecho de Dias de Clarice:


“Querido Deus, venho por meio desta pedir para vir na próxima encarnação cachorro de madame. Não deve ter coisa melhor do que ser cachorro de madame – um ser irracional sem qualquer obrigação, que caga e limpam, transa sem camisinha, não fica sozinho, vive em salões de beleza,  tem casa, comida, amor, passeia, não precisa trabalhar... tudo isso por uma abanadinha de rabo e uma lambidinha.... Mulher além de abanar o rabo e dar uma lambidinha, precisa malhar o rabo, dar uma de Diane dos Santos na cama, ser uma executiva durante o dia, cuidar dos filhos, ganhar dinheiro, cuidar da casa, da comida, fazer supermercado, estar sempre linda, falar pouco, não reclamar e ainda estar de bom humor sem sair do salto na TPM. Realmente, cachorro de madame é a classe mais evoluída da reencarnação. Não concorda, Allan Kardec?”

quinta-feira, 10 de julho de 2014

A Copa do afeto?


Copa do Mundo, Brasil abarrotado de turistas e fanfarrões. Poderia dizer que esta é a Copa do afeto, mesmo depois de um 7x1. Homem com homem, homem e mulher. Nunca vi tantos belos continentes e países na terra do samba, mulata e futebol. Até com os argentinos convivemos muito bem obrigado, na mesa de bar, pelas ruas e até no Maracanã, será?

A nacionalidade virou poliglota e a mulherada brasileira recebeu a gringarada de sorriso aberto e parece que outras coisas também.

O futebol tem esse elo emocional, afetivo de deixar carinhosamente que os marmanjos se acarinhem, se abracem, troquem afeto e até chorem juntos. Que emoção!

Mas que papel é esse que o futebol tem na vida do homem?

Resposta 0 x 0 complexa.

Mais do que um esporte, mais que uma paixão. O futebol é a socialização. Ele quebra barreiras e constrói relações. Programa de pai e filho, amigos, churrasco de fim de semana. Um campo comum de competição saudável – ou nem tanto, capaz de seduzir e fazer o homem bancar um ingresso mais caro do que qualquer mulher.

O homem foi criado para controlar as emoções, só que no futebol, isso não tem jeito não, meu irmão. Vai além, toma conta, e na hora do gol, vem cá, me dá um abraço, eu te amo. Chora comigo, puta que pariu, caralho, esse cara é foda! Chupa Juiz. 5x0? 6x0? 7 x1? Prefiro morrer a ver isso, vexame do cacete!! Até nos palavrões encontramos o papel romântico do futebol.

Bola na trave não altera o placar. Belas derrotas alteram o humor. E grandes vitórias promovem decisões incríveis. Acho que o maior índice de promessas masculinas está relacionado ao futebol, enquanto os das femininas está no amor.

Apesar de diferentes, o objetivo é sempre o mesmo: a vitória. Mas, quando ela não vem, que a derrota nos transforme em fênix e quem sabe esse país não renasce das cinzas, ou melhor nas urnas.


Mostra a sua força Brasil.