Ei sai da frente!
Não te perguntei nada.
Quer? Faz você.
Me deixa!
Que saco!
Quem paga as minhas contas?
Perdemos a educação. Aonde ela foi parar, na minha casa, na sua, na do vizinho, ou ela simplesmente desceu pelo ralo?
Educadamente gostaria de dizer que os bons hábitos, a gentileza, o muito obrigado e o olhar além do umbigo virou coisa do passado, a onda do momento é se vira aí malandro!
Sempre acreditei que educação, atrai educação, assim como bondade atrai bondade. Porém, da mesma forma que podemos atrair coisas do bem a má educação atrai também má educação. E nós pobres mocinhos educados, com tanta falta de educação, desrespeito e egoísmo, estamos nos transformando nisso tudo também - será?
Até nas conectividades não há mais educação. A internet publica o que você leu, o WhatsApp invade a sua vida a qualquer hora, sem pedir licença inclusive no seu sono e ainda informa ao invasor todas as suas conectadas. O Google rastreia seus comentários, históricos e que fez no berçário e não mais temos o direito de nos preservar, pois por incrível que pareça nos viciamos nessa “acessividade” tecnológica compulsiva e que voluntariamente nos aprisionamos..
Com isso, incentivamos a má educação em uma reunião, na mesa de jantar, na casa dos amigos, em sala de aula e até na hora do sexo. Estamos educadamente presentes fisicamente, mas ausentes emocionalmente conectados uns aos outros. Ironicamente nos comunicamos com o mundo, mas estamos cada vez mais desconectados do que realmente é importante - nossos valores.
Paradoxal isso, né?
Hoje eu estava no metro e um pai entrou com seu filho doente em uma cadeira de rodas. O pai desse menino, “invadiu” nosso silencio e espaço tão educadamente e admiravelmente na luta para salvar seu filho que todas as pessoas que estavam no vagão, literalmente todas, doaram dinheiro, sem que ele pedisse diretamente.
O pai que trabalha e precisa pagar um tratamento de 62 mil reais - sem qualquer ajuda do governo para seu filho Danielzinho, criou um site de doações que conta sua história e sobre doença do menino. Ele passa todos os dias no metrô depois do trabalho numa corrida contra o tempo comunicando essa campanha para conseguir o dinheiro – pois ainda faltam 12 mil reais. E vocês acham que ele usou um discurso piedoso? Não. O que vi, foi um ser humano com o maior amor genuíno do mundo por um filho, educadamente agregando pessoas em sua causa.
E o quanto vemos disso por aí nas ações pequenas do dia a dia? Nos sentimos tão lesados, como se quisessem nos tirar as coisas o tempo todo, que não deixamos nem o amor entrar - e de tanta rejeição o bem deixa de existir.
Quando entendermos que amor atrai amor e que os seus 50% com os meus 50% dá 110% passaremos a ganhar esses 60% que perdemos ou se quer enxergamos por puro egoísmo e falta de educação.