Que pressão! Tá comprimido, enlatado, cheio de gases, cheio de vácuo.
Que pressão! Que opressão! Que cobrança de lá pra cá, dali pra aqui, por ele,
por ela, pela internet, por todos lados. Tanta pressão que piro, que pira, que
não respira. Mas, que se respira inspira e não pira.
Jargão ou não, rimado ou rasgado. A pressão não é pessoal, ou é
totalmente pessoal, personalizada. Ela está aí, nas ruas na fazenda, numa
casinha de sapê, ou na rotina mesmo, no dia a dia, na fila do caixa. Lidar com
ela ou lidar contra ela? Eis a questão.
Somos reativos a pressão? Ou somos motivados por ela? Meio Tostines
isso...
Tô te pressionando a responder?
Pressão no trabalho, nas contas, nos relacionamentos. Queremos para
ontem o que não entendemos hoje, e que nem sabemos se vamos querer amanhã. Mas,
na dúvida, faz aí, porque senão esqueço.
Muita pressão querer um relacionamento, mudar de emprego, ter um
filho, sair de casa, terminar um relacionamento, começar outro, planejar uma
viagem de férias.... mas pressão mesmo, são essas festas eletrônicas, de peão,
bombação, pegação, onde ninguém fala não! Isso sim que é pressão, amigão.
Sob pressão, ou não, o importante é saber despressionar. Para mim, e
para Fernando Pessoa, a literatura é
uma confissão de que a vida não basta. Encontro na escrita as palavras que preciso
dizer, letrar, as histórias a serem
contadas ou inventadas, para acordar os pensamentos ou os risos adormecidos, e
liberar todo um engarrafamento emocional pressionado pela vida, pelo cotidiano
comum, que sufoca, ou que deixamos sufocar. A vida não é brisa para ninguém.
Somos cobrados desde a hora que acordamos – já afirma o despertador, nos
cobrando a levantar.
Você pode comprimir ou se
catalisar dessa pressão universal. Ela
pode ser mola, nunca moleza. O fácil não existiria sem o complicado e não
adianta ficar tenso com isso. A pressão pode até dar prazer, pelo simples fato
de fazer pulsar, puxar, derreter a inércia. E se a pressão é comprometida com a
entrega, entregue-se.